Patos-mergulhões nascem em cativeiro pela primeira vez no Brasil

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Patos-mergulhões nascem em cativeiro pela primeira vez no Brasil

Um casal de patos-mergulhões, espécie considerada em extinção no Brasil, nasceu pela primeira vez em cativeiro no Instituto Ave é Vida, em Poços de Caldas (466 km de Belo Horizonte). Estima-se que existam cerca de 250 exemplares da ave no Brasil, cujo habitat natural é a Serra da Canastra (MG), o Jalapão (TO) e algumas regiões do Paraguai e da Argentina.

As aves nasceram em uma chocadeira. Sete ovos, segundo o veterinário Guilherme Gabriel de Castro, 32, foram trazidos da Serra da Canastra, onde nasce o rio São Francisco. Após 29 dias, somente três filhotes nasceram, mas um deles não sobreviveu.

De acordo com o veterinário, o pato-mergulhão (Mergus ocotosetaceus) está ameaçado de desaparecer devido a desmatamentos e poluição dos rios. “É uma espécie que só se reproduz em ambientes conservados”, diz Castro. O nascimento dos animais em laboratório é uma das etapas da pesquisa, que objetiva a reprodução das aves em cativeiro e posterior soltura em ambientes naturais.

O trabalho dos cientistas brasileiros está sendo auxiliado por profissionais do Busch Garden, parque temático localizado em Orlando, nos Estados Unidos. “Eles têm interesse em levar exemplares do pato-mergulhão para lá”, afirmou Castro.

No próximo ano, os pesquisadores do Instituto Ave é Vida vão repetir a experiência do nascimento em laboratório e tentar cruzar os animais com os exemplares que nasceram este ano. Os patos-mergulhões se reproduzem uma vez por ano, entre maio e julho. As aves fazem ninhos em barrancos de rios. Seus predadores naturais são mamíferos, como gambás, e gaviões.

GPS
Em Poços de Caldas os filhotes de pato-mergulhão estão num viveiro com piscina abastecida com água de um rio. À noite, as aves ficam em um ambiente mais protegido. A pesquisa do Instituto Ave é Vida tem a participação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da ONG Terra Brasilis, que monitora os patos-mergulhões na Serra da Canastra.

No futuro, as aves que forem reintroduzidas na natureza serão também monitoradas através de rádio ou GPS. Os patos-mergulhões podem viver até 15 anos, e, na fase adulta, chegam a pesar entre 700 e 800 gramas. As fêmeas botam de seis a sete ovos por ano. Além dos patos-mergulhões, o Instituto Ave é Vida possui cerca de 4.500 aves de 260 espécies diferentes. Entre elas estão 30 exemplares do mutum-de-alagoas, ave da Mata Atlântica em extinção.

(Fonte: www.noticiasuol.com.br – José Bonato Especial para o UOL Notícias – Em Ribeirão Preto (SP) 08/09/2011)

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