John Cheever, romancista e contista americano conhecido como um dos mais célebres autores de contos

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John Cheever: família tradicional, alcoolismo e bissexualidade

John Cheever (Quincy, Massachusetts, 27 de maio de 1912 – Ossining, 18 de junho de 1982), conhecido como um dos mais célebres autores de contos. Cheever nasceu em 27 de maio de 1912, em Quincy, Massachusetts.

John Cheever romancista e contista americano, popular em seu país e praticamente desconhecido no Brasil, foi um notável retratista da classe média suburbana dos Estados Unidos. Escreveu quatro romances e mais de 100 histórias curtas e ganhou os mais prestigiosos prêmios literários do país, como o Pulitzer e o National Book.

 

O AMERICANO INTRANQUILO

John Cheever, o minimalista que radiografou a alma dos Estados Unidos

Ele foi chamado de “o Tchecov americano” e, de fato, como o grande escritor russo, o americano conseguia captar os aspectos mais profundos da psicologia humana. Sua primeira narrativa foi publicada muito cedo, em 1930, pouco depois de sua expulsão por indisciplina da universidade.

Com histórias que radiografavam a vida nos subúrbios de classe média, Cheever conquistaria enorme reconhecimento. A estreia no romance demorou um pouco mais, mas foi igualmente bem-sucedida.

Ocorreu em 1957, com “A Crônica dos Wapshot”, que recebeu o prestigioso National Book Award. Trata-se de uma saga familiar, gênero bastante cultivado no século XX e exemplificado por obras como “Os Buddenbrooks”, de Thomas Mann, e “Os Thibault”, de Roger Martin du Gard.

Diferente desses escritores, porém, Cheever é um minimalista. Seu objetivo não é traçar um grandioso painel da sociedade americana. Mas ele chega a um resultado semelhante, colecionando tipos humanos que vão do comum ao insólito, sempre retratados de maneira fascinante.

Como nos primeiros contos de Cheever, o elemento autobiográfico desempenhou um papel importante em “A Crônica dos Wapshot”. O escritor pertencia a uma tradicional família da Nova Inglaterra, que sofreu um abalo quando o pai, industrial, foi a falência em 1929 e tornou-se alcoólatra (como o próprio Cheever, mais tarde).

A mesma visão crítica que tinha do subúrbio – um lugar confortável, supostamente idílico, mas minado pelo individualismo – Cheever aplicou à Nova Inglaterra, o berço da civilização americana. E o fez utilizando o legado puritano do auto-exame, mitigado por uma bem-humorada e melancólica compaixão.

O cenário inicial de é a pequena e decadente cidade de St. Botholphs. Ali moram os Wapshot, cujas raízes na região remontam a 1630.

Numa honrosa aproximação com o mestre do conto russo, a crítica costuma chamá-lo de “o Tchecov americano”. Um de seus romances, “A Crônica dos Wapshot”, foi traduzido no Brasil.

Cheever faleceu dia 18 de junho de 1982, de câncer, aos 70 anos, em Ossining, Estados Unidos.
(Fonte: Veja, 30 de junho de 1982 – Edição 721 –DATAS – Pág; 118)

(Fonte: Veja, 30 de outubro de 2002 – ANO 35 – Nº 43 – Edição 1775 – Livros/ Por Moacyr Scliar – Pág: 139)

 

John Cheever

John Cheever, o minimalista que radiografou a alma dos Estados Unidos

 

Obra de John Cheever deflagra a alienação existencial e a falsa felicidade dos ricos

Conhecido como um dos mais célebres autores de contos e apelidado “o Tchecov americano”, John Cheever (1912-1982) escreve sobre a classe média alta suburbana e suas atitudes viciosas em “28 Contos de John Cheever”.

As histórias do autor são marcadas por um realismo documental que mostra o cotidiano repetitivo e pouco imaginativo que impera no conforto dos abastados. No entanto a camada superficial de modorra – predominante em seu rico caleidoscópio de personagens– se quebra em rupturas líricas, alumbramentos e epifanias.

O livro “The Stories of John Cheever”, que rendeu o prêmio Pulitzer ao autor em 1978, na categoria ficção, e colocou pela primeira vez um livro de histórias curtas por seis meses nas listas de obras mais vendidas do “New York Times”.

(Fonte: www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha – da Livraria da Folha – 12/12/2010)

 

John Cheever, o minimalista que radiografou a alma dos Estados Unidos

John Cheever: família tradicional, alcoolismo e bissexualidade

O que consagrou John Cheever nos anos 1950 foi o talento em perceber os dilemas de uma parcela da sociedade americana nascida no pós-guerra e sem muito talento para lidar com a cobrança que a abundância do período trazia sobre suas vidas. Era a obrigação de vencer e de dar certo que movia seus personagens.

Ele foi chamado de “o Tchecov americano” e, de fato, como o grande escritor russo, o americano John Cheever conseguia captar os aspectos mais profundos da psicologia humana. Sua primeira narrativa foi publicada muito cedo, em 1930, pouco depois de sua expulsão por indisciplina da universidade.

Com histórias que radiografavam a vida nos subúrbios de classe média, Cheever conquistaria enorme reconhecimento. A estreia no romance demorou um pouco mais, mas foi igualmente bem-sucedida. Ocorreu em 1957, com A Crônica dos Wapshot, que recebeu o prestigioso National Book Award. Trata-se de uma saga familiar, gênero bastante cultivado no século XX e exemplificado por obras como Os Buddenbrooks, de Thomas Mann (1875-1955), e Os Thibault, de Roger Martin du Gard (1881-1958), laureado com o Nobel de Literatura de 1937.

Diferente desses escritores, porém, Cheever é um minimalista. Seu objetivo não é traçar um grandioso painel da sociedade americana. Mas ele chega a um resultado semelhante, colecionando tipos humanos que vão do comum ao insólito, sempre retratados de maneira fascinante.

Como nos primeiros contos de Cheever, o elemento autobiográfico desempenhou um papel importante em A Crônica dos Wapshot. O escritor pertencia a uma tradicional família da Nova Inglaterra, que sofreu um abalo quando o pai, industrial, foi à falência em 1929 e tornou-se alcoólatra (como o próprio Cheever, mais tarde). A mesma visão crítica que tinha do subúrbio – um lugar confortável, supostamente idílico, mas minado pelo individualismo – Cheever aplicou à Nova Inglaterra, o berço da civilização americana.

O cenário inicial de A Crônica dos Wapshot é a pequena e decadente cidade de St. Botholphs. Ali moram osWapshot, cujas raízes na região remontam a 1630, e que descendiam de legendários comandantes de navio. Mas é no fim do testamento que Cheever atinge o auge da ironia, com uma espécie de resumo do que seria a tradição americana: “Mantenha-se ereto. Admire o mundo. Aprecie o amor de uma delicada mulher. Confie no Senhor.”

(Fonte: Veja, 30 de outubro de 2002 – ANO 35 – Nº 43 – Edição 1775 – Livros/ Por Moacyr Scliar – Pág: 139)

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