Nelson Rockefeller, ex-governador de Nova York por três mandatos consecutivos (1958-1973)

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O império sem Rocky

Nelson Aldrich Rockefeller (Maine, 8 de julho de 1908 – Nova York, 26 de janeiro de 1979), ex-governador de Nova York por três mandatos consecutivos (1958-1973) e ex-vice-presidente dos Estados Unidos no governo Gerald Ford (1913-2006) – dois entre os inúmeros cargos públicos que ocupou em 70 anos de vida.

Era o mais celebrado membro do clã dos Rockefeller – uma dinastia financeira cujo nome corre mundo como sinônimo de riqueza e poder.

 

OBSTÁCULO – “Afinal, quando se pensa em tudo que tive e tenho, que mais poderia eu desejar na vida?”, costumava repetir Rocky para justificar sua obsessão pela Casa Branca. Mas, apesar de toda a fortuna dos Rockefeller – calculada em 20 bilhões de dólares, um oitavo do Produto Nacional Bruto do Brasil -, a Presidência teimou em escapar, por três vezes, das mãos de Rocky.

É possível que, ironicamente, a própria riqueza tenha se convertido em obstáculo. Mais que o comum dos políticos, um Rockefeller haveria de viver sempre sob intenso escrutínio. Mas a barreira principal na carreira de Nelson Aldrich Rockefeller foi certamente sua própria ambivalência.

Ele era membro do Partido Republicano, como convém a um magnata de tal porte. Porém, para fugir à caracterização de defensor unicamente de interesses empresariais, adotou muitas vezes uma postura liberal.

Mesmo sua atuação como governador de Nova York, quando quadriplicou as despesas públicas, aproximava-o mais de seus oponentes democratas que dos colegas republicanos. Era natural, portanto, que a maioria conservadora do partido lhe negasse a indicação à Presidência. Esta rejeição foi particularmente penosa para Nelson em 1964. Como se não bastasse as dificuldades políticas, ele vinha de abrir mais um flanco para seus críticos: dois anos antes divorciara-se de Mary Todhunter Clark, com quem fora casado durante 32 anos e tivera cinco filhos, para casar-se com a Magaretta Murphy, ou “Happy”.

 

VAIAS -– Foi mais munição para a ala conservadora do Partido Republicano, que entregou seu apoio ao concorrente Barry Goldwater (1909-1998). Ainda assim, Rockefeller apresentou-se à convenção para a escolha do candidato republicano – e a oposição chegou a tal ponto que ele quase foi impedido de falar. Por vaias.

Mas, afinal, que necessidade tinha Nelson Rockefeller em ocupar pessoalmente a Casa Branca quando sua família detinha outras alavancas de poder? Um exemplo: Rocky nunca foi secretário de Estado, mas todos os ocupantes do cargo, desde 1949, até hoje (1979), foram ou funcionários das organizações Rockefeller ou de firmas intimamente associadas aos negócios da família.

Na política interna americana, como não poderia deixar de ser, a influência da família manifesta-se de forma ainda mais determinante. Por um lado, os Rockefeller souberam requisitar para seu serviço alguns dos principais cérebros americanos, como é o caso do também ex-secretário de Estado Henry Kissinger. De outro, a própria terceira geração do cl㠖 da qual faz parte Rocky – revelou-se rica em talentos. Unindo a atuação de Nelson na área política às esferas de influência de seus quatro irmãos, a família estendeu seu poder a todos os setores da vida americana – ou melhor, do mundo.

 

PERSEGUIÇÃO –- Senão vejamos. Rocky interessava-se particularmente pela América Latina e a este continente dedicou a maior parte de seus investimentos (sua fortuna pessoal é avaliada em 500 milhões de dólares). Seu irmão mais velho John Davidson III (1906-1978), especializou-se em questões asiáticas, tendo servido no governo americano de ocupação do Japão após a Segunda Guerra Mundial. O terceiro irmão, Laurence, é o empresário por excelência. Seu campo e especialização é a aviação civil e militar (Eastern Airlines, McDonnel Aircraft Corporation), e tem maciços investimentos em Porto Rico.

O irmão mais jovem, David, é o presidente do Chase, um dos maiores bancos do mundo, e, além das finanças, atraem-no assuntos do mundo árabe. O quinto irmão, Winthrop, morto em 1973, foi a princípio a ovelha negra da família. Não chegou a completar curso superior e inventou de lutar mesmo no Pacífico durante a última guerra – ao contrário dos demais, que se contentaram com funções militares administrativas. Winthrop também fugiu à regra familiar ao casar-se com uma mulher sem fortuna, “Bobo” Sears. Na maturidade, porém, voltou ao redil: comprou fazendas de gado no Estado de Arkansas e fez-se governador.

