Mendonça, ex-meia e ídolo do Botafogo, com passagens também por Palmeiras, Portuguesa e Grêmio

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Ídolo do Botafogo

 

Milton da Cunha Mendonça | (Foto: TARDES DE PACAEMBU / DIREITOS RESERVADOS)

Ex-meia e ídolo alvinegro com passagens também por Palmeiras e Portuguesa

 

 

Milton da Cunha Mendonça (Rio de Janeiro, 23 de maio de 1956 – 5 de julho de 2019), ex-meia e ídolo do Botafogo de 1970 e 1980 e que colecionou passagens também por clubes como Palmeiras, Santos e Grêmio,

 

Mendonça se tornou ídolo do clube de General Severiano nas décadas de 70 e 80. Ele nasceu em 23 de maio de 1956, e atuou no Alvinegro entre 1975 e 1982. Além do Botafogo, ele defendeu clubes como Palmeiras, Santos e Grêmio.

Curiosamente, Mendonça ganhou o status de ídolo do Botafogo sem ter conquistado títulos pelo clube – que ficou de 1968 a 1989 sem levantar taças. Um dos momentos mais celebrados da carreira de Mendonça em General Severiano foi a vitória por 3 a 1 sobre o Flamengo em 1981, pelas quartas de final do Campeonato Brasileiro. Ele marcou o terceiro gol da partida, um golaço, após um drible espetacular em Júnior e o toque de craque na saída de Raul. O drible foi apelidado de “baila comigo”.

Mendonça era um meia clássico, o típico 10 apesar de usar o número 8, e excelente cobrador de faltas. Ele chegou ao time principal do Botafogo através de Telê Santana. Em entrevista ao site “Museu da Pelada”, Mendonça chegou a dizer:

– Não sei porque a torcida do Botafogo gosta tanto de mim. Nunca dei um título a eles.

Sobre o gol no Flamengo de 81, afirmou:

– Acho que ele (Júnior) também nunca vai esquecer aquele dia. Tenho certeza que toda vez que deita para dormir ele pensa em mim.

Ligação familiar com o futebol

 

 

A ligação de Milton da Cunha Mendonça com o futebol veio de família: seu pai, que também adotara o nome Mendonça, foi zagueiro do Bangu na década de 1950. Porém, após dar seus primeiros passos no Alvirrubro, o meia, ainda júnior, migrou para o clube no qual seu coração bateria mais forte: o Botafogo.

 

 

No panteão do Glorioso

 

“Eu não sou jogador do Botafogo, eu sou torcedor do Botafogo”.

 

Mendonça subiu para os profissionais do Glorioso em 1975 e não demorou a se tornar ídolo e titular absoluto da equipe. Embora não tenha encerrado a seca de títulos importantes do Botafogo que já durava desde 1968, o meia logo caiu nas graças da torcida alvinegra e entrou no panteão de ídolos do clube.

 

Além de ter o Torneio Início de 1977 como seu único título oficial, o armador deixou lembranças de gols e de boas atuações para os botafoguenses. Ao lado de nomes como Paulo César Caju, Rodrigues Neto e Dé, Mendonça fez parte da equipe que obteve uma invencibilidade de 52 jogos entre 21 de setembro de 1977 e 16 de julho de 1978.

 

O gol mais lembrado ocorreu nas quartas de final do Brasileiro de 1981. O Botafogo encarava o Flamengo quando Mirandinha lançou o meia. Mendonça entortou Júnior e tocou na saída de Raul, decretando a vitória por 3 a 1 do Botafogo sobre o campeão brasileiro do ano anterior. A jogada ficou conhecida como “Gol Baila Comigo” (canção interpretada por Rita Lee que, à época, também dava nome a uma novela da Rede Globo).

 

 

Naquela competição, o Alvinegro esteve bem perto de chegar à decisão. Após vencer por o São Paulo por 1 a 0, o Botafogo viu Mendonça e Jérson estenderem a vantagem do Botafogo. Contudo, após 28 minutos de intervalo, os são-paulinos viram o sonho do título acabar com a derrota para 3 a 2. Saiu de General Severiano em 1982 sem títulos de ponta, mas com um histórico de 118 gols em 342 jogos.

