João Sayad, foi ministro do Planejamento no governo José Sarney e um dos idealizadores do Plano Cruzado

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João Sayad, ministro do Planejamento de Sarney e um dos idealizadores do Plano Cruzado

 

© Rafael Arbex/Estadão Joao Sayad em 2015; além de ministro do Planejamento, economista foi secretário da Fazenda e da Cultura do Estado de São Paulo e secretário de Finanças da cidade de São Paulo

 

João Sayad (São Paulo, em 10 de outubro de 1945 – São Paulo, 5 de setembro de 2021), professor e economista que foi ministro do Planejamento no governo José Sarney. Sayad ocupou seu primeiro cargo na gestão pública em 1983, quando foi secretário de Fazenda do estado de São Paulo na gestão Franco Montoro (1983-1987), atuação que abriu caminho à nomeação para um ministério no governo Tancredo Neves.

 

Em 1985, sucedeu Antônio Delfim Neto no Ministério do Planejamento do primeiro governo democrático após o fim da ditadura militar.

 

Ele integrava, na época, o grupo de novos economistas paulistas, do qual também faziam parte José Serra, Luciano Coutinho e André Franco Montoro Filho. Sayad era contra a política econômica de juros altos e corte nos gastos públicos, o que o colocou em conflito com Francisco Dornelles, então ministro da Fazenda.

 

Sayad estava na equipe que criou o Plano Cruzado, em 1986, em substituição ao cruzeiro. Em 1987, deixou o governo Sarney e voltou a dar aulas na FEA-USP.

 

Nascido em São Paulo, em 10 de outubro, formou-se em economia pela FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo) em 1967 e começou a dar aulas na instituição já no ano seguinte. Concluiu o mestrado em 1970 e desde 1978 era livre-docente.

 

Além de uma vasta vida acadêmica, Sayad ocupou diversos cargos públicos e em instituições ligadas à educação e à economia desde o fim dos anos 1970.

 

O economista fez parte de vários governos, ocupando diversos cargos públicos. Era parte importante da equipe que criou o Plano Cruzado, em 1986. Durante o governo José Sarney, foi ministro do Planejamento.

Ele foi um dos idealizadores do Plano Cruzado, em 1986, uma das tentativas de se combater a hiperinflação que assolou a economia brasileira na década de 1980.

 

O economista foi secretário estadual da Fazenda de São Paulo entre 1983 e 1985, no governo Franco Montoro, secretário municipal de Finanças da cidade de São Paulo entre 2001 e 2004, convidado pela prefeita Marta Suplicy, e secretário estadual de Cultura entre 2007 e 2010, no governo José Serra.

Na gestão de José Serra (PSDB), em 2007, foi secretário de Estado da Cultura do governo paulista e presidiu a Fundação Padre Anchieta, responsável pela gestão da TV Cultura.

O economista era professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), mesma instituição em que se graduou em 1967 e fez mestrado. Em 1973, mudou-se para os Estados Unidos, onde obteve, na Universidade Yale, o PhD em economia.

 

Além de ministro do Planejamento, Sayad ocupou outros cargos públicos, como o de secretário da Fazenda do Estado de São Paulo na gestão Franco Montoro, secretário municipal de Finanças de São Paulo, no governo de Marta Suplicy, e secretário estadual de Cultura de São Paulo no governo José Serra. Também foi presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura.

 

No final da década de 1980, fundou, junto com Philippe Reichstul e Francisco Luna, o banco SRL. A instituição foi vendida em 1997 para o americano American Express Bank, movimento que deu origem ao banco Inter American Express.

 

Na década de 1990, Sayad assinou a coluna Opinião Econômica na Folha. Também publicou outros artigos e análises no jornal, nos quais tratava principalmente de educação e temas econômicos.

 

No últimos 50 anos, também foi consultor sobre crédito rural para o Banco Mundial, editor da revista Estudos Econômicos, do IPE (Instituto de Pesquisas Econômicas), vice-presidente de Finanças e Administração do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e fundou o Banco SRL, depois rebatizado para Banco Interamerican Express, após venda para a American Express.

 

Ele também ocupou posições de destaque no cenário internacional. Foi vice-presidente de finanças e administração do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

 

Em 2006, na revista Piauí, Sayad se descreveu como um “brasileiro e católico, neto de quatro avós libaneses”, que perdeu a fé durante 30 anos, mas que um dia a reencontrou.

 

Contou que um certo domingo, em Campos do Jordão (SP), onde passava os fins de semana, decidiu ir à missa “missa das seis da tarde, na Igreja de São Benedito.”

 

“Na fila da comunhão, cada uma daquelas cabeças, que me impediam de ver o altar, estava cheia de ansiedades, problemas e dúvidas iguais ou mais terríveis do que as minhas. Desconhecidos que eram cúmplices, parceiros, irmãos de um destino comum. Senti aconchego e conforto. ‘Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles’, Mateus 18:20”, contou o economista.

 

“Desde então, vou à missa todos os domingos.”

 

Em 2009, publicou “Que país é este?” (ed. Revan), uma reunião de seus artigos acadêmicos e de opinião. Pelo selo Portfolio Penguin, da Companhia das Letras, publicou em 2015 o livro “Dinheiro, dinheiro: Inflação, desemprego, crises financeiras e bancos”.

 

João Sayad faleceu em 5 de setembro de 2021, aos 75 anos.

Sayad sofria de câncer e estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

O colunista da Folha Alexandre Schneider, ex-secretário municipal de educação de São Paulo, afirmou, na mesma rede social, que Sayad foi um “gigante da economia, um brasileiro especial.”

Laura Carvalho, economista e professora da USP, disse que “nas poucas trocas” com João Sayad, ele impressionava pela generosidade e gentileza.

“Extremamente triste com a perda de um grande amigo. João Sayad era uma figura ímpar, um economista diferenciado, de espírito iluminado e inquieto, e amplos horizontes intelectuais. Ao longo de quase 3 décadas conversamos por horas sempre que era possível. Mais uma triste perda”, escreveu a economista Leda Paulani.

O diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do SenadoFelipe Salto, destacou que Sayad tinha um “espírito público genuíno”.

Presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Antonio Corrêa de Lacerda lembrou que Sayad era um “profundo conhecedor” da obra de Keynes. “Um economista erudito com visão holística da economia.”

Nomes ligados à cultura também lamentaram a morte do economista. Crítico de cinema e fundador do festival de documentários É Tudo Verdade, Amir Labaki escreveu que Sayad foi “desses ternos amigos que iluminavam o dia de todas as conversas e desses raros intelectuais que arregaçavam as mangas e agigantavam todos os cargos que assumia”.

Para Hubert Alquéres, diretor do Colégio Bandeirantes, membro da Academia Paulista de Educação e da Câmara Brasileira do Livro, o economista foi “um excelente secretário da cultura em São Paulo”. “Perdemos uma figura pública notável. Inteligente, gentil e focado, adorava música clássica e estar com os amigos da academia.”

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por ESTADÃO Conteúdo – 5 de setembro de 2021)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – (FOLHAPRESS) / NOTÍCIAS / BRASIL / por FERNANDA BRIGATTI – SÃO PAULO, SP – 5 de setembro de 2021)

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