Montserrat Caballé, diva mundial da ópera, soprano espanhola considerada por muitos críticos como a melhor soprano do século 20

0
Powered by Rock Convert

A artista espanhola Montserrat Caballé era considerada a melhor soprano do século 20 e uma das últimas grandes divas da ópera e ganhou um Grammy e a distinção Príncipe das Astúrias das Artes, em 1991.

 

 

Foto de 17 de novembro de 2006 mostra a soprano espanhola Montserrat Caballe (à esquerda) durante apresentação com a sua filha, Montserrat Marti, no aniversário de seus 50 anos de palco, comemorados em Basel, na Suíça — (Foto: Georgios Kefalas/Keystone via AP)

 

 

Cantora foi uma das principais artistas da ópera na segunda metade do século 20 e ganhou fama mundial após gravar disco com o cantor Freddie Mercury

 

 

María de Montserrat Bibiana Concepción Caballé i Folch (Barcelona, 12 de abril de 1933 – Barcelona, 6 de outubro de 2018), diva mundial da ópera, soprano espanhola considerada por muitos críticos como a melhor soprano do século 20.

 

A soprano espanhola foi uma das principais cantoras líricas da segunda metade do século XX, que teve sua carreira marcada por interpretações marcantes do grande repertório, que fizeram dela presença constante nos principais palcos do mundo.

 

Montserrat Caballé, diva mundial da ópera, teve uma brilhante carreira de mais de meio século, que deslumbrou com interpretações de Puccini e Verdi nos palcos mais prestigiados.

 

No início dos anos 1990, sua fama extrapolou o mundo da ópera com a gravação de um disco de canções ao lado de Freddie Mercury, líder da banda Queen.

 

Caballé ganhou um Grammy e o Príncipe das Astúrias das Artes, a mais alta distinção concedida na Espanha, em 1991.

 

Caballé dividiu o palco com todos os grandes artistas e disse na mesma entrevista ao jornal espanhol ter uma química especial com três deles: Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras.

A cantora catalã dividiu o palco com Luciano Pavarotti, Placido Domingo e José Carreras, e se apresentou nos teatros mais prestigiados do mundo, tais como a Staatsoper de Viena, La Scala de Milão, a Ópera de Paris, Covent Garden de Londres, o Bolshoi de Moscou ou o Teatro Colón de Buenos Aires.

 

 

Sua primeira grande oportunidade nos palcos, responsável por lançá-la em definitivo, foi a ópera Lucrezia Borgia, de Donizetti, que ela cantou em Nova York em 1965 substituindo de última hora outra soprano. Desde então, suas interpretações para peças do período do bel canto tornaram-se referência.

O início foi complicado para esta mulher, nascida em 12 de abril de 1933 em Barcelona, ​​em uma família muito modesta e mãe da soprano Montserrat Martí.

Problemas econômicos quase a obrigam a deixar a música. Mas, graças ao patrocínio de um empresário do setor têxtil, conseguiu se formar no Liceo de Barcelona, ​​que sempre considerou sua casa e onde se apresentou mais de 200 vezes.

Estreou na Ópera Basileia (Suíça) em 1956 com “La Bohème”, de Giacomo Puccini, e depois de viver dois anos em Bremen (Alemanha), em 1962, estreou com a ópera “Arabella”, de Richard Strauss, em seu amado Liceo.

 

 

Três anos depois, conquistou Nova York quando teve que substituir Marilyn Horne em “Lucrecia Borgia” de Donizetti.

Montserrat Caballé não se limitou à ópera. Em 1988, surpreendeu o mundo ao gravar com Freddie Mercury, o vocalista do Queen, o álbum “Barcelona”. O single desse álbum se tornaria o hino dos Jogos Olímpicos de 1992 na capital catalã.

“Quando Manon Lescaut cantou com Plácido Domingo, que foi maravilhoso, ele me disse que descobriu um novo mundo cantando comigo e aconteceu a mesma coisa comigo. Com José Carreras eu tive um relacionamento muito especial, ficamos encantados ouvindo um ao outro. E, com Luciano Pavarotti, era como um pai”, afirmou a soprano.

Outro destaque de sua trajetória foi a interpretação, ao lado de Freddie Mercury, da canção Barcelona, hit de 1987. Após a morte de Mercury, a canção foi tema da abertura dos Jogos Olímpicos de 1992.

A soprano estreou profissionalmente em 1956, fez mais de 4 mil apresentações e era uma das últimas grandes divas da ópera – homeagem que ela rejeitou, em entrevista ao El País em 2014:

Eu não me considero uma lenda da ópera, nem a última diva, como os jornalistas às vezes escrevem. Cada época tem seus divos e, no meu caso, a única coisa que fiz foi fazer bem o meu trabalho, da melhor forma possível, no mais alto nível”.