“Os irmãos” – como é conhecida esta geração – são netos do lendário John Davidson Rockefeller, o fundador da Standard Oil Company, empresa matriz de um império que se estenderia depois ad infinitum em ferrovias, oleodutos, refinarias, bancos, mineração. Ele foi o gênio da fase monopolista do capitalismo inaugurada na segunda metade do século 19.

Mais que todos os homens de negócio de sua época, soube caminhar a favor do vento, investindo na constituição de grandes trustes. Em 1882, a Standard Oil – depois Exxon – controlava 95% da capacidade de refinação nos Estados Unidos. Mas John Davidson Rockefeller, que viveu 97 anos, foi também um homem execrado por muitos de seus contemporâneos. Perseguido por investigações governamentais e sob ataque constante da imprensa, devido a seus métodos de enriquecimento, ele raras vezes aparecia em público.

 

NOVA IMAGEM –- O criador do mito Rockefeller teve apenas um filho homem, John Davidson Junior – até certo ponto a antítese do pai. Sem pendores para a política ou os negócios, dedicou-se a uma tarefa até então completamente relegada: prestigiar o nome da família. Por meio de doações, filantropia e um exército de jornalistas e publicitários de primeiríssimo time, transformou a funda antipatia popular despertada por seu pai em uma espécie de respeito reverencial pelo clã. De certo modo, a mudança acompanhava as transformações em curso no país. Quando “os irmãos” nasceram, já faziam parte da “nova aristocracia” americana.

Não por acaso, a quarta geração Rockefeller, “os primos” – os nove filhos e catorze filhas dos “irmãos” -, também reflete, em sua diversidade, as tendências mais profundas da sociedade americana de hoje. Entre eles há todas as gamas do espectro político – de marxistas a ultraconservadores. Há uma feminista – Abby, filha de David -, um militante da causa ecologista – “Larry”, filho de Laurence -, uma defensora da volta ao primitivismo – Marion, filha de Laurence, que vive em extrema pobreza no norte da Califórnia. Há também simples cidadãos americanos, empresários e pelo menos um político disposto a seguir as pegadas do tio Nelson: John (Jay) Davidson Rockefeller IV, governador do Estado de West Virginia. John D. IV, porém, é membro do Partido Democrata.

O telefonema recebido pela central de pronto-socorro da polícia de Nova York, às 23 horas e 16 minutos, dia 26 de janeiro, parecia igual a centenas de outros. Quando a ambulância chegou ao local indicado, a vítima já estava morta – mas isso também não chegava a ser inusitado naquele tipo de serviço. Surpreendente foi a identidade do morto: ninguém menos que Nelson Rockefeller, ex-governador de Nova York.

Acima de tudo, porém, o homem que fora socorrido como um anônimo era o mais celebrado membro do clã dos Rockefeller. Quando morreu, Nelson Rockefeller trabalhava na redação de um livro sobre sua coleção de obras de arte, avaliada em 37 milhões de dólares. Ela ocupava a maior parte de seu tempo e energia desde que “Rocky”, como era conhecido, se retirou da vida pública em 1976. Foi o ano em que desistiu de continuar perseguindo o sonho de uma longa carreira de político: a Presidência dos Estados Unidos. Morto o ex-vice-presidente, a família Rockefeller perdeu sua maior vocação política.
(Fonte: Veja, 7 de fevereiro de 1979 – Edição 544 – ESTADOS UNIDOS/ Por Selma Santa Cruz – Pág; 32/33/34)

 

 

 

Rockefeller é escolhido vice

O presidente dos EUA, Gerald Ford, deu o primeiro passo à reeleição dia 20 de agosto de 1974, ao anunciar Nelson Rockefeller como vice-presidente. Ele é considerado o homem que tem condições de unir o Partido Republicano em torno de Ford após o escândalo de Watergate.

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 17.846 – 21 de agosto de 2014 – HÁ 40 ANOS EM ZH – Pág: 40)

 

 

 

Nelson Rockefeller, o amigo americano do Brasil nos anos 60

Nelson Rockefeller (Maine, 8 de julho de 1908 – Nova York, 26 de janeiro de 1979), político e empresário, governador de Nova York e irmão de Winthrop Rockefeller (1912-1973), político e filantropo, ex-governador de Arkansas (1966/70), filhos de John D. Rockefeller Jr.
(Fonte: Veja, 28 de fevereiro, 1973 –- Edição 234 – DATAS – Pág; 13)
(Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer – Notícias – Cultura – da Redação – estadao.com.br – 26 de julho de 2008)
(Fonte: Veja, 10 de fevereiro de 1982 – Edição 701 – CULTURA/ Por Selma Santa Cruz, de Nova York – Pág; 60/62/63)

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