Patricia Highsmith, romancista americana característico do gênero policial

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Patricia Highsmith: aventuras pessimistas

Patricia Highsmith

Patricia Highsmith

Patricia: Ripley no mundo das artes

Patricia Highsmith (Fort Worth, Texas, 19 de janeiro de 1921 – Locarno, Suíça, 4 de fevereiro de 1995), romancista americana e celebridade na Europa, provocava emoção a partir de textos que só aparentemente eram desprovidos de sentimento e vai muito além do encadeamento de ações, característico do gênero policial.

Com as gavetas cheias de contos e poemas que ninguém queria publicar, e enjoada de ganhar a vida escrevendo roteiros de desenhos animados, a americana decidiu tentar a sorte no romance.

O primeiro que ela conseguiu editar, em 1950, uma história de crime, conquistou um fã imprevisto e logo no ano seguinte viraria filme – Alfred Hitchcock realizou a partir dele um de seus clássicos, Pacto Sinistro.

Com mais de vinte títulos entre contos e romances, Patricia Highsmith foi uma celebridade na Europa, onde viveu desde 1963, e continuou inspirando cineastas.

Famosa pelos seus thrillers psicológicos, contos e textos não-ficcionais. Patricia começou a carreira de escritora aos 15 anos, mas somente se dedicou à carreira quando passou uma temporada na Europa em 1949; depois decidiu morar no Velho Mundo a partir de 1963 até a sua morte. Ela passou boa parte de sua vida sozinha, alegava que não conseguia escrever com alguém por perto. E também não gostava de comentar sobre a sua vida pessoal, mas sabe-se, através de seus diários, que ela teve vários casos com mulheres.

Na sua carreira de escritora, o seu primeiro destaque foi O Desconhecido do Norte Expresso” (1950). Mas foi em 1955 com a obra O Talentoso Mr. Ripley”, que ela ganhou notoriedade, graças ao personagem principal, Tom Ripley, um anti-herói amoral e de sexualidade duvidosa. O sucesso foi tanto, que ela lançou mais cinco livros sobre o enigmático personagem, que os seus fãs chamam de “Ripliad”.

O Amigo Americano (Ripley’s Game, Inglaterra, 1974), mais uma aventura pessimista de Tom Ripley, o escroque elegante que nunca paga por seus crimes e ao qual Patricia volta, desde 1955, quando criou o personagem.

Foi na pele do ator francês Alain Delon, vivendo um dos melhores papéis de sua carreira, que se viu Ripley pela primeira vez. O filme ganhou o título de O Sol por Testemunha e, nele, o herói às avessas mata um homem, apropria-se da fortuna dele mediante hábeis falsificações e sai da aventura sem sequer uma crise de consciência. 

O talentoso farsante Tom Ripley foi a maior criação da escritora  americana. Esse golpista aparece em cinco romances e foi vivido no cinema por Alain Delon, Dennis Hopper, Matt Damon e John Malkovich. Em Ripley Subterrâneo”, Ripley está envolvido na falsificação de quadros de um pintor que já morreu – mas que, graças aos estratagemas do farsante, todos pensam estar ainda ativo. A fraude corre risco de ser desmascarada pelo comprador de um dos quadros. Ripley vale-se de mil recursos para se safar – mas a situação se complica dada vez mais.

Em O Amigo Americano, adaptado para o cinema pelo diretor alemão Wim Wenders, em 1977, é de novo o crime sem castigo que aflora. Ripley conduz ao crime um moldureiro pacato e honesto que, condenado a morrer de leucemia, se deixa fascinar pela ideia de matar uns mafiosos em troca de dinheiro – inútil para ele.

Jonathan, o moldureiro, mata e surpreende-se com a facilidade do gesto, com a insignificância da morte. Um novo assassinato, desta vez com a ajuda de Ripley, selará uma amizade cúmplice entre os dois homens. Juntos, eles enfrentam perseguições e o medo de que, finalmente, a perigosa banalidade do crime venha a destruir a banalidade tranquila de sua vidas.

Ao lidar com a ética e com o sem-razão da existência, Patricia Highsmith provoca emoção a partir de textos desprovidos de sentimento, característico do gênero policial.

NO CINEMAPacto Sinistro (Strangers on a Train, EUA, 1951) de Alfred Hitchcock, adaptação de O Desconhecido do Norte Expresso; já O Talentoso Mr. Ripley e suas continuações tiveram várias adaptações como O Sol por Testemunha (Plein Solein, França, 1959) de René Clément; O Amigo Americano (The American Friend, Alemanha/França, 1977) de Win Wenders; O Talentoso Ripley (The Talented Mr. Ripley, EUA, 1999) de Anthony Miguella; O Retorno do Talentoso Ripley (Ripley´s Game, EUA, 2002) de Liliana Cavani.

Patricia Highsmith morreu aos 74 anos em Locarno, Suíça, em 4 de fevereiro de 1995.

(Fonte: http://8super8.blogspot.com.br/2007/09 – Postado por  – setembro 10, 2007)

(Fonte: Veja, 21 de agosto de 1985 – Edição 885 – LIVROS/ Por Mirian Paglia Costa – Pág: 120)

(Fonte: Veja, 17 de novembro de 2004 – ANO 37 – Nº 46 – Edição 1 880 – Veja Recomenda – LIVROS – Pág: 184/185)

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