Osvaldo Soriano, autor de “Quartéis de Inverno” e fundador do jornal “Página 12”

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Autor de “Quartéis de Inverno” e fundador do jornal “Página 12”

Osvaldo Soriano – Autor de “Quartéis de Inverno” e fundador do jornal “Página 12” (Foto: Alchetron/ Divulgação)

O argentino foi o mais notável escritor do país das últimas três décadas 

Osvaldo Soriano (Mar del Plata, 6 de janeiro de 1943 – Buenos Aires, 29 de janeiro de 1997), escritor, um dos mais destacados da literatura contemporânea argentina. Na década de 70, Soriano teve de partir para o exílio por causa do romance Não Haverá Mais Dores Nem Esquecimentos, que tem como pano de fundo a ditadura militar argentina.

Cumprindo o destino de muitos escritores argentinos, entre eles Jorge Luis Borges e Julio Cortazar, Osvaldo Soriano experimentou o sucesso no exterior antes do reconhecimento em seu país.

Suas obras de maior êxito de crítica e de público foram “Não Haverá mais Penas nem Olvido”, “Quartéis do Inverno” e “A Hora Sem Sombra”.

Além da carreira literária, Soriano foi jornalista, sendo um dos fundadores do jornal oposicionista “Página 12”.

Seu primeiro livro editado é de 1973, a novela “Triste, Solitário e Final”.

Depois, Soriano teve que continuar sua carreira na França, onde se exilou após o golpe de estado de 1976. Soriano voltou ao país em 1983, com a volta da democracia Argentina. 

Suas novelas “Não Haverá Mais Penas Nem Olvido” (1980) e “Quartéis de Inverno” (1981) saíram primeiro em versões francesas e italianas, para depois serem editados os originais em castelhano.

 

Cinéfilo
Soriano foi mais cinéfilo até que os diretores que levaram suas obras para a tela: Héctor Oliveira, que filmou “Não Haverá Pena Nem Olvido” (ganhador do Urso de Prata do Festival de Berlim, em 1983) e “Uma Sombra Em Breve Serás”, e Lautaro Murúa, que adaptou “Quartéis de Inverno”.

Um quarto livro seu, “A Seus Pés Rendido um Leão”, teve seus direitos vendidos para a cineasta italiana Lina Wertmuller.

“Em grande medida, eu sou um produto dos filmes”, se definia o escritor.

“Meus personagens falam como John Wayne, se vestem como Humphrey Bogart e pensam que são Gary Cooper.”

A isso se somou a observação da realidade argentina, principalmente dos personagens noturnos de Buenos Aires.

Por essa característica, sua produção é comparada à de Roberto Arlt, autor do início do século que, como Soriano, se dividiu entre a literatura e o jornalismo.

Soriano foi um dos fundadores do jornal “Página 12”. Nos últimos tempos, escrevia semanalmente uma contracapa da publicação -geralmente sobre futebol e seu time, o San Lorenzo de Almagro.

Mar Del Plata e Paris

Soriano nasceu na cidade balneária de Mar Del Plata, mudando-se para Buenos Aires aos 28 anos.

Publicou seu primeiro livro, “Triste, Solitário e Final”, em 1973. Três anos depois, escolheu o exílio em Paris, enquanto o país entrava em seu último regime militar (1976-1983).

Voltou à Argentina com a retomada da democracia e começou a alcançar fama entre os compatriotas, depois de ser um sucesso de vendas e crítica na Europa.

Sua obra literária, porém, ficou interrompida em 12 publicações, e sua vida parou aos 54 anos, completados no último dia 6 de janeiro.

O culpado deve ter sido o cigarro, que sempre o acompanhava. Também sempre o seguiu a paixão pelo cinema, influenciando seu estilo de escrever.

Osvaldo Soriano morreu no dia 29 de janeiro de 1997, aos 54 anos, de câncer no pulmão, em Buenos Aires.

Soriano é classificado como o escritor mais notável surgido nas últimas décadas, mas seu reconhecido pelo meio acadêmico ainda não aconteceu.

Enquanto isso, seus livros estão entre as obras de ficção mais vendidas no país, sendo traduzidas para mais de 15 idiomas.

“As referências ao cinema norte-americano são meramente formais. Dificilmente outro escritor tenha captado como Soriano o tom coloquial e os costumes argentinos”, define outro escritor argentino, Roberto Fontanarrosa.

(Fonte: Veja, 5 de fevereiro de 1997 – Edição 1481 –Datas –Pág; 84)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/1/30/ilustrada/11 – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA – DE BUENOS AIRES – 30 de janeiro de 1997)

 

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – ILUSTRADA – ARGENTINA/ Por RODRIGO BERTOLOTTO de Buenos Aires – 31 de janeiro de 1997)

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