Pablo Picasso, um dos grandes gênios e um dos mais influentes artistas da pintura contemporânea

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Pablo Picasso (Málaga, 25 de outubro de 1881 -– Mougins, 8 de abril de 1973), pintor, escultor, desenhista e ceramista espanhol, um dos grandes gênios e um dos mais influentes artistas da pintura contemporânea.

Como um senhor feudal, ele acabou ficando gloriosamente em seus próprios domínios. Em vez da cúpula monumental de um Panteon, a família de Picasso preferiu um enterro simples, longe do séquito de potentados e multidões que acorreriam a um cortejo oficial. Assim, quando se derreter, nos próximos dez dias, a camada de neve que ainda recobre o sul da França, ele será sepultado junto aos muros da mais nobre de suas mansões: o Castelo de Vauvenargues, na Provença, comprado em 1958 de um marquês.

 

Pablo Picasso

Pablo Picasso

 

Lá, Picasso ficará guardado pela severa construção do século XVII e pelas belas e agressivas encostas da montanha Santa Vitória – já imortalizada por ter servido de tema a diversas pinturas de Cézanne.

Reclusão – A decisão talvez tenha sido um ato de humildade de Jacqueline Roque, a viúva, e Paulo Picasso, o único filho legítimo do pintor. Mas foi sobretudo o final mais coerente para a terrível reclusão que ele próprio se impusera, nos últimos dez anos. “Uma velhice tão carcerária quanto a de Felipe II no Escorial ou a de Stálin no Kremlin”, escreveu em 1971 o crítico francês André Fermigier. Isolado do mundo, cercado por muros com arame farpado e portões de controle remoto, quase surdo, mas lendo com habilidade os lábios das pessoas, usando óculos apenas para pintar. Picasso vivia com Jacqueline e sua filha Cathérine numa vila significativamente chamada Nossa Senhora da Vida.

Significativamente, porque até 91 anos e meio – quando foi surpreendido por um colapso cardíaco, em seguida a um edema pulmonar – Picasso ainda criou. Na véspera da morte, dia 8 trabalhava num dos 201 quadros da exposição que deveria realizar em maio próximo, no velho Palácio Papal de Avignon. O trabalho, aliás, era sua própria justificativa para a misantropia acentuada: “Não tenho mais tempo a perder”. Pintava noite adentro, num ritmo ininterrupto, deixando de três a quatro telas prontas antes do amanhecer. E, se o resultado, nos últimos dois anos, pode ter começado a se ressentir da produção maciça e da idade do autor, isso não parece tê-lo preocupado.

Como também não chegou a arranhar o mito ciclópico que o envolveu até a morte. Pela força e pela longevidade da legenda, tinha-se a impressão de que Picasso era um semideu, um imortal. Descobrir o contrário, foi como um abalo sísmico ou qualquer outro fenômeno igualmente terrível – mas inevitável e, sobretudo, natural.

Inevitáveis – “O Michelangelo do século XX”, proclamou audaciosamente o jornal “La Stampa”, de Turim. Mais prosaico, disse o “Corriere della Sera”. “O mundo amanheceu mais pobre”. O “Frankfurt Allgemeine” foi redundante: “Um gênio esmagadoramente superlativo”. O “Zolnierz Wolnosci”, jornal das Forças Armadas polonesas, reconheceu: “O maior artista de nossa época”. Howard Weaver, diretor da Escola de Artes da Universidade de Yale, foi acaciano: “Era imortal antes de morrer, um paradoxo reservado apenas aos verdadeiros gênios”. E o crítico espanhol José Maria Moreno Galván – condenado pelo regime de Franco, em 1970, a dois anos de prisão, por ter falado numa universidade sobre Picasso – proclamou-o “o homem mais livre do século XX”.

