Luca Pacioli, frade italiano, autor do livro de matemática do Renascimento, ‘Summa Arithmetica’ considerado o primeiro manual de contabilidade da história

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ÍCONE NA HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

Como um cálculo criado há 600 anos pode te ajudar a ficar rico – ou pelo menos poupar

 

Escrito por um frade italiano do Renascimento, ‘Summa Arithmetica’ traz a Regra do Número 72, que mostra, por exemplo, em quanto tempo um investimento remunerado a uma taxa fixa dobraria.

Livro de 525 anos

 

1º manual de contabilidade do mundo é leiloado por US$ 1,2 mi

Amigo de Leonardo Da Vinci, Luca Pacioli era frade e criou fórmula para investir.

Luca Bartolomeo de Pacioli (Sansepolcro, 1445 — Sansepolcro, 19 de junho de 1517), foi um monge franciscano e célebre matemático italiano e considerado o pai da contabilidade.
Ele é considerado o pai da contabilidade moderna. Em 10 de novembro de 1494, foi descrito por ele, pela primeira vez, no livro “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità” (Conhecimentos de Aritmética, Geometria, Proporção e proporcionalidade), no capítulo “Tratactus de Computis et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas), o famoso Método das Partidas Dobradas.

Ele enfatiza que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos. Este método teve rápida difusão, sendo universalmente aceito e adotado desde esta época.

Trata-se no método que, em cada lançamento, o valor total lançado nas contas a débito deve ser sempre igual ao total do valor lançado nas contas a crédito.

Ou seja, não há devedor sem credor correspondente. A todo débito corresponde um crédito de igual valor e vice-versa. Se aumentar de um lado, deve consequentemente aumentar do outro também. Esta obra serviu pra sistematizar e popularizar a contabilidade, marcando o início da fase moderna da contabilidade.

Você pagaria mais de um milhão de dólares por um livro de matemática do Renascimento? Pois a cifra de US$ 1,2 milhão foi desembolsada pelo comprador – anônimo – que arrematou em um leilão da Christie’s realizada em junho em Nova York a obra Summa Arithmetica, do frade italiano Luca Pacioli.

Publicado em 1494, ele é considerado o primeiro manual de contabilidade da história. Seu método das partidas dobradas – em que cada lançamento é feito em duas contas, uma como débito e outra como crédito – é até hoje base da contabilidade.

Um trecho menos famoso do livro, entretanto, pode ser um aliado importante de quem planeja investir. Trata-se da Regra do Número 72, que mostra em quanto tempo o capital inicial, remunerado a uma taxa fixa, dobraria – ou em quanto tempo a riqueza de um país dobraria se crescesse a determinada taxa ou a inflação corroeria à metade o poder de compra do dinheiro.

O procedimento é simples: basta usar o 72 como dividendo e parâmetro que se quer avaliar como divisor.

Na prática

Parece improvável? Vamos então a um exemplo prático.

Um investimento remunerado a uma taxa fixa de 9% ao ano dobraria em 8 anos – já que 72/9 = 8.

Quem está preocupado com a inflação, por sua vez, pode usar a regra para mensurar a perda do poder de compra causado pelo aumento nos índices de preços.

Por exemplo: a inflação no Brasil chegou a 3,22% nos 12 meses até julho, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE. Se arredondamos o número para 3 e usamos como divisor de 72, chegamos ao número 24 (72/3). Assim, em 24 anos o poder aquisitivo de R$ 1 seria reduzido à metade.

Economistas dizem hoje, entretanto, que 72 não é o número mais adequado. Muitos preferem o 70 ou o 69. A escolha do 72 por Pacioli, aliás, foi uma de suas muitas astúcias. Esse é um número que pode ser dividido por 2, 4, 6, 8 e 12 e, por isso, a maioria das operações aritméticas são mais fáceis de resolver com 72 do que com 69.

‘O último nome de Renascimento’

Luca Pacioli não apenas escreveu um dos livros seminais da Contabilidade, mas também recuperou textos matemáticos importantes que haviam sido esquecidos com o tempo. Arriscou-se ainda no campo da arte e da arquitetura, o que o levou a conhecer Leonardo da Vinci, com quem acabou desenvolvendo uma amizade.

Para Margaret Ford, da seção de Livros e Manuscritos da casa de leilões Christie’s, o frade foi “o último homem do Renascimento”. “Summa Arithmetica é um livro muito moderno (…). Pacioli deliberadamente decidiu escrever em língua vernácula em vez de latim e, assim, sua voz foi muito além do mundo escolástico.”
(Fonte: https://g1.globo.com/economia/educacao-financeira/noticia/2019/08/15 – ECONOMIA / EDUCAÇÃO FINANCEIRA / NOTÍCIA / Por BBC – 15/08/2019)

(Fonte: https://www.socontabilidade.com.br – BIOGRAFIAS – Frei Luca Pacioli)

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