Paulo Gracindo, o antológico Odorico Paraguçu de ‘O Bem-Amado’

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Reconhecido por seu talento também no teatro, no cinema e no rádio, onde conquistou grande popularidade

1973. Paulo Gracindo é Odorico Paraguaçu na novela “O Bem-Amado” (escrita por Dias Gomes), da TV Globo: um dos personagens mais lembrados (Foto: Rede Globo / Divulgação)

1973. Paulo Gracindo é Odorico Paraguaçu na novela “O Bem-Amado” (escrita por Dias Gomes), da TV Globo: um dos personagens mais lembrados (Foto: Rede Globo / Divulgação)

Paulo Gracindo, o antológico Odorico Paraguçu de ‘O Bem-Amado’, foi ator, que atuou na televisão, no teatro, no cinema e no rádio ao longo de seis décadas, ator que se consagrou ao longo de 62 anos de carreira.

Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo, o ator que imortalizou figuras e bordões na televisão brasileira, como o antológico prefeito Odorico Paraguçu da novela ‘O Bem-Amado’

Nascido no Rio de Janeiro, em 16 de julho de 1911, Paulo Gracindo logo foi levado pela família para Maceió. Seu pai, o influente político Demócrito Gracindo, ex-prefeito, ex-senador e ex-governador de Alagoas, jamais permitiria seu ingresso na área artística. Paulo Gracindo dizia ter recebido uma “educação medieval”. Após cursar Direito, veio para o Rio para lutar na Revolução de 1930 — e aproveitou para começar a sua trajetória nos palcos após a morte do pai. Estreou com Procópio Ferreira e, até o fim da vida, somou 84 espetáculos no currículo.

 

Como o teatro não provia sustento financeiro, Gracindo partiu rumo ao rádio. Na Tupi e na Nacional, participou de radionovelas, entre elas a lendária “O direito de nascer”, e de programas humorísticos, como “Trem da alegria” e o “Edifício Balança Mas Não Cai”, que estrearia anos mais tarde também na TV Globo. Como apresentador, chegou a comandar um programa musical na extinta TV Rio, em que revelava novos talentos da MPB. Foi nessa atração que Elis Regina ganhou visibilidade.

 

Na televisão, seguiu com os trabalhos de animador e humorista. Com Brandão Filho, estrelou “Primo rico e primo pobre”, um antigo quadro do “Balança Mas Não Cai” que ganhou horário próprio. Sua estreia em novelas foi em 1963, com “A morta sem espelho”, de Nelson Rodrigues, ao lado de Fernanda Montenegro, também na TV Rio. Foi com a atriz que Gracindo atuou, a partir dos anos 60, em diversos longas do Cinema Novo. Sua despedida das telonas foi no curta “Trancado por dentro”, premiado em Gramado.

 

Mas foi na Globo, em 1971, que sua imagem conquistou o país. Seu primeiro grande personagem, o bicheiro Tucão, de “Bandeira 2” (escrita por Dias Gomes), fez Gracindo ganhar a simpatia até de outros contraventores, como disse o ator ao GLOBO em 8 de janeiro de 1972. Sucesso ainda maior teve o prefeito Odorico Paraguaçu, em “O Bem-Amado”, também de Dias Gomes. O governante da cidade imaginária de Sucupira, no litoral baiano, era uma sátira aos políticos em plena ditadura militar (1973). A partir dessa novela, foram mais 20 anos trabalhando em TV, até a minissérie “Agosto”, de 1993.

Paulo Gracindo morreu às 2h28m do dia 4 de setembro de 1995, foi vítima de um câncer na próstata, aos 84 anos.

Cerca de 500 pessoas participaram do velório e do enterro, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio

(Fonte: http://acervo.oglobo.globo.com -17399371#ixzz3ko8tSuli – CULTURA/ Por Douglas Mota, sob supervisão do editor Gustavo Villela – Em Destaque – 03/09/15)

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