Da Espanha, inclusive, vieram as mais curiosas – senão inesperadas – reações. O arquiinimigo Francisco Franco (cujas tentativas de reaproximação Picasso sempre rechaçou energicamente) mandou um telegrama de pêsames, por intermédio de seu ministro da Cultura. O jornal madrilenho “ABC” lançou 66 páginas especiais. E o próprio órgão oficial da Falange – o núcleo franquista – lamentou a perda do “grande pintor espanhol”.

É o começo das inevitáveis reconciliações e brigas post mortem. Paulo Picasso, 52 anos, que vivia da mesada paterna, advertiu os jornalistas: “Vocês sabem que essa morte trará problemas”. Referia-se aos três meio-irmãos, filhos ilegítimos, que agora vão reclamar na Justiça sua parte nos pelo menos 50 milhões de dólares da herança. Mas não podia prever que seu próprio filho, Paulo Neto, tentaria o suicídio, cinco dias após a morte do avô, por razões também relacionadas à distribuição desse dinheiro.

Marciano? -– Assim, com a morte de Picasso, o mundo parece bruscamente devolvido à realidade humana do artista. Ele próprio chegou um dia a assustar-se. “Será que sou um marciano?”, perguntava, diante de um livro a seu respeito. “Acho que vão ter que acrescentar um capítulo dizendo: Pablo Picasso tem igualmente dois braços, duas pernas, uma cabeça, um nariz, um coração e toda a aparência de um ser humano”.

E o capítulo existe. Filho de um modesto professor de arte na província Pablo Picasso* nasceu a 25 de outubro de 1881, em Malága, na Espanha. José Ruiz Blasco y Etcheverría teve pronta sensibilidade para perceber os dotes do filho. E sempre o apoiou enquanto pôde.

Também à mãe, María Picasso López, devem-se algumas lembranças coloridas por uma clara admiração meridional. Segundo ela, antes mesmo de dizer “papai”, o menino balbuciou a sílaba “pis”, com que pedia um lápis de desenho. E, se tanta precocidade não pode ser provada, pelo menos é certo que desde cedo ele desenhou, com invulgar interesse e acerto, os temas comuns à infância.

Aos doze anos, Picasso já aprendera com, o pai todos os recursos do desenho acadêmico – e os dominava muito melhor do que o mestre. Aos catorze, realizou em três dias a prova de admissão à Escola de Belas-Artes de Barcelona – quando o prazo era de uma semana. E a obra resultante – um nu masculino a crayon – é exata, segura, sem a menor imperfeição.

Até os dezenove anos, a carreira de Picasso foi de aprendizado e absorção. Só em 1900 – ano de sua primeira viagem a Paris – ele passou propriamente à criação, através de uma linguagem moderna e pessoal. Seu ponto de partida era o impressionismo – o estilo da moda -, a que acrescentou um traço meio caricatural influenciado por Toulouse-Lautrec. E já em 1901 essa caricatura começou a se transformar em morbidez. A tela se escurecia, restrita a tons de cinzas e azuis, e os temas eram aleijados, anciãos, miseráveis, casais magros e tristonhos, marginais de toda espécie. Estrangeiro, pobre, esmagado pela grande cidade, Picasso decidiu retratar o mundo em que se encontrava incrustado.

Foi a “fase azul” – onde já se definia a estreita relação que sempre se verificou entre sua vida agitada e a caleidoscópica evolução de sua arte.

Em ziguezague – Todas as tendências da pintura moderna – menos as abstratas, que nunca o interessaram – convivem lado a lado, ao longo da obra de Picasso. Certos artistas – como Braque ou Matisse – evoluírema num sentido linear, tranquilo e coerente. Outros como Klee, criaram uma obra diversificada, mas unida por uma preocupação intelectual básica e por um processo reflexivo de criação.

Não é o caso de Picasso. Ele caminha por saltos, por ziguezagues, por núcleos de estilo que florescem e se alternam, se modificam, se interpenetram e se repetem.

