Lina Ben Mhenni, transmitiu pelas redes sociais as primeiras manifestações de revolta da população contra o governo, tornando-se símbolo da chamada Primavera Árabe

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Lina Ben Mhenni, ativista símbolo da revolução na Tunísia

 

A blogueira relatou o levante que derrubou o presidente Ben Ali em 2011

 

Lina Ben Mhenni (Tunísia, 22 de maio de 1983 – 27 de janeiro de 2020), ativista, jornalista e blogger tunisina.

 

Após a queda de Ben Ali em janeiro de 2011, o nome da jornalista, bloguista e “ciberdissidente”, chegou a ser aventado para o Nobel da Paz no final de 2019. Antes da queda da ditadura, e apesar dos riscos, Lina Ben Mhenni divulgou durante anos na Internet as derivas autoritárias do regime. Nesse período, deslocou-se a numerosas localidades desfavorecidas do interior do país para inserir as reportagens no seu blogue “a tunisian girl”.

 

A destacada ativista tunisina na revolta popular que em 2011 derrubou o regime de Zine el Abidine Ben Ali, munida de uma pequena câmara, retransmitiu através das redes sociais as primeiras manifestações de protesto das populações locais contra o poder.

 

Após a imolação pelo fogo do vendedor ambulante Mohamed Bouazizi em 17 de dezembro de 2010, em protesto contra uma arbitrária atuação policial, Lina Ben Mhenni foi a primeira bloguista a deslocar-se a Sidi Bouzid, o berço da revolução.

A sua crônica da revolução em francês, inglês e árabe foi o culminar do seu envolvimento militante contra a ditadura. Em 2011 publicou um livro intitulado “Rapariga tunisina, bloguista por uma primavera árabe”.

 

De seguida prosseguiu a militância para defender os direitos fundamentais na Tunísia, e apesar da sua frágil saúde participou em numerosas manifestações e processos relacionados com a liberdade de expressão.

 

A blogueira teve papel fundamental na revolução da Tunísia, ao registrar o levante que acabou com a ditadura do general Zine El Abidine Ben Ali em 2011. Com sua câmera, ela percorreu diversas cidades menos favorecidas na Tunísia e registrou em seu blog Tunisian Girl os desvios do regime de Ben Ali. Suas crônicas em inglês, francês e árabe ganharam destaque internacional.

 

Apesar dos riscos que sofria, Lina também transmitiu pelas redes sociais as primeiras manifestações de revolta da população contra o governo, tornando-se símbolo da chamada Primavera Árabe. Seu nome chegou a ser cogitado para o Prêmio Nobel da Paz em 2011.

 

Após a revolução, Lina continuou a lutar por direitos humanos , apesar de sofrer de uma doença crônica. Nos últimos meses, ela havia denunciado o estado dos hospitais na capital da Tunísia.

 

Esta “voz da revolta tunisina”, assistente em língua inglesa numa universidade de Tunes, reconheceu que nos últimos meses estava a atravessar momentos muito dolorosos devido à doença, mas não deixou de denunciar o estado dos hospitais da capital durante os seus internamentos.

 

Lina Ben Mhenni faleceu em 27 de janeiro de 2020, aos 36 anos, após anos enfrentando uma doença crônica.

“Depois de anos de batalhas, tanto física como mentalmente, Lina Ben Mhenni nos deixou. Ela será lembrada como a cidadã mais incrível”, escreveu a ativista Amira Yahyaoui no Twitter.

(Fonte: https://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2020/01 – MULHERES DO MUNDO / Por REDAÇÃO MARIE CLAIRE – 27 JAN 2020)

(Fonte: https://www.delas.pt – DELAS – 27 Janeiro 2020)

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