Mahmoud Darwish, poeta palestino, cuja poesia traduziu a causa Palestina, era identificado com a luta pela independência

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Poeta símbolo da Palestina

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Poeta símbolo da Palestina

Mahmoud Darwish (Barue, 13 de março de 1941 – Texas, Houston, 9 de agosto de 2008), poeta palestino, cuja poesia traduziu a causa Palestina, era identificado com a luta pela independência. 

Considerado o poeta nacional da Palestina, o trabalho de Darwish foi largamente traduzido. Ele ganhou novas gerações de admiradores com poemas que evocavam não apenas a dor dos palestinos deslocados, mas também paradoxos sutis e temas humanos mais amplos.

Ele desfrutava de grande popularidade no mundo árabe, onde tinha um nível de leitura de fazer inveja a poetas contemporâneos que escrevem em inglês e outras línguas europeias, normalmente eclipsados por romancistas.

A obra de Darwish, que ganhou projeção a partir dos anos 60, tinha como temas o exílio e a resistência à ocupação e foi traduzida em mais de 20 línguas. 

O autor foi preso várias vezes e viveu no exílio no Cairo, em Beirute e em Paris. 

Chegou a integrar a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), mas deixou a organização em protesto contra os acordos de Oslo, em 1993.

Darwish é um dos poetas mais importantes que deram voz à causa palestina no mundo, e um dos poetas que contribuíram para construir a identidade da poesia árabe moderna. Nasceu em 1941 na aldeia palestina de Barue, que foi destruída por Israel em 1948 para construir em seu lugar uma aldeia agrícola judaica com o nome de Ahihud. Depois da Catástrofe “Al-Nakba” (15 de maio de 1948), sua família se refugiou no sul do Líbano por um ano. Um tempo depois, ele e sua família voltaram para a Palestina clandestinamente.

Morou na pequena aldeia chamada Der Al-Assad na região de Al-Jalil, tendo se mudado em seguida com sua família para a aldeia Al Jadida, próxima à sua terra natal. Darwish se locomoveu por entre as aldeias de Al-Jalil para estudar o ensino médio, em seguida, viveu na cidade de Haifa onde aderiu ao Partido Comunista, então composto por judeus e árabes.

Trabalhou no Jornal Al-Etihad e na revista Al-Jadid, vinculadas ao Partido na cidade de Haifa. Neste período começou a escrever poesias e ficou conhecido na Palestina como “um poeta da resistência”. Sua poesia irritava os Israelenses, por isso a policia passou a cercar qualquer aldeia que lhe organiza uma noite de poesias. Uma de suas poesias de nome Atravessando as palavras andantes? levantou um forte debate no Parlamento Israelense.

Darwish foi muito perseguido e preso três vezes pelos israelenses nos anos 1961, 1965 e 1967 antes de ser submetido à prisão domiciliar devido as suas declarações e atividades políticas. Ele foi o primeiro entre um grupo de poetas palestinos que escreveram morando em Israel. Era a época em que a Primeira-Ministra Golda Meir dizia que: “Não há nenhum povo palestino”. Em 1972, deixou Haifa e foi para o Egito, onde ingressou na Organização de Libertação da Palestina, e de lá se mudou para Beirute. Após a invasão israelense ao Líbano em 1982, e a saída de militantes palestinos do Líbano, ele foi para o Cairo, depois para a Tunísia e em seguida a Paris.

Em 1988 foi o autor da Declaração de Independência da Palestina, juntamente com Edward Said, o que lhe valeu o título de “Poeta da resistência”. Em toda sua obra Darwish expressa a defesa da liberdade e de sua terra, mas também soube cantar a vida e o amor.

 

Em 1993 Darwish se demitiu do Comitê Executivo da OLP, em protesto contra o acordo de Oslo, dizendo que: “não é justo (o acordo), pois não prevê o mínimo de identidade aos palestinos”. Em meados da década de 1990, Mahmoud Darwish retornou à Faixa de Gaza, optando depois por permanecer em Ramallah na Cisjordânia e criticou os combates entre os palestinos no poema, Você agora é outro, que foi publicado em junho de 2007.

