Paulo Gomes Garcez, artista que exerceu um fascínio visual, em pequenas fantasias de desenho

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Paulo Gomes Garcez (Rio de Janeiro RJ, 1945 – Rio de Janeiro, 1989), pintor, gravador, desenhista, artista intermídia. Artista que exerceu um fascínio visual, em pequenas fantasias de desenho, numa época nos anos 70 em que a grande maioria dos artistas procuravam dominar um comportamento emocional, Garcez ousou desenhar imagens com luas, palmeiras ou penas de escrever que se transformavam em corações, sem que isto resvalasse para um adocicado efeito sentimental.

Permitia que o seu desenho fosse invadido por minúsculas criaturas. Elas mudavam de forma, podiam ser objetos domésticos ou pequeninos seres humanos. Em outros casos mais pareciam pontuações caligráficas. Apesar de constantes, não eram monótonas nem repetidas.

Cartas de amigos, pautas musicais ou cartões-postais também eram pretextos para seu trabalho. Quando a maré dominante pedia imagens explosivas ou ampliações gigantescas, Garcez já estava trabalhando com suas pequenas fantasias.

Isso não só lhe valeu uma posição de início distanciada das tendências da arte brasileira como lhe trouxe jovens seguidores.

Constante nesse trabalho, desde 1975, Garcez saiu do Brasil para um aprendizado em Hamburgo durante dois anos e logo que voltou ao país em 1978 foi incluído na seleção que representou o Brasil na Bienal de Veneza daquele ano.

Mesmo que não existia um começo nem uma conclusão em suas imagens, todas elas mantinham um traço familiar que se compltetava como um grande jogo de armar na exposição. Em cada desenho, não existia um primeiro plano ou uma imagem central. As figuras se espalhavam pela página num ritmo que permitia diversas maneiras de ver.

Essa arrumação de imagens como um quebra-cabeças ainda confirma de maneira mais completa o universo brincalhão de Garcez.

 

(Fonte: Veja, 10 de novembro de 1982 – Edição 740 – ARTE/ Por Casimiro Xavier de Mendonça – Pág: 189)

 

 

 

 

 

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