Leonard Bernstein, maestro americano, considerado um dos grandes regentes de orquestra do mundo

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O estilo Bernstein

Celebrado em todo o mundo como um dos papas da música clássica.

Leonard Bernstein: equilíbrio de lirismo e energia

Leonard Bernstein: equilíbrio de lirismo e energia

Foi um regente excepcional que dirigiu uma grande orquestra

 

Leonard Bernstein (Lawrence, 25 de agosto de 1918 – Nova York, 14 de outubro de 1990), maestro e compositor americano, considerado um dos grandes regentes de orquestra do mundo. Bernstein, é regente vitalício da Orquestra Filarmônica de Nova York.

Bernstein foi uma das figuras mais notáveis da música contemporânea, nas suas quatro dimensões de regente, compositor, pianista e musicólogo. Para perpetuar-se na discografia internacional, todo grande regente procura deixar pelo menos dois legados.

Primeiro, a gravação das nove sinfonias de Beethoven. Segundo, a das quatro de Brahms. Isso não significa que, na história da música, Brahms seja necessariamente o maior sinfonista além de Beethoven.

Fora as seitas de Bruckner e Mahler, e a veneração por Haydn e Schubert, há a coleção gigantesca das 41 sinfonias de Mozart. Brahms, porém, além de mais compacto, expões o regente a um confronto bam mais amplo na discografia. E, em particular, não o submete ao terror de todos aqueles que gravam as sinfonias de Mozart, o de precisar competir com o fantasma de Karl Böhm.

Como maestro, teve à sua disposição o pódio das mais importantes orquestras do mundo desde que ocupou, de 1958 a 1969, o cargo de regente titular da Filarmônica de Nova York. Seu estilo de reger, extrovertido e vigoroso, garantiram-lhe a empolgação de qualquer plateia.

UM MESTRE – Como compositor, Bernstein trinfou tanto na música clássica quanto na popular. Suas três sinfonias, óperas como Trouble in Tahiti e sua The Mass (A Missa) – feita por encomenda da família Kennedy para inaugurar o John F. Kennedy Center de Washington em 1971 – hoje fazem parte do repertório regular dos grandes conjuntos americanos.

Ele é também compositor de quase uma dezena de espetáculos teatrais da Broadway, entre eles o memorável Arnor Sublime Amor (West Side Story), transformado num dos grandes filmes musicais da história de Hollywood.

Também como concertista, ao piano, Bernstein é aclamado em salas do mundo inteiro. E como escritor tem três livros publicados, entre eles The Unanswered Question (A Questão Não Resolvida), um dos mais notáveis estudos sobre o desenvolvimento da música através dos séculos.

Entre suas proezas, figura a de ter sido aclamado pelo público nova-iorquino com apenas 25 anos, em 1943, quando era assistente de Bruno Walter (1876-1962), titular da Orquestra Filarmônica de Nova York, a quem teve que substituir numa emergência e sem um único ensaio.

Bernstein decidiu abandonar os palcos e aposentou-se, dia 9 de outubro de 1990, quando anunciou em Nova York, por recomendação médica – Bernstein sofria de asma desde os 12 anos de idade.

(Fonte: Veja, 17 de outubro de 1990 – ANO 23 – N° 41 – Edição 1152 – DATAS – Pág; 64)

(Fonte: Veja, 27 de fevereiro de 1985 – Edição 860 – MÚSICA/ Por Mário Henrique Simonsen – Pág: 104/105)

 

 

 

 

 

 

 

 

1943: Bernstein estreava na regência da Filarmônica de Nova York

 

No dia 13 de novembro de 1943, por motivo de doença do maestro titular, Leonard Bernstein estreou, com 25 anos, na regência da Filarmônica de Nova York, em pleno Carnegie Hall.

 

O dirigente e compositor Leonard Bernstein em 1990 (Foto: Picture – Alliance/dpa)

 

 

Era um simples concerto dominical, com clássicos europeus no programa. O peculiar, entretanto, eram a orquestra e o local: nada menos que a Filarmônica de Nova York no famoso Carnegie Hall. E o público pretendia assistir ao então famoso maestro alemão Bruno Walter (1876-1962). Só que este havia ficado doente e a filarmônica destacou às pressas o seu assistente. Iniciava-se assim a carreira mundial de Leonard Bernstein, então com 25 anos de idade.

 

Depois do concerto, o maestro revelou que não lembrava como havia sido a apresentação. Ficaram marcados apenas os gritos do público, que o aplaudiu de pé. No dia seguinte, seu nome era manchete no New York Times. A imprensa destacava o despontar de uma estrela americana. Um jovem que conseguiu aproveitar sua grande chance!

 

 

Leonard Bernstein

Cartão de agradecimento de Bernstein à Filarmônica, em 1944

 

 

Sucesso imediato

 

Da noite para o dia, Leonard Bernstein tornou-se herói nacional. Sua enorme sensibilidade para com a música e a forma de passar esta sensibilidade para os músicos eram sua principal característica. O pianista e compositor chegou a comparar a regência a um ato sexual: “É como se respirássemos ao mesmo tempo, chegamos ao clímax juntos e relaxamos ao mesmo tempo. Como uma experiência sexual, só que com cem pessoas ao mesmo tempo.”

 

Bernstein despertou seu talento musical relativamente tarde. Suas primeiras lições de piano foram tomadas aos dez anos de idade. Natural de Massachussets, foi na Universidade de Harvard e no Instituto Curtis que cursou Teoria Musical e teve suas primeiras experiências como regente.

 

Mas a carreira mesmo começou quando foi descoberto pelo Festival Tanglewood, um dos mais importantes fóruns norte-americanos de música clássica, que o contratou para assistente do chefe da orquestra.

 

Ao mesmo tempo, Bernstein publicava suas primeiras composições. Em 1949, foi convidado a escrever um show para a Broadway baseado no romance Romeu e Julieta, só que que entre as gangues das favelas de Nova York. West Side Story, o musical inspirado na obra de Shakespeare, lotou a Broadway não só na estreia, em setembro de 1957, mas também nos anos seguintes.

 

Preferência pela música clássica

 

 

A esta altura, sua reputação já era mundial e ele foi convidado a reger diversas orquestras famosas em todo mundo. Embora tenha obtido grande êxito com musicais, ele preferia a música clássica. Sua ópera Cândido baseou-se numa obra de Voltaire. Como viesse de família judia russa, trabalhou vários temas da tradição judaica.

 

Cosmopolita com fortes ligações europeias, Bernstein foi o primeiro não europeu a reger a Filarmônica de Viena, em 1966. O Festival de Música de Schleswig Holstein, no norte da Alemanha, só passou a ser conhecido depois que passou a ter a participação do famoso maestro. Como falasse alemão, também foi professor convidado em universidades da Alemanha.

 

Bernstein era o talento em pessoa: compositor, pianista, professor universitário, maestro, benquisto pela imprensa, mas nunca se dava por satisfeito. Até sua morte, em Nova York no ano de 1990, ele se questionava se realmente havia feito tudo ao seu alcance.

(Fonte: http://www.dw.com/pt-br – Deutsche Welle – CALENDÁRIO HISTÓRICO – 1943: Bernstein estreava na regência da Filarmônica de Nova York / Por Autoria Catrin Möderler – 13 de novembro)
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