O primeiro bebê de proveta do Brasil e da América do Sul

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Na noite de 7 de outubro de 1984, ouviu-se na maternidade de São José dos Pinhais, pequena cidade a 20 quilômetros de Curitiba, o choro do primeiro bebê de proveta do Brasil e da América do Sul.

Anna Paula, uma menina, nasceu com 3,35 quilos e 50 centímetros numa cesariana que durou 1 hora e 20 minutos e conseguiu emocionar o próprio médico obstetra Eldo Ern. Anna Paula é filha da radilogista Ilza Maria Caldeira, 35 anos, cinco filhos no primeiro casamento, e do médico urologista José Antônio Caldeira, que sabia que a proveta era sua única chance.

Em 1979, a radilogista submetera-se a uma cirurgia para a extirpação de suas trompas, comprometidas por uma infecção. Anna Paula e outras 700 crianças que já nasceram em todo o mundo pelo processo da fecundação in vitro são o resultado, de experiências que começaram em décadas passadas e encontraram seu primeiro momento de sucesso na Inglaterra, quando lá nasceu em 1978 a menina Louise Brown, o primeiro bebê de proveta do mundo.

Os bebês de proveta se desenvolvem durante os nove meses regulamentares dentro do útero materno, mas isso acontece depois que os médicos cruzam o óvulo com o espermatozóide num tubo de laboratório. Mílton Nakamura, o médico paulista de 50 anos que há quarenta semanas cruzou um espermatozóide de Caldeira com um óvulo de Ilza, no Hospital Santa Catarina, em São Paulo, onde trabalha. Depois de celebrar esse casamento de células em seu laboratório, Nakamura colocou o embrião que daí resultou no útero da paciente. Nove meses depois, Anna Paula experimentava pela primeira vez seus pulmões na maternidade de São José dos Pinhais, enquanto em São Paulo, fazendo coro ao choro da menina, Nakamura sentia-se tocado pelo nascimento.

 

(Fonte: Veja, 17 de outubro de 1984 – Edição 841 – MEDICINA – Pág: 84/85)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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