 

Darwish obteve vários prêmios, incluindo o Prêmio Lótus em 1969, o Premio do Mar Mediterrâneo em 1980; o Troféu Revolução Palestina em 1981, o prêmio da Europa para a poesia em 1981; o premio Ibn Sina na União Soviética em 1982; o prêmio Lênin na União Soviética em 1983; o premio da Fundação Lann da liberdade cultural em 2001; o Prêmio Príncipe Claus (Holanda) em 2004; o prêmio Al Owais Cultural que foi dividido com o poeta Sírio Adônis, em 2004.

 

Em 1997 foi produzido um documentário sobre ele na TV francesa, dirigido pela conhecida diretora franco-israelense Simone Bitton e recebeu a medalha de Cavalheiro das Artes e Letras da França e tornou-se membro comendador da Ordem de França das Letras e Artes. É membro honorário do Centro Sakakini.

 

Darwish publicou diversos livros de poesia entre eles: Carteira de identidade, Pássaros sem asas, Folhas da Azeitona, Meus amigos não morram, Apaixonado da Palestina, As aves morrem na Galiléia, Elogio da sombra superior, Palco de Estado de Sitio e Você agora é outro.

 

Publicou em 1998 a coletânea poética Sareer El Ghariba (Leito do Estrangeiro), sua primeira coleção de poemas de amor. Em 2000 publicou Jidariyya (Mural), livro que consiste de um poema sobre sua experiência pró¬xima da morte em 1997. Publicou seu livro de poesias Palco de Estado de Sítio em 2002.

Mahmoud Darwish dedicou muitos poemas à causa palestina, à resistência e ao seu povo refugiado e injustiçado. Mesmo tendo uma vida difícil ao lado dos outros palestinos, conseguiu escrever sobre o amor, a esperança, o ser humano e a vida.

Escreveu também sobre a palestina, suas cidades e aldeias, sobre a oliveira e sobre a Laranja de Jafah.

Darwish derrotou a morte por duas vezes com as duas operações graves no coração, mas não resistiu a terceira, porém não permitiu que a morte o vencesse.

O escritor de 67 anos morreu em 9 de agosto de 2008, no Texas, Houston, de complicações desencadeadas por uma cirurgia de coração.

Mahmoud Darwish permanecerá vivo nos corações e lembranças de todos os palestinos e os árabes.

 

“Ele traduzia a dor dos palestinos de forma mágica. Ele nos fazia chorar e nos fazia feliz e mexia com nossas emoções”, disse o poeta egípcio Ahmed Fouad Negm.

“Além de ser o poeta da ferida palestina, que está machucando todos os árabes e todas as pessos honestas no mundo, ele é um poeta magistral”, disse Negm à Reuters no Cairo.

O funeral de Darwish em Ramala será o primeiro patrocinado pela Autoridade Palestina desde que Arafat morreu em 2004.

O presidente palestino Mahmoud Abbas decretou três dias de luto nacional. Pessoas se aglomeraram no sábado à noite nas ruas de Ramala segurando velas e chorando.

O poeta residia na Cisjordânia desde que retornou, em 1990, de um longo período de exílio durante o qual ganhou proeminência na OLP de Arafat.

“A questão palestina, na poesia de Mahmoud Darwish, não era mais uma lenda, mas uma história sobre pessoas feitas de carne, sangue e sentimentos”, disse Zehi Wahbi, apresentador de televisão e poeta libanês, amigo de Darwish.

 

 

(Fonte: http://www.vermelho.org.br – Lejeune Mirhan – 10 de agosto de 2008)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1008200825 –  FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA – DA REPORTAGEM LOCAL – 10 de agosto de 2008)

(Fonte: http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRN1026345620080810 – Notícias – Mundo – Artigo/ Por Mohammed Assadi – 10 de agosto de 2008)

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