Patricia Morison, atriz americana que fascinou Louis B. Mayer e que se tornou uma das maiores damas da Broadway

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Patricia Morison fotografada por William Walling (Paramount, c. Final dos anos 1930 / início dos anos 1940)

 

 

Eileen Patricia Augusta Fraser Morison (New York, 19 de março de 1915 – Los Angeles, 20 de maio de 2018), atriz americana. A atriz que fascinou Louis B. Mayer e que se tornou uma das maiores damas da Broadway. Na juventude, Patricia Morison chamava a atenção com sua beleza estonteante.

Nascida em 19 de março de 1915 em Nova York, Eileen Patricia Augusta Fraser Morisonn tinha como pais o dramaturgo e ator William Morison e Selena Morison. Sua mãe trabalhou para o serviço de inteligência britânica e foi a primeira mulher a falar na Câmara dos comuns enquanto seu pai lutava na França.

Patricia no entanto, queria ser uma artista, e queria ser pintora. Mesmo ganhando uma bolsa de estudos para Paris, ela preferiu ficar em Nova York, e se dedicar aos palcos. Com isso, estudou atuação, dança e música, sendo particularmente fascinada pela dança. Também pudera, uma de suas professoras foi a aclamada Martha Graham, conhecida dançarina moderna que foi a primeira a se apresentar na Casa Branca. “É difícil descrever Martha Graham para alguém que nunca a viu. Deusa. Em todos os sentidos… uma deusa.”, disse em uma entrevista.

 

Ruth St. Denis e Martha Graham, duas influências na dança

 

Patricia revelou que se apaixonou pela dança indiana quando viu Ruth St. Denis se apresentando. “Eu era muito impressionável. Fiquei louca por dança estrangeira da Índia e também da Espanha. A dança manteve-me firme em meus pés. Não me tornei uma atriz afetada, era parte de mim”.

 

Patricia dançaria em algumas revistas musicais antes de chegar às telas em 1939. Hollywood se interessou pela bela atriz de cabelos longos quando ela se apresentou em  “The Two Bouquets” com Alfred Drake. Nesse mesmo ano ela conseguiu um contrato com a Paramount, que passou a vendê-la como uma segunda Loretta Young. Posteriormente, a beleza de Patricia seria também comparada a Dorothy Lamour.

 

Os colegas de palco não aprovaram a mudança para Los Angeles. “Todos disseram: O que você está fazendo? Você é uma atriz de palco!”. Mesmo com o conselho dos amigos ela seguiu para Hollywood, onde o departamento de publicidade queria cortar seus longos cabelos. Ela não permitiu.

 

 

Patricia e seus belos cabelos

 

 

 

Sua estreia nas telas veio em Hiding (1939), onde fazia um pequeno papel. Em 1940 teve destaque em Untamed, onde atuou ao lado de Gary Cooper. Mas após alguns papéis de vilã, ela começou a pensar que talvez seus amigos tivessem razão. Ela estava estigmatizada e infeliz com o rumo de sua carreira.

 

Com a  chegada da segunda guerra Patricia passou a viajar para entreter as tropas, atuando também na Cantina de Hollywood. A atriz também fez viagens para a Inglaterra em turnê, se apresentando ao lado de Merle Oberon e Al Jolson, que definiu como um homem terrível.

 

Patricia estava infeliz com papéis coadjuvantes e de vilãs

 

Eu estava sendo preparada para atuar em The Glass Key, ao lado de Alan Ladd quando o chefe do estúdio me disse que Veronica Lake faria a personagem feminina principal. Ele disse que eu ficasse por lá que faria uma participação. Eu disse que não. Nesse dia decidi sair da Paramount“.

 

Patricia não renovou seu contrato com a Paramount e passou a trabalhar como freelancer para outros estúdios. Dentre os filmes em que atuou nesse período estão The Song of Bernadette(1943), The Fallen Sparrow (1943) e Lady on a Train (1945), todos como figurante. Destaque, porém, somente em filmes B como The Prince of Thieves (1947) e Queen of the Amazons (1947).

