Lana Turner, a mais glamourosa messalina classe média que o cinema conheceu

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Lana Turner (Wallace, 8 de fevereiro de 1921 – Century City, Califórnia, 29 de junho de 1995), nome artístico de Julia Jean Mildred Frances Turner, fez mais de trinta filmes, mas alguns se destacaram como “O Destino Bate à Sua Porta” (papel mais tarde desempenhado por Jessica Lange) e a estrela de “Assim Estava Escrito”, dirigido por Vincente Minnelli.

 

Lana Turner

Lana Turner

 

Lana Turner talvez tenha sido a mais glamourosa messalina classe média que o cinema conheceu. Fazia o gênero cafona com garbo, sonho de todas as garçonetes da América, tesão de todos os marmanjos de gosto duvidoso. Sua casual descoberta numa “drugstore” de Los Angeles, quando tinha 16 anos, deu a muitas garotas a ilusão de que as portas para o estrelato cinematográfico estavam abertas para qualquer adolescente peituda, espremida numa suéter.

 

Carnalidade pura, era uma negação como atriz. Alguém a definiu como uma espécie de Ann Sheridan sem humor. Na verdade, ela foi a Marilyn Monroe dos anos 40, sem o mesmo talento. Figura decorativa em melodramas rasgados (“O Filho Pródigo”, “Diana de França”), teve apenas dois grandes momentos em sua carreira, como a adúltera assassina de “O Destino Bate à Sua Porta” (papel mais tarde desempenhado por Jessica Lange) e a estrela de “Assim Estava Escrito”, dirigido por Vincente Minnelli.

 

 

Casamentos

 

 


Contracenou com alguns dos mais cobiçados galãs de Hollywood, como Robert Taylor, Clark Gable, John Garfield, Kirk Douglas e John Wayne. Casou-se oito vezes, duas com o mesmo homem, Stephen Crane, dono de restaurante e pai de sua única filha, Cheryl Crane. Os demais, à exceção do músico Artie Shaw e do ator Lex “Tarzan” Barker, são nomes desconhecidos, mas com polpudas contas bancárias.

 


Foi caso, entre outros, do milionário Howard Hughes e dos atores Tyrone Power e Fernando Lamas. Deu-se mal com todos eles. Sobretudo com o mafioso Johnny Stompanato, que a espancava a três por dois e acabou morto a facadas, em abril de 1958, pela filha da atriz, então com 15 anos. Escândalo internacional, a morte de Stompanato acabaria proporcionando a Lana um de seus maiores êxitos, “Imitação da Vida”, velho melodrama que o produtor Ross Hunter e o diretor Douglas Sirk, num lance de oportunismo, readaptaram à tragédia pessoal da atriz.

 


Depois de “Imitação da Vida”, produzido em 1959, Lana iniciou sua inexorável decadência. Física, inclusive. Ao contrário de Joan Collins e outras vamps de seu tempo, não conseguiu estourar na TV, com a série “Falcon Crest”. Deprimida, entregou-se ao álcool. Seu câncer foi descoberto em 1992 e parecia sob controle. Ou não estava ou a bebida o reavivou. Lana, nascida Julia Jean Mildred Frances Turner, morreu ao lado da filha, que há sete anos publicou um livro autobiográfico, “Detour”, no qual revelava ter sido sexualmente molestada por Lex Barker. O maior melodrama de Lana foi a sua própria vida, inimitável. 

 

Lana Turner, que morreu de câncer na garganta em 29 de junho de 1995, aos 75 anos, em sua casa em Century City (Califórnia),

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/7/01/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA / Por SÉRGIO AUGUSTO DA SUCURSAL DO RIO – 1º de julho de 1995)

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