Por isso, qualquer tentativa de encadeamento lógico entre seus períodos acaba se frustrando. Mas é possível entendê-los, a partir de um critério mais ou menos banido da crítica moderna: o biográfico. Ao contrário de artistas que, por purismo, procuram separá-las, Picasso sempre misturou deliberadamente sua pintura e sua vida cotidiana.

“Uma obra violentamente autobiográfica”, observou o marchand Daniel Henri-Kanhweiler, há mais de sessenta anos encarregado de suas vendas. “Seus amigos e sobretudo seus amores são as fontes de sua inspiração, mais do que os objetos e as paisagens que o cercam”, acrescenta o crítico inglês Roland Penrose. “Minhas pinturas são as páginas do meu diário íntimo”, conclui Picasso. “E têm validade como tal.”

Assim, por volta de 1904, a trágica fase azul foi encerrada sem remorsos. Em seu lugar, surgiram trabalhos quentes e agradáveis, em que predominavam tons de laranja, rosa e vermelho. Foi a “fase rosa”, com temas retirados ainda do cotidiano pobre, mas já isentos de qualquer morbidez. Picasso retratava a gente de circo, os saltimbancos, suas mulheres e filhos, muitas vezes cenas de intimidade delicadamente sensuais.

A razão: em 1904, o jovem Pablo Picasso tinha conhecido Fernande Olivier. Foi sua primeira mulher – bela, viva, apenas um ano mais nova do que ele. Permaneceram juntos por oito anos – ao longo dos quais nasceu a arte do Cubismo.

Como na maça – Seria no mínimo ingênuo, entret5anto, reduzir a evolução de um artista a intrigas de “boudoir”. Não é na área emocional, por exemplo, que se pode encontrar a explicação para o aparecimento do Cubismo – a primeira revolução realmente grande da arte contemporânea, pela qual são responsáveis Picasso e seu íntimo amigo Georges Braque. Tendência intelectualizada e racional, o Cubismo não poderia surgir por acidente. Mas também aqui – como na maça de Newton – o estopim praticamente se deveu a um acaso. Desde o começo do século XX, havia grande interesse nos centros culturais da Europa em torno da arte e da cultura dos povos primitivos. E em 1907, foi realizada uma grande exposição de arte africana em Paris.

Naquele instante, Picasso pintava seu quadro “As Senhoritas de Avignon”.
E é visível o choque causado pela exposição sobre o trabalho. As três figuras da esquerda são anteriores à mostra, mas as duas da direita foram terminadas depois.

Daí em diante, o caminho procurado por Braque e Picasso se definia com clareza: a simplificação geométrica da realidade. Nos quadros de 1909, esta simplificação já chegava a transformar os objetos em pequenos sólidos: cones, esferas, cubos e cilindros. A eles se deve o rótulo Cubismo.

Chegado a esse ponto, Picasso – embora com menos de trinta anos – dava sua mais importante contribuição para a arte moderna. Nem na maturidade ele a conseguiu superar. Não que as obras cubistas sejam melhores que as posteriores: apenas abrem caminhos mais amplos e gerais.

A principal luta da arte no século XX foi libertar-se, na medida do possível, da sujeição do quadro à realidade, criando sobre ele uma outra realidade, específica e autônoma. E a isso já chegava o Cubismo, nas obras de sua plenitude.

Chofer e empregadas – Em 1917, Picasso conheceu Olga Koklova, bailarina russa, e a primeira mulher a se tornar legalmente sua esposa. Também pela primeira vez, o artista prosperava – e o casal se instalou com luxo, tinha chofer e empregadas, comprou casa de campo, freqüentava o “grand monde” de Paris. As ambições de Olga, porém ,eram sobretudo materiais. E seu bom gosto também não ia muito adiante. Para ela, portanto, nada de deformações. Picasso redespertou o grande desenhista que sempre fora, injetou-lhe um pouco da grandeza das esculturas da antiguidade e ingressou por uma fase neoclássica. E, passou a utilizá-la nos retratos que, tendo como modelos a esposa e o filho (nascido em 1921), realizou no clima sereno da vida em família.