 

 

Michael Duane, Jon Hall e Patricia Morison em The Prince of Thieves (1948)

 

Desiludida com Hollywood, decidiu voltar para a Broadway onde atuou com sucesso em Kiss Me, Kate a partir de 1948. Sua performance incluía a interpretação de músicas de Cole Porter, como “I Hate Men”, “Wunderbar” e “So in Love”. Finalmente Patricia fazia as pazes com o teatro e com o sucesso. A peça permaneceu em cartaz por quatro anos. Foi quando Hollywood descobriu que além de atriz, ela também era uma grande cantora.

 

 

Patricia Morison no musical Kiss Me, Kate

 

A montagem recebeu críticas favoráveis, e Patricia estava empolgada com o crescente número de pessoas que iam às suas apresentações. A década de 50 chegaria com algumas participações em especiais e programas televisivos e sua consolidação como atriz dos palcos. Em 1954 ela substituiu Gertrude Lawrence em The King and I, e passou a atuar ao lado de Yul Brynner. Durante as décadas seguintes ela se apresentaria também com outras peças de sucesso.

 

 

 

Ao lado de Yul Brynner em The King and I.

 

 

 

 

Você deve se perguntar: uma moça tão bela deve ter tido muitos amores. Patricia nunca casou ou teve filhos, mas admirava o charme de Sterling Hayder, Preston Foster e Greta Garbo. Um grande admirador dela foi o produtor Louis B. Mayer, que chegava a ir em suas apresentações e a lhe oferecer jóias. Ela não aceitou nem ele nem as joias.

 

Patricia Morison

 

 

A atriz iniciou sua carreira em 1933, na comédia da Broadway Growing Pains. Quando ela atuava no espetáculo The Two Bouquets, foi descoberta por Hollywood e assinou com a Paramount, em 1938. No ano seguinte, Persons in Hiding foi sua estreia no cinema.

Na década de 1940, sua carreira na indústria cinematográfica floresceu, com participações em filmes como The Song of Bernadette, The Fallen Sparrow e Without Love, além de Dressed to Kill, Danger Woman e Tarzan and the Huntress.

Um dos maiores sucessos de sua carreira foi Kiss Me, Kate, que estreou na Broadway em 1948 e teve duas versões para TV, em 1958 e em 1964, todas estrelando Morison e Alfred Drake (1914-1992).

Entre os anos 1960 e 1980, sua carreira foi prolífica, e seu último trabalho no cinema foi em 1992, O Fim de um Longo Dia, dirigido por Terence Davies. Em 2000, Patricia Morison foi atropelada e teve ferimentos graves no lado direito do seu corpo.

Após se aposentar das telas Patricia voltou a sua antiga paixão: a pintura. Morando em um confortável apartamento na  Park La Brea, Los Angeles, ela se dedicava a ver filmes, pintar e a receber amigos. Anos atrás, na ocasião em que completara 99 anos, fez parte de uma apresentação em prol da Broadway Cares / Equity AIDS e o Centro Comunitário Lésbico, Gay, Bissexual e Transgênero no Teatro Hirschfeld. A propósito, ela sempre foi uma grande defensora dos direitos dos homossexuais.

Patricia Morison morreu em 20 de maio de 2018, aos 103, em sua casa em Los Angeles, EUA. A morte da atriz ocorreu por causas naturais.

(Fonte: https://istoe.com.br – EDIÇÃO Nº 2526 – CULTURA / Por Estadão Conteúdo – 20/05/18)

(Fonte: Zero Hora – ANO 55 – N° 19.094 – 22 de maio de 2018 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 27)

(Fonte: https://cinemaclassico.com/curiosidades – CURIOSIDADES / Por Carla Marinho – 19 de Março de 2018)

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