Nilton de Souza, cantor e compositor o Niltinho Tristeza, criador de ‘Tristeza’, era ligado ao samba e à folia

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Criador de ‘Tristeza’, Nilton de Souza era ligado ao samba e à folia

 

16.01.2006 – WILLIAM DE MOURA – JB ZN – COMPOSITOR DA IMPERATRIZ LEOPOLDINENSENILTINHO TRISTEZA. – (William de Moura / William de Moura/ Arquivo)

 

Nilton de Souza (15 de outubro de 1936 – Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 2018), cantor e compositor o Niltinho Tristeza

Niltinho é autor dos clássicos “Tristeza/ Por favor vá embora…” e “Liberdade! Liberdade! Abra as asas sobre nós”, samba-enredo campeão da Imperatriz Leopoldinense de 1989, que depois virou abertura da novela “Lado a lado” da TV Globo.

Tristeza foi autor do samba-enredo campeão pela Imperatriz Leopoldinense no carnaval de 1989. A música se tornaria depois tema de abertura da novela Lado a Lado, da TV Globo.

O apelido do compositor veio de sua composição mais famosa, “Tristeza”, de 1963. A letra “Tristeza, por favor vá embora / Minha alma que chora…” foi composta em parceria com Haroldo Lima e regravada diversas vezes desde então.

“Liberdade! Liberdade! Abra as asas sobre nós”

“Liberdade! Liberdade! Abra as asas sobre nós”, de Niltinho Tristeza, Preto Joia, Jurandir e Vicentinho, levou a Imperatriz ao título em 1989 e ganhou o Estandarte de Ouro. A melodia que o encantou não tinha nada a ver com o enredo, sobre o centenário da Proclamação da República.

A transformação da música de amor em samba-enredo foi fácil porque parte da letra original ficou. O início, que era “Vou me perder contigo, amor/ Nos acordes da poesia”, virou “Vem, vem vem reviver comigo amor/ O centenário em poesia”.

Só o refrão final foi criado após a escolha do tema. Tanto a letra quanto a melodia. Longos trechos do original ficaram intactos, como “Surgem os tamborins/ Vem emoção/ A bateria vem/ No pique da canção”.

 

 

O cantor, compositor e violonista Nilton de Souza (Foto: Reprodução )

 

 

Se Nilton veio ao mundo em 1936, Tristeza nasceu em 1963 da inspiração do compositor, mas é injusto atribuir à contribuição do parceiro Haroldo Lobo (1910 – 1965) ao ato somente de encurtar o samba que, na forma original, bem mais longa, foi cantado por Niltinho no bloco Boêmios de Botafogo, agremiação carnavalesca do bairro carioca onde o compositor nasceu. Também carioca, Haroldo Lobo burilou o samba, enxugando uma parte e acrescentando trecho de antiga melodia de autoria dele.

Foi nessa versão revista e reduzida que Tristeza ganhou o Brasil a partir do Carnaval de 1966, três anos após a composição do samba. A gravação original foi feita em 1965 pelo cantor carioca Ary Cordovil (1923 – 1981) para o LP coletivo intitulado Carnaval 1966 (RGE). Devido ao sucesso da música na folia daquele ano, Tristeza ganhou outras vozes ainda em 1966, como as das cantoras Elizeth Cardoso (1920 – 1990) e Maysa (1936 – 1977).

Contudo, o registro que contribuiu para consolidar o estouro do samba em futuros Carnavais foi feito também em 1966 na voz do caloroso cantor paulista Jair Rodrigues (1939 – 2014). Daí em diante, o samba ganhou o Brasil e, na sequência, o mundo em gravações de Sergio Mendes e Astrud Gilberto, feitas na segunda metade da década de 1970 na versão em inglês escrita pelo letrista norte-americano Norman Gimbel e intitulada Goodbye sadness.

Niltinho Tristeza nunca mais teria outro sucesso de alcance mundial, mas o nome do compositor está nos créditos de outra obra-prima do repertório carnavalesco. Em 1988, Nilton fez em parceria com os compositores Preto Jóia, Vicentinho e Jurandir o samba-enredo Liberdade! Liberdade! Abra as asas sobre nós para a escola de samba Imperatriz Leopoldinense, de cuja ala dos compositores Niltinho fez parte (ele compôs outros sambas que foram para a avenida).

 O samba de 1988 venceu o concurso interno da agremiação – sediada no bairro carioca de Ramos onde o compositor viveu boa parte da vida – e rendeu à escola o título de campeã do Carnaval do Rio de Janeiro em 1989. Em 2013, o samba-enredo – já considerado um dos clássicos do gênero – voltou à cena como tema de abertura da premiada novela Lado a lado, exibida pela TV Globo no horário das 18h.
Entre um sucesso e outro, Niltinho compôs relativos hits carnavalescos como Chinelo novo (1970), parceria feita com João Nogueira (1941 – 2000) para o bloco Cacique de Ramos. Os compositores repetiriam a parceria para o bloco carioca em 1971 com a criação de Nosso Carnaval de amor, samba de menor projeção dentro da folia de Ramos.
Com cerca de 30 músicas gravadas e 150 compostas, Niltinho se juntou a outros compositores de escola de samba no álbum coletivo Os Meninos do Rio (Carioca Discos, 2000) e firmou parcerias com artistas emergentes como Leandro Fregonesi, com quem compôs No compasso do meu coração (2004). Contudo, é inegável que o nome de Nilton de Souza permanecerá para sempre ligado – literalmente – ao samba Tristeza. Até porque, se o compositor foi embora, Tristeza continua imortal na memória do Carnaval.

Nilton de Souza morreu aos 79 anos, em 10 de fevereiro de 2018, no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro.
(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura – CULTURA / POR OGLOBO – 10/02/2018)

(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia – NOTÍCIA / Por G1 Rio – 

(Fonte: https://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira – MÚSICA / Por Mauro Ferreira, G1 – 

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