Laurindo de Almeida, acompanhou a cantora e atriz Carmen Miranda nos Estados Unidos

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Foi o primeiro músico brasileiro a se firmar nos Estados Unidos

 

Ganhou cinco Grammys.

 

Laurindo Almeida, a influência brasileira no jazz

 

Laurindo de Almeida (Miracatu, 2 de setembro de 1917 – Los Angeles, 26 de julho de 1995), violonista e compositor. Famoso por ter acompanhado a cantora e atriz Carmen Miranda nos Estados Unidos, Laurindo colaborou com os principais estúdios de cinema americanos.

 

 

Extraordinário violonista, foi o primeiro músico brasileiro a se firmar nos Estados Unidos, no jazz, em discos e em trilhas de filmes. Impressionava os americanos pelo som obtido com os dedos, dispensando palhetas.

 

 

Grande divulgador da música brasileira, radicado na Califórnia desde 1947, recebeu cinco dos treze prêmios Grammy para os quais foi indicado.

 

 

O violonista e compositor Laurindo Almeida nasceu na pequena cidade litorânea “Prainha”, hoje Miracatu, no Vale do Ribeira, no Estado de São Paulo.

 

 

Começou sua carreira em 1936 tocando a bordo de um navio de cruzeiro e, no final dos anos 30, foi trabalhar na Rádio Mayrink Veiga, levado pelo radialista César Ladeira, tendo inclusive formado um duo com o lendário Garoto e atuado ao lado de artistas como Heitor Villa-Lobos, Radamés Gnattali, e Pixinguinha.

 

 

Talvez como nenhum outro artista, Laurindo contribuiu para a difusão sistemática da bossa nova nos EUA. Comenta-se mesmo que suas gravações de 1953 com o saxofonista Bud Shank antecipam em vários anos, do ponto de vista musical, o aparecimento da bossa nova.

 

 

A trajetória de um artista brasileiro de grande sucesso, nascido em Miracatu, no interior de São Paulo, e consagrou-se em Hollywood, onde participou de cerca de 800 gravações, ganhou cinco prêmios Grammy e fez pontas em filmes como “Nasce uma Estrela”, com Judy Garland.

 

 

Auto-exilado desde os anos 40, Almeida dedilhou o bandolim na canção-tema de O Poderoso Chefão, o alaúde na trilha de Os Dez Mandamentos e o violão na de O Velho e o Mar – filme vencedor do Oscar de melhor música. Seus últimos acordes foram para Os Imperdoáveis, de Clint Eastwood.

 

Laurindo faleceu praticamente desconhecido em seu país, em 26 de julho de 1995, de leucemia, aos 77 anos, em Los Angeles.

(Fonte: Veja, 2 de agosto de 1995 – ANO 28 – Nº 31 – Edição 1403 – DATAS – Pág: 111)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/musica – CULTURA – MÚSICA/ POR JOÃO MÁXIMO – 24/02/2017)

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(Fonte: Revista Veja, 28 de julho de 1999 – ANO 32 – Nº 30 – Edição 1608 – TELEVISÃO / Veja recomenda  – “Laurindo Almeida, Muito Prazer”, documentário – Pág: 155)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Laurindo de Almeida era fidalgo ao violão

 

Tinha mãos camponesas e físico de estivador, mas, quando pegava o violão, transformava-se num fidalgo -reconhecido internacionalmente. Não era, um virtuose como Baden Powell, nem um revolucionário como Garoto, mas talvez nenhum outro instrumentista do ramo tenha feito mais pelo Brasil lá fora do que Laurindo de Almeida, na terra (Califórnia, EUA) onde há quase meio século morava, desde 1962, como cidadão naturalizado.

 

“Gosto da América porque, lá, quem é bom vence, me disse ele numa entrevista, resumindo as razões da nova nacionalidade. Como Laurindo, paulista do litoral, era bom, acabou estourando no Norte. Inspirado por Garoto e protegido pelos bambas da música popular dos anos 30, passou rápido pelo rádio carioca e desembarcou em Los Angeles quando o máximo em brasilidade naquelas paragens eram Carmen Miranda e o Bando da Lua.

 

 

Com dez anos de antecedência, antecipou para os nativos o que seria bossa-nova, numa histórica jazz-session com o saxofonista Bud Shank. Modesto, sempre minimizou a façanha: “Bud e eu apenas misturamos jazz com samba.

 

 

Não conseguia, porém, ser modesto com os números (gravou mais de cem LPs nos EUA, metade com música erudita, e ganhou cinco prêmios Grammy) nem com os parceiros que sua mestria cativou (escreveu arranjos para Stan Kenton, tocou com outros ases do jazz, como o baterista Shelly Manne, o contrabaixista Ray Brown, o flautista Herbie Mann, o guitarrista Charlie Byrd e o Modern Jazz Quartet).

 

 

Tinha pouco tempo de Califórnia quando fez sua primeira aparição no cinema, tocando ao lado de Louis Armstrong, Benny Goodman e Tommy Dorsey em “A Canção Prometida (A Song Is Born), de Howard Hawks. Em pouco tempo, migrou para os bastidores, cuidando de arranjos, compondo trilhas e executando solos de violão e guitarra por encomenda de outros compositores. Não deixou seu nome e sua arte ligados a nenhum tesouro de cinemateca.

 

 

Embalou melodramas sulistas (“Cruel Dilema, de William Wellman), thrillers presidiários (“Assassinos em Liberdade, de Fred F. Sears) e petrolíferos (“Fogo em Maracaibo, de Cornel Wilde), retocou a partitura que Villa-Lobos em má hora vendeu à Metro (“A Flor Que Não Morreu) e enriqueceu com solos incidentais as primeiras experiências de Sam Peckinpah (“O Homem que Eu Devia Odiar) e Paul Stanley (“Destino Maldito).

 

 

Os mestres do ramo admiravam não apenas o seu jeito de tocar, mas também algumas de suas composições. Alex North fez questão de adaptar “Contesina para uma cena de “Agonia e Êxtase.
Na mesma época, Alfred Newman dividiu com ele algumas passagens da trilha de “Nevada Smith. Laurindo também meteu o dedo nas trilhas de “Viva Zapata e “O Velho e o Mar.

 

 

Nos últimos tempos, Laurindo de Almeida esteve à frente de um trio de cordas. Como de hábito, evitando isolar-se em gêneros definidos. Gostava, com a mesma intensidade, de samba, jazz e música erudita.
Revisitou o Brasil, oito anos atrás, tocando no Free Jazz e no 150 Night Club, do hotel Maksoud Plaza, em São Paulo.

 

Continuava em plena forma e ainda inebriado por duas eternas paixões: a música de Radamés Gnatalli e sua mulher, a soprano Deltra Eamon.

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/8/03/ilustrada – ILUSTRADA / Por SÉRGIO AUGUSTO DA SUCURSAL DO RIO – São Paulo, 3 de agosto de 1995)

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