Ken Kesey, romancista e profeta da era psicodélica dos anos 60, autor de Um Estranho no Ninho.

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Ken Kesey, o condutor da contracultura

 

Ken Kesey, o condutor da contracultura. (Foto: Jeff Barnard / Associated Press / DIREITOS RESERVADOS / Divulgação)

 

Kenneth Elton Kesey (La Junta, Colorado, 17 de setembro de 1935 – Eugene, Oregon, 10 de novembro de 2001), romancista e profeta da era psicodélica dos anos 60, autor de Um Estranho no Ninho.

 

Ele escreveu outros dois romances, Sometimes a Great Notion, filmado com Paul Newman, e Sailor Song. Mas o sucesso veio mesmo em 1964, com Um Estranho no Ninho, mais tarde filmado com Jack Nicholson.

 

Jack Kerouac talvez tenha despejado os primeiros quilos de asfalto, mas o autor de “On the Road” não viveria para ver onde levariam as estradas da contracultura. Foi-se em outubro de 1969, com alucinações de Woodstock, de agosto daquele ano, ainda sobrevoando território americano.

 

Ninguém pode precisar quem terminou a pavimentação, talvez porque a estrada da contracultura tenha se perdido no meio de suas pistas vicinais. Mas poucos dos que pegaram esses caminhos negariam que o grande mestre-de-obras se chamava Ken Kesey.

 

Chamava-se. Kesey morreu em 10 de novembro de 2001. “Morreu pacificamente no seu sono, com a família ao lado”, como descreveu a enfermeira-chefe do hospital de Eugene (Oregon, EUA), onde ele lutava contra um câncer no fígado.

 

O escritor, que cumpria a rota dos 66 anos, não era o último passageiro. Depois que Gregory Corso se foi no início de 2001, Lawrence Ferlinghetti, 82, carrega pelas ruas de San Francisco o rótulo de “o último beatnik”.

 

Mas se Ferlinghetti já permanecia como o remanescente da geração beat, Kesey era a testemunha da passagem do sexo, cocaína e jazz, dos beatniks, para o sexo, LSD e rock’n’roll dos hippies.

 

Ele mesmo começou a construção dessa ponte. Em 1957, enquanto Kerouac lançava seu “On the Road”, Kesey se alistava para receber os US$ 75 que a CIA pagava a estudantes de Stanford para participar de experiências com o pouco conhecido LSD.

 

Do LSD, ele iria ao hospício. Por conta própria. Inscreveu-se, em troca de mais experiências (e dólares), para ser monitor de uma instituição mental em San Francisco. Ali achou o substrato de seu romance “One Flew Over the Cuckoo’s Nest” (“Um Estranho no Ninho”), de 62.

 

O livro fez sucesso nas livrarias, no teatro e explodiu quando Milos Forman o levou ao cinema em 1975 e tirou do ninho os cinco Oscar principais, incluído o de ator, ao melhor Jack Nicholson.

 

Quando escreveu seu segundo romance, em 64, Kesey foi convocado a autografar em Nova York. Juntou um bando de amigos e um belo farnel de LSD diluído em suco de laranja, comprou um ônibus escolar feito em 1939, batizado de Adiante (Further), e foi.

 

Narrada por Tom Wolfe em “O Teste do Ácido do Refresco Elétrico”, essa viagem seria para a contracultura o que a jornada de Ulisses a Ítaca fora para a civilização clássica.

 

Nesse ônibus que viajou EUA adentro fazendo testes com LSD ao som de Grateful Dead, Kesey germinou alguns dos maiores pesadelos para o “sonho americano”. Ken Kesey morreu quando outro sonho começava a nascer.

 

Ken Kesey faleceu em 10 de novembro de 2001, num hospital em Eugene, no Oregon (EUA). Tinha 66 anos. Kesey tinha sido operado de câncer ali, quando teve retirada metade do fígado.
(Fonte: http://www.estadao.com.br/arquivo/arteelazer/2001 – CADERNO 2 – VARIEDADES – ARTE E LAZER – 12 de Novembro de 2001)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA – MEMÓRIA / Por CASSIANO ELEK MACHADO DA REPORTAGEM LOCAL – São Paulo, 12 de novembro de 2001)

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Ken Kesey, um símbolo da geração hippie americana

Ken Kesey, autor do romance «Voando Sobre um Ninho de Cucos», celebrizado no cinema pela mão do realizador Milos Forman.

Ken Keyes tornou-se conhecido com o romance «Voando Sobre Um Ninho de Cucos», publicado em 1962 e fortemente marcado pelas suas visões alucinatórias, fruto de experiências médicas de psicologia baseadas no consumo de psicotrópicos, especialmente LSD e mescalina e no seu trabalho como enfermeiro psiquiátrico num hospital para antigos combatentes, junto da Universidade de Stanford.

Escrito durante um curso de escrita criativa em Stanford, o romance conheceu um grande sucesso e foi adaptado ao cinema pela mão do realizador Milos Forman.

O filme, que tem como protagonista Jack Nicholson, recebe cinco Óscares da Academia de Hollywood, um deles de melhor actor e de melhor filme, para prejuízo de Kesey, que não gostou da adaptação.

Em 1964, juntamente com um grupo de amigos que se auto-baptiza «Merry Praksters» (felizes pantomineiros), Kesey embarca numa travessia pela América num autocarro escolar baptizado de «Further» (Mais Longe) e conduzido por Neal Cassady, um dos heróis de «Pela Estrada Fora», de Jack Kerouac.

O filme realizado sobre este périplo tornou-se num clássico da cultura hippie nascente e a aventura foi traduzida no livro «Electric Kool-Aid acid test» de Tom Wolfe.

Kesey foi também um dos primeiros a defender os Greatful Dead, grupo simbólico do rock psicadélico, na sua iniciação ao LSD.

(Fonte: http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Interior – 10 NOV 01)

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