Jesús-Rafael Soto, artista plástico venezuelano, foi um dos pioneiros da arte cinética

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Jesús-Rafael Soto (Ciudad Bolívar, 5 de junho de 1924 – Paris, 14 de janeiro de 2005), artista plástico venezuelano, expoente da arte do século XX.

Soto era considerado um dos mestres da arte cinética, modalidade abstrata que busca captar o movimento através de efeitos ópticos. Com uma obra baseada na convicção de que tomar consciência do “imaterial é atravessar a última etapa para o absoluto”, o artista é autor de uma “obra que mudou o discurso da pintura e marcou as novas gerações”.

Jesús Rafael Soto nasceu em Ciudad Bolívar no dia 5 de junho de 1923. Tinha 19 anos quando entrou na Escola de Artes Plásticas de Caracas e 24 quando foi nomeado professor em Maracaibo. Em 1950, aos 27 anos, decidiu deixar sua Venezuela natal e se instalar em Paris.

Na capital francesa, ganhou a vida primeiramente tocando violão e cantando nos bares de Saint-Germain-des-Près, enquanto prosseguia em sua inquieta busca no campo das artes plásticas.

Influenciado por Mondrian, Soto ultrapassou rapidamente a abstração geométrica, convencido de que tudo que é estático é falso e que a pintura deveria refletir a vida, na qual não há nada em repouso.

Esta percepção do movimento, do instável, levou-o a trabalhar com sobreposições e cores para conseguir efeitos de movimento, de vibração. O efeito cinético de suas obras é fascinante, movimentam-se, evoluem, transformam-se sobre o olhar.

Em 1955, participou da exposição Movimento, organizada na Galeria Denise René, que desde então se ocupa de suas obras. A marchand, que conheceu Soto pouco depois dele chegar a Paris, expressou sua dor pela morte do artista que “fez uma contribuição essencial à arte contemporânea, com uma obra única em seu gênero”.

Nos anos 60, incorporou suas vibrações a esculturas metálicas, como o “Mural” composto de resíduos metálicos pintados de negro. Em 1967, criou a primeira obra da série “Penetráveis”, instalações de tubos de plástico através dos quais o espectador se sente em um espaço mágico. Obras que puderam ser admiradas no Museu de Arte Moderna, no Grand Palais e o Centro Pompidou de Paris.

Jesús Soto fez uma grande retrospectiva em Berna em 1968 e, em 1973, foi inaugurado o museu de arte moderna que leva seu nome em Ciudad Bolívar. Novas exposições retrospectivas foram organizadas no Guggenheim de Nova York, em 1974, e em Madrid, em 1992. