Maria Eugénia Pinto do Amaral, atriz portuguesa que ficou conhecida pelo filme “A Menina da Rádio”

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Apesar de uma curta carreira no cinema, Maria Eugénia entrou em alguns dos filmes mais icónicos da década de 40 — a época de ouro do cinema português — contracenando com atores como António Silva e Milú. Ficou na memória dos portugueses como “a menina da rádio”.

Maria Eugénia teve uma carreira curta no cinema português e espanhol DR

Maria Eugénia teve uma carreira curta no cinema português e espanhol DR

Maria Eugénia Rodrigues Branco Pinto do Amaral (Lisboa, 1 de abril de 1927 – Lisboa, 25 de agosto de 2016), atriz portuguesa que se celebrizou aos 17 anos como protagonista do filme A Menina da Rádio

Conhecida como “a menina da rádio” desde que protagonizou em 1944, ainda adolescente, o filme homônimo de Arthur Duarte, a atriz e cantora Maria Eugénia, que contracenou com os grandes nomes do cinema da época, como António Silva, Ribeirinho, Laura Alves (1921-1986) ou Milú.

Com uma carreira curta no cinema, da qual desistiu no final dos anos quarenta, quando se casou com o médico António Pinto do Amaral, Maria Eugénia Rodrigues Branco Pinto do Amaral, a Geninha de A Menina da Rádio, participou, ainda assim, em mais dois filmes de Arthur Duarte: a produção luso-espanhola O Hóspede do Quarto Treze (1946), onde interpreta uma jovem de coração puro, filha de um banqueiro, que salva do suicídio um duque afundado em dívidas de jogo, e O Leão da Estrela, uma das mais bem-sucedidas comédias portuguesas da época, onde volta a fazer o papel de rapariga ingênua, contracenando com António Silva e Milú, cuja carreira juvenil como cantora na rádio inspirara o filme de Arthur Duarte.

Atriz portuguesa Maria Eugénia Pinto do Amaral, que se celebrizou aos 17 anos como protagonista do filme “A Menina da Rádio” (1944) - (Foto: Ilustração Portugueza/Divulgação)

Atriz portuguesa Maria Eugénia Pinto do Amaral, que se celebrizou aos 17 anos como protagonista do filme “A Menina da Rádio” (1944) – (Foto: Ilustração Portugueza/Divulgação)

Maria Eugénia entrou ainda em alguns filmes espanhóis, como Héroes del 95, de Raúl Alfonso, um filme histórico baseado em factos reais cuja ação decorre em Cuba, e Quando os Anjos Dormem Conflito Inesperado, ambos de Ricardo Gascón (1910–1988). No primeiro contracena com o galã italiano Amedeo Nazzari (1907-1979), através do qual recebe um convite para trabalhar com Vittorio De Sica, que recusará.

Filha do músico Francisco José da Silva Branco e de Lara Augusta da Silva Rodrigues, Maria Eugénia nasceu em Lisboa no dia 1 de abril de 1927. Ficou sobretudo conhecida pela sua meteórica passagem pelo cinema português e espanhol, mas chegou também a trabalhar na rádio.

Casou-se com António Pinto do Amaral, de quem foi segunda mulher, e com quem teve dois filhos, Alcino Pinto do Amaral, que morreu aos vinte anos num acidente rodoviário, e o poeta, ensaísta, tradutor e professor de literatura Fernando Pinto do Amaral.

A investigadora Rute Silva Correia publicou em 2011 uma biografia da atriz, Maria Eugénia, A Menina da Rádio, publicada pela Oficina do Livro e prefaciada por Júlio Isidro. Na reportagem televisiva do lançamento, o apresentador nota que o filme A Menina da Rádio foi já visto por quatro gerações de espectadores e diz que Maria Eugénia é um “cometa” que passou pelo nosso cinema por uns breves quatro anos, mas deixou “um rastro que perdura até hoje”.

A atriz Carmen Dolores sublinhou na mesma ocasião que, logo em A Menina da Rádio, o filme que a revelou e celebrizou – faz de filha de António Silva –, Maria Eugénia tem “uma naturalidade, uma fotogenia e uma presença” que fizeram com que nunca mais fosse esquecida. A atriz agradeceu as várias homenagens e confessou: “Nunca pensei que aos 84 anos ainda se lembrassem tanto de mim”.

Presente no lançamento, o seu filho Fernando Pinto do Amaral confessou que, após a morte do seu pai, em 1977, ainda lhe ocorrera que a mãe, que só tinha então 50 anos, ainda retomasse a carreira artística, o que não veio a acontecer.

Maria Eugénia morreu em 25 de agosto de 2016, em Lisboa, aos 89 anos.

(Fonte: https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia – CULTURA ÍPSILON/ Por   – 25/08/2016)

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