John Winston Lennon, o cérebro pensante dos Beatles e, acima de tudo, o rosto mais visível de uma geração

John Winston Lennon, cantor e compositor, era o cérebro pensante dos Beatles e, acima de tudo, o rosto mais visível de uma geração. Lennon nasceu durante a Segunda Guerra Mundial, em Liverpool, 9 de outubro de 1940, sob forte bombardeio. Até aos 14 anos tia Mimi só lhe dava 5 xelins (dois cruzeiros novos) por semana “tentando ensinar-lhe o valor do dinheiro”. Mas o dinheiro nunca significou nada para ele.

Em 1952 ingressou na Quarry Bank High School. No final do quarto ano era o vigésimo da classe, último classificado. John nunca se arrependeu disso: “Eu provei que estava certo. Os professores eram idiotas. Por isso, ainda estão lá”. Apesar de gostar de Frankie Lane e Johnny Ray, foi Elvis Presley, o primeiro, cantor a impressionar John. Ao conjunto que criou em 1956, o primeiro, deu o nome de Quarrymen, em homenagem à escola.

Sua primeira apresentação pública foi na festa do Empire Day, quando tocaram em cima de um caminhão: nada receberam por isso. No dia 15 de junho de 1956, o contrabaixista do conjunto apresentou a John seu amigo Paul McCartney.
“Aquele foi o dia. Quando conheci Paul o mundo começou a funcionar.”

John era o terror da escola. Seu boletim dizia. “Sem esperanças. Um palhaço na classe”. John tinha um ano e seis meses quando seus pais se separaram. Embora criado pela Tia Mimi, quem lhe ensinou banjo foi sua própria mãe.
Tia Mimi “preferia que ele cantasse hinos e cânticos”, mas John sempre preferiu a música popular. “Eu era agressivo, queria ser líder. Gostava que me seguissem, rissem de minhas piadas e me aclamassem como chefe.”

Em 1956 fundou um conjunto: cabelos e roupas iguais aos de Elvis Presley. “Qualquer pessoa, mesmo não sabendo múisica – como era meu caso -, poderia formar um conjunto daqueles: bastava saber alguns acordes de guitarra.”
John nessa época vestia-se como cawboy grandes botas, pinta de juventude transviada, um terror para as mães de família, que procuravam afastar dele os seus filhos.

(Fonte: Veja, 25 de setembro de 1968 – Edição 3 – Música – Pág; 68/71)