 

 

 

Os últimos anos da vida da cantora foram difíceis por problemas de saúde (acidente vascular cerebral e uma concussão em 2012 e 2013, respectivamente).

Também teve problemas com o Tesouro, reconhecendo em 2010 que deixou de pagar ao fisco mais de meio milhão de euros, cobrando vários concertos realizados no exterior através de uma empresa instrumental domiciliada em Andorra.

 

 

Após um acordo com a justiça espanhola, em dezembro de 2015 foi condenada a seis meses de prisão, uma sentença que não precisou cumprir, e a uma multa de mais de 250.000 euros.

 

Com o tempo, ela atuaria em 90 óperas, num total de mais de 4 mil performances. Nos anos 1980, se uniu ao tenor José Carreras em uma série de registros de óperas como Lucia di Lammermoor e Tosca, regida por Colin Davis. Seu legado discográfico tem ainda marcos como Don Carlo (com Carlo Maria Giulini), Turandot (com Zubin Mehta), Norma (com Richard Bonynge), Andrea Chenier (com Riccardo Chailly), Mefistofele(com Oliviero de Fabritis), I Pagliacci (com Nello Santi) e Elisabetta, Rainha da Inglaterra (com Gianfranco Masini), entre outros registros.

 

 

Nos últimos anos, somou-se à sua trajetória uma polêmica provocada por problemas com o fisco espanhol. Em dezembro de 2015, após longa batalha judicial, ela foi considerada culpada por evasão fiscal e condenada a seis meses de prisão e a pagar uma multa de cerca de R$ 800 mil.

 

 

Diversos artistas celebraram, após a notícia da morte de Caballé, a vida e a obra da soprano. O tenor José Carreras disse na manhã deste sábado que “de todas as sopranos que ouvi ao vivo, não ouvi ninguém como Caballé”. “Era uma artista única, que me ajudou no início de minha carreira como tenor. Era vital, muito sensível, com uma versatilidade única. Esta foi uma das notícias mais tristes que poderia receber”, disse o tenor à Rádio Catalunya.

 

 

Em entrevista ao El País, o tenor Plácido Domingo afirmou que a morte da soprano foi uma surpresa. “Com grande tristeza recebemos uma notícia como essa. A morte de uma grande cantora espanhola, catalã, de grande qualidade humana. É uma tristeza muito grande”.

 

 

Guitarrista do Queen, Brian May disse em sua conta no Instagram que “Caballé foi uma inspiração para nós todos, mas em especial para Freddie”. “Sua voz maravilhosa estará sempre conosco”.

 

 

Uma das principais artistas da nova geração, a soprano Pretty Yende também lamentou a morte de Caballé. No Twitter, ela a definiu como “uma lenda e uma alma maravilhosa”.

Montserrat Caballé morreu em 6 de outubro de 2018 no Hospital Sant Pau, em Barcelona. Caballé, que tinha de 85 anos, estava internada desde setembro devido a um problema na vesícula.

 

Repercussão

 

Vozes do mundo da política e da cultura lamentara a morte de Caballé. O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, classificou a perda de uma “triste notícia”. “Morreu uma grande embaixadora do nosso país, uma soprano de ópera reconhecida internacionalmente. Montserrat Caballé, sua voz e sua doçura permanecerão sempre conosco”, escreveu no Twitter.

O rei da Espanha, Felipe 6º, expressou suas condolências pela morte da soprano. Caballé foi “a grande dama da ópera, uma lenda da cultura universal, a melhor entre os melhores”, disse o monarca por meio de sua conta oficial no Twitter. “Sua personalidade e sua voz inigualável vão nos acompanhar para sempre.”

O Teatro do Liceu de Barcelona, onde Caballé atuou mais de 200 vezes, também se manifestou, lamentando a morte “de uma das sopranos mais importantes da história”.

“De todas as sopranos que escutei ao vivo em teatros, nunca escutei ninguém cantar como Caballé”, disse o tenor espanhol José Carreras em entrevista radiofônica concedida em 6 de outubro.

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2018/10/06 – POP & ARTE – NOTÍCIA / Por G1 – 06/10/2018)

(Fonte: https://istoe.com.br – EDIÇÃO Nº 2546 – MUNDO / Por AFP – 06/10/18)

(Fonte: https://cultura.estadao.com.br – CULTURA / Por João Luiz Sampaio – 06 Outubro 2018)

(Fonte: Zero Hora – ANO 55 – N° 19.213 – 8 de outubro de 2018 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 35)

Powered by Rock Convert
Share.