Manu Dibango, saxofonista e lenda do afro-jazz
Camaronês dono do hit ‘Soul Makossa’, era lenda do saxofone
Emmanuel N’Djoke Dibango (Duala, 12 de dezembro de 1933 – 24 de março de 2020), saxofonista camaronês, era uma lenda do jazz africano, ficou conhecido pelo hit ‘Soul Makossa’.
O astro camaronês Emmanuel “Manu“ Dibango ficou famoso pelo hit Soul Makossa e pela aclamada mistura de jazz, funk e ritmos africanos.
Nascido em 1933 em Camarões, o músico começou a decolar em 1970 com Soul Makossa, uma mistura cosmopolita de estilos africanos e europeus originalmente escrita para o Campeonato Africano das Nações de 1972 e o primeiro lançamento de um artista africano a conquistar um disco de ouro nos EUA. O talento no saxofone e a voz que entoa “ma-mako, ma-ma-sa, mako-makos-sa” serviram de inspiração para o artista Michael Jackson, no sucesso de 1982 Wanna Be Startin’ Something, e para a cantora R&B e pop Rihanna, em Don’t Stop The Music.
Os hits foram alvo de processos por plágio, em 2009, e o Rei do Pop, que já havia admitido ter “pegado emprestado” o trecho de Soul Makossa para o clássico “mama-say mama-sa ma-ma-coo-sa”, fez um acordo financeiro fora da corte. Rihanna, em 2007, apenas pediu autorização de Jackson para reproduzir o cântico na música que, mais tarde, alcançou o topo do European Hot 100.
A vida de Emmanuel N’Djoke Dibango, mais conhecido como Manu Dibango, foi inteiramente dedicada à música. Ele ficou conhecido mundialmente com o sucesso de Soul Makossa, em 1972, que entrou para a lenda do jazz.
A música fazia parte do lado B de um disco de 45 rotações, cujo título principal era um hino para o time de futebol de Camarões para a Copa Africana de Nações de futebol.
Aos 15 anos, seu pai o enviou para estudar na França. Foram três semanas de barco até chegar ao porto de Marselha onde desembarcou, como conta em sua biografia, com 3 kg de café em sua mochila. Mercadoria rara na França. Após a guerra, o produto rendeu dinheiro suficiente para pagar um mês de pensão.
Precursor da World Music
O jazz entrou na vida de Manu Dibango, e nunca mais o deixou, e o saxofone se tornou seu instrumento favorito. Ele conheceu o também músico camaronês Francis Bebey, e juntos formaram um grupo que se apresentava em bares e casas noturnas.
Ao deixar de fazer os testes para entrar na Faculdade, seu pai deixou de sustentá-lo. Dibango se mudou para a Bélgica, onde seu jazz ganhou contornos mais africanos com o contato comunidade congolesa, em plena efervescência. O Congo Belga declarou independência em 1960. Manu Dibango partiu para Léopoldville, (atual Kinshasa), onde dirigiu uma casa noturna e lançou o twist.
No início dos anos 1960, seu país, Camarões, estava em guerra civil e ele retornou à França, onde descobriu o R&B s e estrelas francesas da época como Dick Rivers e Nino Ferrer, que o contrataram como músico.
Nos anos 1990, Manu Dibango gravou o álbum “Wakafrik”a com os maiores sucessos africanos, uma viagem de Dakar à Cidade do Cabo.
Manu Dibango faleceu em 24 de março de 2020, aos 86 anos na França. Dibango foi hospitalizado há vários dias, depois de ter sido testado positivo para a Covid-19.
O músico senegalês Youssou Ndour escreveu no Twitter: “Não tenho palavras para traduzir minha tristeza. Você foi um gigante, meu irmão, um orgulho para os Camarões e para toda a África. Uma perda imensa! RIP o Rei da Makossa e Gênio (do) Sax”.
Já o ministro francês da Cultura, Frank Rieskier, escreveu. “O mundo da música perde uma de suas lendas. A generosidade e o talento de Manu Dibango não conheciam limites. Cada vez que subia ao palco, ele se entregava intensamente ao público para fazê-lo vibrar de emoção. Penso em sua família e seus entes queridos.”
(Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/03/24 – MUNDO / NOTÍCIA / POP & ARTE / Por RFI – 24/03/2020)
(Fonte: https://veja.abril.com.br/entretenimento – ENTRETENIMENTO / Por Tamara Nassif – 24 mar 2020)