 

Colega de Tite: ciclos em outros clubes

 

 

Após deixar o Botafogo, Mendonça atuou por duas temporadas na Portuguesa. Além de atuar com atletas como Roberto César e Edu Marangon, o meia teve no Canindé outro colega que ganhou renome: o então meio-campista Tite, que se destacou marcando gols e, décadas depois, se tornou o treinador da Seleção Brasileira.

 

Em seguida, foi negociado para o Palmeiras, onde novamente conviveu com o desafio de quebrar uma seca de títulos (a equipe não era campeã desde 1977). Mendonça participou do elenco que levou o Verdão à final do Paulistão de 1986. Mas a equipe, que tinha nomes como Mirandinha e Éder Aleixo, viu seu sonho frustrado com a derrota por 2 a 1 para a Inter de Limeira, no Morumbi.

 

No ano seguinte, desembarcou na Vila Belmiro, com a responsabilidade de ser o camisa 10 do Santos. Atuando ao lado de nomes como Rodolfo Rodríguez e César Sampaio, conquistou o Torneio de Marselha em uma excursão com a equipe na Europa. Saiu ao fim de 1988, também sem títulos de ponta, mas deixando seu futebol elegante e uma tarde emblemática para os corações santistas lembrarem: em um clássico diante do Palmeiras, Mendonça marcou dois gols de voleio.

 

Em seu currículo, o meia ainda tem clubes como a Inter de Limeira (no qual atuou no ano em que a equipe voltava à elite do Brasileirão), Al-Sadd (QAT) e um breve e afetivo retorno ao Bangu, equipe no qual iniciara sua trajetória. Em 1991, Mendonça acertou sua transferência para o Grêmio, mas guardou uma lembrança cruel: além de perder espaço, o Tricolor gaúcho não engrenou no Brasileirão e amargou a queda para a Série B.

 

 

Depois, o meia colecionou passagens pelo Internacional de Santa Maria (RS), Fortaleza, América-RN, até pendurar suas chuteiras no Barra Mansa (RJ).

 

 

Luta contra o alcoolismo

 

 

Após deixar os gramados, o ex-jogador teve de conviver com a luta contra o alcoolismo. Sem a rotina dos treinos, o hábito de Mendonça beber foi se acentuando, a ponto de ele deixar de fazer suas refeições para consumir bebida alcoólica.

 

 

O vício já culminara em um quadro gravíssimo: com sérias lesões hepáticas, Mendonça foi internado na UTI, com risco de morte. O ex-jogador contou com a amizade de Adilio, ex-meia do Flamengo, na luta contra o álcool: graças ao rubro-negro, o meia botafoguense foi internado em uma clínica de reabilitação no Rio de Janeiro em 2017.

À época, Mendonça recebeu visitas e ajuda do ex-jogador Wilson Gottardo, o ex-dirigente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, e do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, foram visitá-lo na clínica de reabilitação durante os 40 dias em que ficou internado.

No entanto, o ex-meia teve constantes recaídas de sua dependência de bebida alcoólica. Em maio de 2019, Mendonça passou por um novo drama: ao cair de uma escada na estação de trem na Estação Guilherme da Silveira, teve um ferimento profundo causado por um vergalhão e sofreu outras duas fraturas.

 

Mendonça faleceu em 5 de julho de 2019, aos 63 anos. O ex-meia, que estava internado no CTI do Hospital Albert Schweitzer após cair de uma escada na estação de trem Guilherme da Silveira, em Bangu, teve uma piora em seu quadro na última quinta-feira, devido a uma infecção grave.

Com fígados e rins comprometidos, Mendonça estava em choque séptico e o quadro não pôde ser revertido mesmo com antibióticos.

 

Assim que o acidente ocorreu, foi removido para o Hospital Albert Schweitzer e submetido a uma cirurgia de emergência, pois perdera muito sangue.

(Fonte: https://www.terra.com.br/esportes/lance – ESPORTES / LANCE! / BOTAFOGO – 5 jul 2019)

(Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia – FUTEBOL / TIMES / BOTAFOGO / NOTÍCIA /  Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro – 05/07/2019)

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