José Hugo Celidônio, um dos chefs mais importantes da gastronomia brasileira

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Dono do Club Gourmet, aberto em 1980 e que durou quase duas décadas, Celidônio foi referência de boa mesa e cozinha autoral no Rio de Janeiro

 

 

 

O casal Marialice e José Hugo Celidônio em baile de Carnaval no Rio, em 2014 (Foto: Vera Donato|Estadão)

 

 

José Hugo Celidônio, chef carioca, tido como um dos precursores da boa mesa no Rio de Janeiro, na década de 1980, e foi reconhecido como um dos primeiros profissionais a unir a cozinha nacional à francesa. Celidônio morou em Paris nos anos 50.

 

 

Celidônio nasceu em São Paulo e chegou ao Rio com a família na década de 60. Apesar de toda a carioquice que lhe era tão peculiar, José Hugo Celidônio nasceu numa família de classe média alta, de plantadores de café no Paraná. Vieram daí o olfato e paladar apurados que sempre o acompanharam, lapidado, desde menino, pela degustação de grãos de arábica e robusta que cresciam nos pés da fazenda.

Ele abriu no Rio restaurantes famosos como Sol e Mar e Club Gourmet, que funcionou por quase vinte anos nas décadas de 80 e 90.

 

 

Foi em 1980 que o chef abriu o Club Gourmet, referência de gastronomia autoral na época e que ficou aberto por quase duas décadas. O chef, que morou em Paris na década de 1950, é tido como o responsável por introduzir o carpaccio em restaurantes do Rio de Janeiro.

 

 

Ainda jovem, foi morar na França, estudou vinhos profundamente, cozinhou com grandes nomes da gastronomia francesa e, em meados dos anos 60, já casado com Marialice, elegeu o Rio para viver.

 

— Vim com dinheiro para viver uns dois anos. O primeiro negócio que fiz aqui foi o Bateau Mouche. Me lembro que fomos fazer um passeio até Paquetá e pensei: “Que coisa! Essa Baía de Guanabara linda desse jeito e não tem um passeio”. Como tinha morado em Paris, me lembrei dos passeios no Sena e pedi licença para usar o nome. Para o embarque e desembarque não ser feito na Praça XV, consegui que fosse em Botafogo. Fiz lá o Sol e Mar, o primeiro restaurante que tive — contou José Hugo em entrevista à revista ELA, em dezembro de 2017.

 

Depois do Sol e Mar, ele abriu em 1968 um lugar que virou lenda na noite carioca, o Flag, frequentado por jornalistas, intelectuais, socialites, empresários, mulheres bonitas. Na parte de cima, funcionava um piano-bar, onde se apresentaram Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Nara Leão, Dick Farney e Sarah Vaughan. Chico Buarque fez uma temporada memorável, cantando diariamente durante um mês. Eram tempos de ‘Apesar de você’, proibida pelo regime militar — como ele não podia cantar, murmurava a melodia e o público soltava a voz.

 

De 1980 a 2002, José Hugo fez um enorme sucesso com o mesmo Clube Gourmet, que, apesar de funcionar em um casarão em frente ao cemitério São João Batista e ao lado de um hospital, vivia lotado. No fim de 2017, ele reabriu o restaurante, agora no Lagoon.

 

Por suas mãos passaram jovens cozinheiros como Pedro de Artagão (do Irajá Gastrô), que trabalhou lá, e Felipe Bronze (Oro e Pipo), que fez sua primeira aula de culinária com Celidônio, aos 15 anos.

 

 

Club reinaugurado

No ano passado, o Club Gourmet ganhou uma nova versão com o mesmo nome no Complexo Lagoon, no Rio, em um espaço com restaurantes, cinemas e bares na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Em outubro de 2017, Celidônio reativou o nome Club Gourmet dentro do complexo Lagoon, na Lagoa, onde servia bufê de almoço e jantar à la carte – e onde batia ponto todos os dias. Publicou, entre outros livros, Histórias e Receitas de José Hugo Celidônio (Ediouro, 1998).

 

 

Gourmet e bon vivant, José Hugo marcou o Rio como um dos primeiros a realizar o casamento da cozinha francesa com a brasileira. Logo se tornou amigo de Paul Bocuse, Gaston Lenôtre, Pierre, Michel e Claude, do clã Troisgros.

 

“Difícil assimilar (a morte). A presença do Zé Hugo sempre foi muito forte pra mim, muito mais que uma influência como chef. Ele simbolizava uma época, uma elegância, era a definição perfeita do ‘bon vivant’. Seu humor, o jeito de falar, de fazer as coisas… É como se a época romântica dos restaurantes tivesse acabado”, disse Felipe Bronze.

 

 

José Hugo Celidônio morreu na noite deste domingo (2) aos 86 anos, após se sentir mal durante um jantar numa pizzaria do Rio de Janeiro.

(Fonte: https://paladar.estadao.com.br/noticias/comida – NOTÍCIAS / COMIDA / por Redação Paladar – 3 setembro 2018)

(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/09/03 – NOTÍCIA / RIO DE JANEIRO / Por RJ1 – 

(Fonte: https://oglobo.globo.com/ela/gastronomia – ELA / GASTRONOMIA / POR O GLOBO – 

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