Osvaldo Lima Filho, ex-ministro da Agricultura no governo João Goulart

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Osvaldo Cavalcanti da Costa Lima Filho (Cabo de Santo Agostinho, 26 de abril de 1921 – Recife, 11 de novembro de 1994), ex-ministro da Agricultura no governo João Goulart.
Osvaldo Lima Filho, nasceu no dia 26 de abril de 1921, em Santo Agostinho do Cabo, atual Cabo (PE).

Membro da Ação Integralista Brasileira (AIB) entre 1937 e 1938, no ano seguinte. entrou para a Faculdade de Direito de Recife, bacharelando-se em 1943. Em 1944 foi nomeado promotor público de Surubim (PE) e, em outubro do mesmo ano, foi convidado a chefiar a Delegacia de Ordem Política e Social – DOPS, de Pernambuco.

Com o fim do Estado Novo (1937-1945), foi um dos organizadores do Partido Social Democrático (PSD) em Pernambuco. Após a deposição do presidente Getúlio Vargas em outubro de 1945, foi afastado da DOPS. Em 1947, elegeu-se deputado estadual por Pernambuco na legenda do PSD, participando da elaboração da Constituição estadual. Em 1950, ingressou no Partido Social Progressista (PSP), reelegendo-se deputado estadual em outubro. Em 1954, conquistou uma cadeira na Câmara dos Deputados, ainda pelo PSP. Reeleito deputado federal por Pernambuco em 1958, no final do ano seguinte ingressou oficialmente no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Por ocasião da renúncia do presidente Jânio Quadros (25/08/1961) e da crise gerada pelo veto dos ministros militares à posse do vice -presidente João Goulart, votou a favor da Emenda Constitucional n 4, que solucionou o impasse, instituindo no país o regime parlamentarista. Reeleito deputado federal pelo PTB em outubro de 1962, em junho de 1963, já na fase presidencialista do governo Goulart, assumiu o Ministério da Agricultura. Após o golpe militar que depôs Goulart (31/03/1964), deixou aquela pasta e, de volta à Câmara dos Deputados, no dia 3 de abril pronunciou um discurso no qual acusou as Forças Armadas de pretender instalar uma ditadura fascista no país.

Após a instauração do bipartidarismo, em 1965, ingressou no Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar, pelo qual se reelegeu em 1966. O acirramento das tensões durante o ano de 1968 culminou com a edição, em dezembro, do Ato Institucional nº 5, suprimindo diversas franquias democráticas e reabrindo o processo de cassações de políticos. Em conseqüência, Lima Filho teve seu mandato parlamentar cassado e seus direitos políticos suspensos em janeiro de 1969. Radicado em Recife, foi eleito conselheiro da seção pernambucana da Ordem dos Advogados do Brasil para o biênio 1975-1976.

Recuperou seus direitos políticos em 1979, após a anistia, e, com o fim do bipartidarismo, ingressou no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). No pleito de 1982, foi eleito deputado federal por seu estado. Em 25 de abril de 1984, votou a favor da emenda Dante de Oliveira, que propôs o restabelecimento das eleições diretas para presidente em novembro aquele ano. Como a emenda não foi aprovada, no Colégio Eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, votou no candidato oposicionista Tancredo Neves, eleito novo presidente da República. Contudo, Tancredo Neves não chegou a ser empossado, vindo a falecer em 21 de abril de 1985. Seu substituto foi o vice José Sarney, no exercício interino do cargo desde 15 de março.

Em 1986, nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, Lima Filho obteve apenas uma suplência. Contudo, participou das votações do primeiro turno, quando se sucederam as votações referentes à ordem social. Candidato a mais um mandato em outubro de 1990, obteve apenas uma suplência.

Osvaldo Cavalcanti da Costa Lima Filho faleceu em 11 de novembro de 1994, aos 73 anos, de infarto, no Recife.

(Fonte: Veja, 16 de novembro de 1994 – ANO 27 – N° 46 – Edição 1366 – DATAS – Pág: 132)

(Fonte: http://cpdoc.fgv.br – A trajetória política de João Goulart)

[Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001]
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