João Steiner, astrônomo e professor era especialista em núcleos ativos de galáxia, cientista foi influente como gestor e articulou acesso do Brasil a grandes telescópios

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O astrônomo brasileiro era especialista em núcleos ativos de galáxia, cientista foi influente também como gestor e articulou acesso do Brasil a grandes telescópios

 

João Steiner, foi diretor do IEA de 2003 a 2007

João Evangelista Steiner (São Martinho, Santa Catarina, 1º de março de 1950 — São Martinho, 10 de setembro de 2020), astrônomo e professor brasileiro, foi diretor do IEA entre 2003 e 2007, e foi um dos maiores intelectuais brasileiros.
João Steiner era professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, e sócio da SBPC desde 1974. Teve grande atuação na diretoria da entidade, tendo sido primeiro-tesoureiro da SBPC (1989-1991) e secretário-geral (1991-1993).
Professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP e pesquisador de núcleos ativos de galáxias, Steiner era formado em física pelo Instituto de Física (IF) da USP (1973), com mestrado e doutorado em astronomia pelo IAG e pós-doutorado no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics.
Nascido em 1950 em São Martinho, interior de Santa Catarina, Steiner graduou-se em Física na Universidade de São Paulo (USP), em 1973, onde obteve mestrado em Astronomia, em 1975, e doutorado na mesma área, em 1979. Logo em seguida, realizou sua pesquisa de pós-doutorado no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, nos Estados Unidos.
Membro da Academia Brasileira de Ciências e da TWAS (Academia Mundial de Ciências para o Avanço dos Países em Desenvolvimento), foi condecorado em 2001 com a Ordem do Rio Branco – Grau de Comendador, concedida pelo Ministério das Relações Exteriores, e em 2010 com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
Steiner também ocupou a Secretaria de Coordenação das Unidades de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e dirigiu o Instituto de Estudos Avançados (IES/USP).

 

Steiner foi presidente da Sociedade Astronômica Brasileira (1982-1984), tesoureiro e Secretário Geral da SBPC (1988-1992), diretor de Ciências Espaciais e Atmosféricas do Inpe (1987-1989), diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica (1997-1999) e secretário do Ministério da Ciência Tecnologia (1997-2002). Coordenou o projeto Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Astrofísica (2009-2016) e a implantação do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos.

 

Atualmente, era membro do Conselho de Administração do CNPEM, membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, da Academia de Ciências dos Países em Desenvolvimento (TWAS) e membro honorário da American Astronomical Society.

 

Entusiasta e incentivador da divulgação cientifica, foi colunista da revista Superinteressante nos anos 90. No Jornal da USP, assinava a coluna “Entender estrelas, uma viagem pela astronomia”.

 

Legado no IEA

 

João Steiner foi um dos grandes responsáveis pela modernização do Instituto no começo dos anos 2000. Em sua gestão, todos os eventos acadêmicos começaram a ser transmitidos ao vivo pela internet, atingindo um público maior e de outras cidades e países. Também foi criado o site em inglês do IEA, e a revista “Estudos Avançados” passou a ter versão digital, inserida na SciELO.

 

Enquanto diretor, Steiner organizou com Gerhard Malnic o livro “Ensino Superior: Conceito e Dinâmica“, publicado pela Edusp em 2006, e publicou ativamente na revista. É autor de “A origem do Universo” (2006), um dos artigos mais acessados da “Estudos Avançados” e de outros três textos: Instituto de Estudos Avançados (2004); Qualidade e diversidade institucional na pós-graduação brasileira (2005); e Conhecimento: gargalos para um Brasil no futuro (2006). Até antes de sua morte, Steiner integrava o Conselho Editorial da “Estudos Avançados”.

 

Steiner também inseriu o IEA no projeto “Brasil 3 Tempos: 2007, 2015 e 2022“, iniciativa do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República que reunia diversas instituições de pesquisa do Brasil para estabelecer metas a serem atingidas pelo país em 18 anos.

 

Antes de ser diretor do IEA, Steiner integrou o Conselho Deliberativo do Instituto, de 1991 a 1993.

 

O astrofísico faleceu em 10 de setembro, em São Martinho, Santa Catarina, sua cidade natal, em decorrência de um enfarto.

 

Homenagem

O professor João Steiner foi uma estrela brilhante no firmamento da Educação e da Ciência. A sua luminosidade intensa foi especialmente percebida no Instituto de Estudos Avançados da USP, do qual foi diretor de 2003 a 2007 e membro do Conselho Editorial da revista Estudos Avançados até o seu último dia. “Entender estrelas”. Com esse convite o professor Steiner nos atraía semanalmente a uma instigante viagem radiofônica pela Astronomia. Hoje quem viajou para a eternidade foi o professor-estrela. Mas a luz da sua memória não se apagará e continuará a iluminar os nossos passos.

Guilherme Ary Plonski, diretor do IEA

Além de um grande cientista, o professor Steiner impressionou-me sobremaneira pela sua humanidade. Logo que os resultados da eleição indicaram que eu e o Guilherme Ary Plonski ocuparíamos a direção do IEA, Steiner convidou-me para um almoço. Deu-me conselhos de forma fraterna, generosa e franca. Jamais esqueci aqueles momentos. A perda precoce do professor João Steiner empobrece a USP.

Paulo Saldiva, diretor do IEA de 2016 a 2020

 

O astrofísico João Steiner assumiu a direção do IEA em 2003, trazendo dimensões nunca antes imaginadas de atuação. Renovou seu campo de ação e expandiu sua visão de futuro. Demonstrou, na prática, na gestão, que um IEA na universidade precisa transcender a sua condição acadêmica vigente e buscar constantemente novos desafios, imaginando futuros possíveis e impossíveis, uma vez que o conhecimento é sempre ilimitado e transcendente. Um cientista com múltiplas habilidades e muito generoso. Atuou desta forma em outras instâncias por onde passou. Inspirador cosmológico.

Martin Grossmann, diretor do IEA de 2012 a 2016

 

(Fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade / SOCIEDADE / por Rafael Garcia – 10/09/2020)

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