Khin Kyi, era viúva de um líder da independência birmanesa, o general Aung San, era mãe de Aung San Suu Kyi, líder da oposição birmanesa

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Daw Khin Kyi, viúva do líder birmanês

 

Maha Thiri Thudhamma Khin Kyi (Myaungmya, província de Irrawaddy, Birmânia britânica, 16 de abril de 1912 – Kandawmin Garden Mausole, Yangon, Mianmar, 27 de dezembro de 1988), era viúva de um líder da independência birmanesa e mãe de um líder da oposição.

 

Daw Khin Kyi, cujo marido, o general Aung San, foi assassinado em 1947, era mãe de Aung San Suu Kyi, líder da oposição birmanesa.

 

Aung San Suu Kyi retornou a Rangoon em abril do exílio em Londres para cuidar de sua mãe, que estava acamada desde que sofreu um derrame no início de 1988. Depois de retornar a Rangoon, Aung San Suu Kyi assumiu um papel de liderança nas manifestações pró-democracia que varreram a Birmânia.

Aung San Suu Kyi, a Nobel da Paz condenada a prisão após golpe militar em Mianmar

Na prática, ela era a líder do país desde 2015. Suu Kyi foi acusada de incitar a dissidência contra os militares e violar as regras de controle da Covid-19 durante as eleições em 2020, vencida por ela.

Aung San Suu Kyi foi condenada nesta quarta-feira (27) a cinco anos de prisão por um tribunal militar do país, controlado por generais após golpe no ano passado.

Ela foi considerada culpada no primeiro de 11 casos de corrupção que ela enfrenta, segundo reportou a agência de notícias Reuters citando fontes ligadas à corte.

No ano passado, a líder já havia sido condenada a dois anos de prisão por incitar a dissidência contra os militares e quebrar as regras sanitárias durante a pandemia da Covid-19.

Ela está detida desde que uma junta militar derrubou seu governo em 1º de fevereiro de 2021, o que acabou com um breve período democrático em Mianmar.

Suu Kyi, de 76 anos, é conhecida por ter recebido o prêmio Nobel da Paz em 1991 e era, na prática, a líder do país desde 2015. Oficialmente, o cargo dela era o de presidente do NDL, o partido civil.

Filha de um herói da independência do país, o general Aung San, durante o regime militar, Suu Kyi foi presa – e assim ficou durante 15 anos (leia mais adiante nesta reportagem).

Ela só saiu da prisão em 2010, e se tornou líder do país. No poder, se aliou aos militares para perseguir uma minoria étnica, os rohingyas, que são muçulmanos (Mianmar é majoritariamente budista).

Em 2019, ela foi a representante do país em um julgamento em uma Corte Internacional de Justiça. Mianmar é acusada de fazer limpeza étnica.

No país, há quem acredite que Aung San Suu Kyi fez uma concessão aos militares ao cooperar com eles para tentar fortalecer a democracia no país.

No dia do golpe, em fevereiro de 2021, ela pediu que a população não aceitasse a ação liderada pelos militares – e foi detida logo em seguida pela Junta que tomou o poder.

Prisão durante a ditadura

Nos 15 anos em que permaneceu confinada em sua residência, ela tinha que se limitar a falar para os seguidores que estavam posicionados do outro lado do muro de seu jardim.

Mas agora a situação é radicalmente diferente, pois os militares mantêm em sigilo o local de sua detenção e seus contatos com o exterior se limitam a breves reuniões com os advogados.

Suu Kyi passou boa parte da vida no exílio: primeiro na Índia e, depois, no Reino Unido onde teve uma vida de dona de casa, casada com um professor de Oxford, Michael Aris, especialista em Tibete.

Em 1988, quando viajou a Mianmar para visitar a mãe, ela surpreendeu a todos ao anunciar que se envolveria no destino de seu país, em plena revolta contra a Junta militar.

“Não podia, como filha do meu pai, permanecer indiferente a tudo que acontecia”, afirmou em seu primeiro discurso.

A Junta militar autorizou a formação de seu partido, mas ela foi colocada rapidamente em prisão domiciliar.

Em seu confinamento, Suu Kyi acompanhou a vitória nas eleições de 1990, mas a junta se recusou a reconhecer os resultados.

Em 1991, venceu o Prêmio Nobel da Paz, mas não pôde comparecer à cerimônia em Oslo. Ela teve de esperar mais de 20 anos para receber a premiação.

Em 2010, Aung San Suu Kyi foi libertada, após 15 anos sob prisão domiciliar. Entrou para o Parlamento em 2012, após a dissolução da junta militar um ano antes.

Crise dos rohingya

Sua figura internacional começou a desmoronar uma vez no poder. Alguns a criticaram por uma concepção autocrática de governo.

Além disso, ela teve que estabelecer um equilíbrio para conviver com os militares, que permaneceram à frente de ministérios importantes.

Em 2017, quase 750 mil muçulmanos da minoria rohingya fugiram dos abusos do governo e das milícias budistas para buscar refúgio em acampamentos de Bangladesh.

Após a tragédia, Mianmar foi acusada de “genocídio” na Corte Internacional de Justiça (CIJ).

Suu Kyi não condenou os militares e compareceu pessoalmente ao tribunal para defender seu país. Ela negou “qualquer intenção genocida”.

Eleições de 2020

A vitória do partido de Suu Kyi nas eleições legislativas de 2020 provocou a ira dos militares, o que resultou no golpe de Estado de fevereiro.

Detida e condenada ao silêncio, a “mãe Suu” tem atualmente pouca influência em Mianmar, onde muitas pessoas renunciaram a um de seus princípios fundamentais, a política de não violência, e atualmente há ações de guerrilha contra a junta.

Ela enfrenta ainda quase uma dúzia de acusações e pode pegar uma pena de até 102 anos de prisão.

“O governo de Suu Kyi teve fracassos e gerou frustrações”, resume Sophie Boisseau, analista do Instituto Francês de Relações Internacionais em entrevista à agência France Presse. “Mas ela permitiu um sopro de ar que hoje dá ao povo a força de resistir.”

Daw Khin Kyi faleceu em 27 de dezembro de 1988 após uma longa doença, disse sua família. Ela tinha 76 anos.

(Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/04/27 – MUNDO / NOTÍCIA / Por g1 – 27/04/2022)

(Fonte: https://www.nytimes.com/1988/12/28/obituaries – New York Times Company / POLÍTICA / Os arquivos do New York Times / por AP – 28 de dezembro de 1988)

Sobre o Arquivo
Esta é uma versão digitalizada de um artigo do arquivo impresso do The Times, antes do início da publicação on-line em 1996. Para preservar esses artigos como eles apareceram originalmente, o The Times não os altera, edita ou atualiza.
Ocasionalmente, o processo de digitalização apresenta erros de transcrição ou outros problemas; continuamos a trabalhar para melhorar essas versões arquivadas.
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