Ludmilla Tcherina, bailarina excepcional e artista multifacetada

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Ludmilla Tcherina (15.º arrondissement de Paris, Paris, 10 de outubro de 1924 – Paris, 21 de março de 2004), bailarina excepcional e artista multifacetada

 

 

A francesa Ludmila Tcherina, “a mais jovem estrela da história da dança”, foi uma artista multifacetada que disputou seu espaço com todas as musas com o mesmo talento, sendo, além de bailarina e coreógrafa, atriz, pintora, escultora e romancista.

 

 

Monika Tchemerzine, seu nome de batismo, nasceu em Paris em 10 de outubro de 1924, filha de pai russo, um príncipe exilado na França, e de mãe francesa. Começou a estudar dança muito menina e, aos dez anos, subiu ao palco pela primeira vez.

 

 

Em 1939 se tornou estrela e coreógrafa do Balé de Monte Carlo, interpretando os mais importantes papéis do repertório clássico e, por sua vez, os papéis principais dos balés russos de Diaghilev.

 

 

Ainda não tinha 18 anos quando assinou, junto com Serge Lifar, o “Romeu e Julieta” de Tchaikovsky. Depois disso, foi acumulando sucessos, a começar por “Bonaparte”.

 

 

Em Monte Carlo, conheceu Edmond Audran, seu futuro companheiro nos palcos e da vida.

 

 

A sétima arte atraiu rapidamente esta mulher excepcional, de olhos e cabelos negros. Ela atuou em vários filmes, entre eles “Un Revenant” (1946), de Christian-Jaque, “Os Sapatinhos Vermelhos” (1948) e “Tales of Hoffmann” (1951), de Michael Powell e Emeric Pressburger. Este último lhe rendeu o Oscar de Melhor Interpretação Feminina em Filme Estrangeiro, em 1952.

 

 

Mas estas incursões no cinema não a fizeram esquecer da dança. Ela foi estrela do Balé de Paris com Roland Petit, do Metropolitan Opera de Nova York e no Scala de Milão. Foi a primeira bailarina ocidental a atuar no Bolshoi de Moscou e no Kirov de Leningrado.

 

 

 

Seu nome ficará para sempre ligado a “Martírio de São Sebastião”, de d’Annunzio e Debussy, balé de 1957, em Paris, e “Joana na Fogueira”, de Claudel e Honneger (1970).

 

 

Além do sucesso, sua vida também foi marcada pela morte do primeiro marido num acidente de carro. Para não sucumbir à depressão, Ludmila multiplicou suas atividades, lançando-se à pintura, que expôs a partir dos anos 60.

 

Em Paris, sua exposição no Hôtel de Sully, apadrinhada por André Malraux, e sua Dynamogramme, exposição na qual aliava pintura à dança, a fizeram chegar à sua teoria de “Arte Total”.

 

No teatro, interpretou “Ana Karenina” (1975), e na TV “Salomé” (1972), “A Dama das Camélias” (1974) e “A Rainha de Sabá” (1975).

 

 

Escritora, publicou dois romances: “L’Amour au miroir” (1983) e “La Femme à l’envers” (1986).

 

 

Como escultura, teve a oportunidade de mostrar seu talento durante celebração do bicentenário da Revolução Francesa (1989) e na Exposição Universal de Sevilha (1992).

 

 

Ludmila faleceu em 21 de março de 2004, em Paris, aos 79 anos.

 

“Ela tem a graça de um anjo e a malícia de um demônio”, disse um crítico sobre ela numa ocasião, deslumbrado com o encanto e a insolência da jovem que, aos cinco anos de idade, se lançou na nave central da catedral Notre Dame de Paris para dançar diante do altar.

(Fonte: https://noticias.uol.com.br/ultnot/2004/03/22 – ÚLTIMAS NOTÍCIAS / Por Annick Benoist PARIS (AFP) – 22 março 2004)

 

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