Embora Picasso e Olga só se separassem em 1935, pelo menos dez anos antes a união já estava em crise. Para substituí-la, o artista escolheu Maria Teresa Walther, uma jovem estudante de dezessete anos, bela, loura e esportiva, com quem se ligaria durante a primeira metade da década de 30. Ao que tudo indica, foi um amor vigoroso e bastante sensual.

E é a Maria Teresa – mãe de Maya, nascida em 1935 – que se deve uma fase de glorificação da figura feminina, em que muitas vezes ela desponta resplandecente e despida. Tanto nas séries de gravuras “Minotauromaquia” e “O Atelier do Escultor”, quanto em telas de cores brilhantes e formas opulentas.

Em 1936, Picasso, 55 anos, mas tão inquieto e vital como sempre, conheceu Dora Maar – uma intelectual sensível e complexa, oposta à saudável naturalidade de Maria Teresa. O encanto foi imediato. No dia seguinte, o maduro pintor a cortejava com um desenho delicado, aludindo à diferença de idades e à possibilidade de superá-la. E foi já na companhia de Dora Maar que um dos mais dolorosos episódios da Guerra Civil Espanhola (o bombardeio da aldeia de Guernica) veio surpreendê-lo menos de um ano depois.

Sangue derramado – “Era o homem mais apolítico que eu conheci”, declarou Kanhweiler – que sem dúvida o conheceu bem. E ele mesmo, à pergunta “que é você, do ponto de vista político?”, respoendeu, em outros tempos, com uma blague: “Sou realista. Na Espanha há um rei, logo sou realista”.

Ambas as frases constratam, é evidente, com a imagem mais conhecida de Picasso: um quase ativista, membro do Partido Comunista Francês, autor de um símbolo internacional das esquerdas (a pomba da paz), participante de vários congressos, que jurou não voltar à sua terra enquanto Franco fosse o chefe de Estado. Mas por certo o bombardeio de Guernica está no ponto de partida dessa contradição.

Desde o início da Guerra Civil, Picasso (que sempre se manteve ligado ética e afetivamente a sua pátria) sofreu com o derramamento do sangue espanhol. Suas simpatias pelo lado republicano datavam dos tempos da adolescência. Em benefício da República, vendeu quadros, fez encontros, aceitou o cargo (simbólico) de diretor do Museu do Prado. E no começo de 1937, dispôs-se a fazer um painel a ser enviado pela República espanhola para a próxima Exposição de Paris.

Em 26 de abril de 1937 (quando o tema do painel ainda não fora escolhido), aviões da Luftwaffe alemã atacaram Guernica, em apoio a Franco. Não havia objetivos militares – e a grande vítima foi a população civil. Desabou sobre Picasso um impacto imediato e explosivo. Em menos de um mês, a tela (que mede 7,80 m por 3,50 m) ficou pronta. Dora Maar a fotografou em todos os seus estágios. E as fotos são documentos preciosos não só pelo que revelam do processo criador de um gênio como também pelo ar febril com que ele aparece trabalhando, tenso, atormentado.

Engajamento – É inegável que “Guernica” surgiu como uma reação emocional. E é inegável, também, que seu objetivo político está no mesmo plano: o das reações emocionais. A partir dela, entretanto, Picasso passou a se preocupar diretamente com a questão de seu engajamento concreto. Logo após a libertação de Paris, no fim da Segunda Guerra Mundial, entrava para o Partido Comunista. Mas o fez por princípios humanitários genéricos e não por um princípio ideológico abstrato. Eis suas palavras numa entrevista de 1946: “Quando eu era criança, na Espanha, éramos muito pobres. Aprendi que os comunistas lutavam pelos pobres e isso foi suficiente. Virei comunista”.

