Ney Maranhão, foi prefeito de Moreno, quatro vezes deputado e senador por Pernambuco

0
Powered by Rock Convert

Defensor de Collor em 1992

Ney Maranhão (Foto: Vitor Tavares / G1)

Ney Maranhão, foi defensor de Collor em 1992. (Foto: Vitor Tavares / G1)


Defensor de Collor no impeachment

Ney Maranhão (Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, 10 de dezembro de 1927 – Recife, 11 de abril de 2016), foi prefeito de Moreno, quatro vezes deputado e senador por Pernambuco, à época filiado ao PRN, notabilizou-se por participar da “tropa de choque” no Congresso contra o impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992.

Ney de Albuquerque Maranhão foi prefeito de Moreno (Região Metropolitana), deputado federal por quatro legislaturas e senador da República de 1988 a 1995. Também ocupou cargo de assessor especial do ex-presidente Fernando Collor de Melo e foi presidente da Câmara de Comércio Brasil/China Mercosul Pacífico.

O pernambucano foi um dos três únicos senadores a votar contra o impeachment, quando o Senado analisou o tema, em dezembro daquele ano. Expoente do baixo clero, era famoso por sua indumentária, sempre de terno branco e de alpercatas de couro. Maranhão chegou ao senado como suplente, na vaga de Antonio Faria, falecido em 1988.

Maranhão ficou famoso durante um período muito conturbado da recente história política do Brasil: o impeachment do ex-presidente Fernando Color de Mello. Com seu terno de linho e suas sandálias de couro inseparáveis, ele ficou conhecido por integrar a ‘tropa de choque colorida’. Foi um dos três senadores que votaram contra o impedimento do ex-chefe do Executivo nacional.

Era chamado de “senador boiadeiro’ e ganhou fama nacional pela defesa das relações entre o Brasil e a China. Frasista e contador de histórias, Maranhão adorava os causos do interior de “antigamente”. E do folclore envolvendo as velhas figuras do passado, como do pai, Constâncio Maranhão. Ney costumava dizer o que o pai não gostava de cachorros. Por isso, andava com uma onça. Colocava o bicho no banco do carro e saía.

Do pai, Ney também fazia questão de lembrar os conselhos. Dizia que Constâncio o ensinou a ter palavra, ser grato e não adular macho. Ressaltava, sempre com bom humor,  os dois mais polêmicos. ‘Quando conselho não resolve, cacete funciona. Quando cacete não resolve, o 38 funciona.’

Ney Maranhão, 88 anos, morreu em 11 de abril de 2016, no Hospital Jayme da Fonte, nas Graças, no Recife. Ele estava com um câncer no fígado, descoberto em fevereiro. O corpo de Ney Maranhão foi velado na Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Repercussão

Pelas redes sociais, os políticos manifestaram apoio aos familiares do ex-senador. O primeiro foi Adilson Gomes Filho, prefeito de Moreno. “Nossos sentimentos à familia e aos amigos”, escreveu.

No Twitter, o ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Melo lamentou a perda do político, que ele chamou de amigo. “Homem valente, destemido e leal que nunca abriu mão de suas convicções, nem se afastou dos amigos. Minha gratidão e admiração pela sua bravura e solidariedade serão eternas”.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse em nota que a trajetória do ex-senador é  uma “referência indispensável”. Destacou ainda características do político. ” Coragem, lealdade, fidelidade e autenticidade foram, sem nenhuma dúvida, as marcas de sua passagem pela vida pública. Além disso, destaco sua dimensão humana, o gosto pelo convívio com os amigos, o bom humor e o excelente contador de histórias. Sem dúvida, uma grande perda”.

O vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB) também lamentou a morte do ex-senador. “Tristeza pela morte, hoje, do amigo ex-senador Ney Maranhão.”

O deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) também usou as redes sociais para falar sobre a morte de Maranhão: “Lamento. Entre o polêmico e folclórico, um político de relacionamento honesto, cordial com outros parlamentares”, disse o pernambucano.

O presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), enviou nota oficial: “É com pesar que lamento a morte do ex-senador Ney Maranhão ocorrida nesta segunda-feira. Prefeito da cidade de Moreno, no grande Recife, foi deputado federal por quatro legislaturas pelo PTB. Maranhão foi perseguido e cassado pela ditadura militar em 1964. Com idéias firmes, era um grande contador de histórias e defensor das relações entre Brasil e China”, afirmou.

Em nota, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) disse que era amigo pessoal de Ney e o classificou como “um chefe de família extraordinário e uma pessoa muito afetiva”. Ele ainda comentou que “como prefeito de Moreno e como parlamentar, deputado federal e senador da República, sempre defendeu aquilo que acreditou. Sua energia e seu foco sempre estiveram dedicados a assuntos e temas que ele realmente acreditava. Viveu bem a vida. É uma perda que será muito sentida por todos nós”.

Bastante emocionado, o ex-governador Gustavo Krause ficou sabendo da morte de Ney Maranhão pela reportagem do G1. Com voz embargada, ressaltou o homem corajoso e leal que foi o ex-senador. “A admiração que tenho por ele vem do meu pai. Meu pai era amigo de Ney, uma relação afetuosa, e isso se desdobrou para mim. Estou profundamente triste. A lembrança dele não vai se apagar, ela vai se agregar a lembrança que tenho do meu pai”, completou.

(Fonte: http://www.valor.com.br/politica/4519320 – POLÍTICA – VALOR ECONÔMICO – 11/04/2016)

(Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2016/04 – Pernambuco – Do G1 PE – 11/04/2016)

Powered by Rock Convert
Share.