Karel Reisz, diretor checo de A Mulher do Tenente Francês

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O diretor tcheco Karel Reisz, célebre por sua obra-prima “A Mulher do Tenente Francês”

Karel Reisz (Ostrava, Checoslováquia, 21 de julho de 1926 – Londres, 25 de novembro de 2002), diretor checo de A Mulher do Tenente Francês.

Karel Reisz nasceu na cidade de Ostrava, em julho de 1926. Com apenas 12 anos, fugiu do país por conta da ocupação nazista, nos primeiros momentos da Segunda Guerra Mundial. Seus pais ficaram no país e morreram em campos de concentração.

Reisz, que se radicou na Inglaterra depois de chegar ao país como refugiado da Tchecoslováquia sob ocupação nazista, tornou-se um dos líderes da New Wave no cinema britânico.

Karel Reisz e sua mulher, a atriz Betsy Blair em 1966

Karel Reisz e sua mulher, a atriz Betsy Blair em 1966

Famoso e respeitado no mundo do cinema por ser mestre na direção de atores, ele levou o ator Albert Finney ao estrelato no drama “Saturday Night and Sunday Morning”.

Quando fugiu para a Inglaterra, Reisz não falava uma palavra de inglês.

Na escola Quaker em que estudou, fez filmes de 16 mm, e foi assim que se iniciou no que se tornaria a maior paixão de sua vida.

Durante a 2a Guerra Mundial, ele pilotou aviões para a divisão tcheca da Real Força Aérea britânica.

Depois da guerra, foi professor por algum tempo e em seguida passou a escrever nas revistas de cinema “Sequence” e “Sight and Sound”, além de produzir um livro importante sobre a técnica da edição de filmes.

Em 1960, seu primeiro longa-metragem, “Saturday Night and Sunday Morning”, virou clássico e foi saudado pela crítica como um dos melhores dramas da geração dos “angry young men” (de jovens escritores e cineastas britânicos do pós-guerra) no Reino Unido.

Reisz estabeleceu-se na Inglaterra, de onde participou dos esforços de guerra contra os nazistas. Após o conflito, começou carreira de crítico de cinema nas revistas Sequence e Sight and Sound.

Estreou como diretor em 1955 com o curta Momma Dont Allow, em parceria com Tony Richardson. Fez depois o documentário We Are the Lambeth Boys e em 1960 lançou Tudo Começou no Sábado.

Adaptado de um romance de Alan Sillitoe, Tudo Começou no Sábado é apontado como um dos marcos renovadores do cinema inglês, pelo realismo e irreverência. E Reisz tornou-se uma referência do Free Cinema, movimento que reuniu alguns jovens diretores da cena britânica, como Lindsay Anderson (1923-1994) e o próprio Tony Richardson (1928-1991).

Nos anos 70, dirigiu O Jogador, com James Caan, e o elogiado Jogo Cego ou Soldados da Morte, com Nick Nolte. Em 1981, lançou seu filme mais famoso, A Mulher do Tenente Francês. A história de amor protagonizada por Jeremy Irons e Meryl Streep fez um enorme sucesso de público e crítica.

Outro grande sucesso foi “Deliciosas Loucuras de Amor”, estrelado por David Warner, que lançava um olhar pouco convencional sobre as doenças mentais. Vanessa Redgrave estrelou seu último filme britânico, “Isadora”.

Em meados dos anos 1970 Reisz começou a trabalhar em Hollywood, onde seu sucesso comercial e de crítica foi controverso.

Seu maior triunfo foi “A Mulher do Tenente Francês”, adaptado de um romance de John Fowles e que valeu a Meryl Streep uma indicação ao Oscar.

Seus últimos filmes foram o mediano Um Sonho, Uma Lenda, com Jessica Lange, de 1985, e O Crime que o Mundo Esqueceu, de 90, quando já se dividia entre o cinema, a TV e o teatro.

Seu filme “Sweet Dreams”, uma biografia de Patsy Cline, fez o mesmo com Jessica Lange.

Na última década de sua vida, Reisz se dedicou ao teatro, tendo dirigido peças em Londres, Dublin e Paris.

Karel Reisz faleceu em 25 de novembro de 2002, aos 76 anos, em Londres, após uma longa batalha contra uma disfunção sanguínea.

Sua mulher, a atriz Betsy Blair, disse à Reuters: “Ele morreu em Londres. Estava muito doente nos últimos seis meses, mas vinha lutando contra a doença, uma desordem sanguínea”.

“Não paro de pensar no garoto de 12 anos que chegou aqui como refugiado e construiu toda uma vida. Seus pais morreram em Auschwitz. Ele era um homem maravilhoso”, disse ela.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/reuters/ult112u25020 – NOTÍCIAS – da Reuters, em Londres – 27/11/2002)

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(Fonte: http://www.estadao.com.br/arquivo/arteelazer/2002/not20021127p1884 – CADERNO 2 – CINEMA – 27 de Novembro de 2002)

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