Dessa adesão emocional nasceu, talvez, sua necessidade básica de liberdade – e sua impossibilidade de se tornar um homem de partido. Desde a invasão da Hungria, em 1954, as relações entre Picasso e Moscou ficaram tensas. E, em 1966, ele recusou o Prêmio Lênin, quando o embaixador soviético o foi entregar. (Posteriormente, recebeu-o das mãos do escritor Ilya Ehrenburg, seu amigo pessoal.)

Nem a esquerda nem a direita conseguiram perdoar a autonomia reivindicada por Picasso – nem um marciano, um macaco, mas apenas um ser humano, com suas contradições. A esquerda nunca se esqueceu de seus visíveis acessos aristocratizantes, sua solidão orgulhosa da velhice, as riquezas incalculáveis que acumulou, com um indisfarçado gosto pela posse. E por seu lado a direita não lhe esqueceu o ostensivo apoio financeiro ao partido, o engajamento de todo seu prestígio pessoal, suas idas aos congressos e comícios. Não perdeu a chance, inclusive de ironizar, como fez Salvador Dali: “Picasso é espanhol, eu também. Picasso é gênio, eu também. Picasso é comunista, eu também não”.

Como Rafael -– Depois de Dora Maar (que em 1945 perdeu a razão), foi a vez de Françoise Gilot, pintora e escritora, mãe dos filhos mais jovens de Picasso, Claude (nascido em 1947) e Paloma (em 1949), e autora de um best seller agressivo, “Minha Vida com Picasso”, cuja publicação o pintor tentou impedir. E depois de Françoise surgiu Jacqueline Roque – uma francesa divorciada e senhorial com quem Picasso se casou em 1961. Basicamente, as duas ligações foram harmoniosas, tranquilas e frutíferas.

E de ambas nasceu um tipo de obras que se poderiam definir, em termos gerais, pelo título de uma das telas: “A Alegria de Viver”. A tais quadros (em que a família e a natureza voltaram a ser o tema central) Picasso acrescentou também, desde 1955, “variações” pictóricas sobre temas alheios. Passou a tomar quadros dos mestres antigos (como “Mulheres de Algéria”, de Delacroix, o “Almoço na Relva”, de Manet, ou o clássico “As Meninas”, de Velázquez) e a fragmentá-los em pedaços, a suprimir elementos, a reinventá-los em suas formas e em suas cores essenciais. Tratava-se de um jogo imodesto, sem dúvida. Mas por isso mesmo mais significativo.

De fato, Picasso se inscreveu, por conta própria, no processo histórico das artes visuais. E o fez por cima, ao nível dos gênios de outras épocas. Nesse sentido, ele mesmo subscreveria, sem dúvida, o juízo enunciado por “La Stampa” no dia seguinte à sua morte. Como aliás não vacilou um dia em declarar (talvez um pouco como piada): “Aos doze anos, eu podia desnhar como Rafael”.

Não podia, é evidente. Não aos doze. Mas chegou a fazê-lo mais tarde. Com outro tipo de linguagem, com novas armas, com diferentes intenções.

De certa forma, a morte de Picasso, na mesma medida em que o redevolve à sua humanidade, em que o define em suas contradições, valoriza a obra por ele criada. De sua excepcionalidade jamais se duvidou. Como não se duvidará, agora, de que morreu, com ele, o maior inventor de formas do século XX.

* Nome completo: Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Maria de los Remedios Crispiniano de la Santíssima Trinidad Ruiz y Picasso.

(Fonte: Veja, 18 de abril de 1973 -– Edição 241 -– ARTE/ Por Olivio Tavares de Araújo -– Pág; 84/88)

 

 

A Legião Condor, de Adolf Hitler, destrói a aldeia de Guernica e inspira Pablo Picasso a pintar a famosa tela, em 26 de abril de 1937.

(Fonte: Zero Hora – ANO 42 – Nº 14.852 – 26 de abril de 2006 – Almanaque Gaúcho/ Por Olyr Zavaschi – Pág: 54)

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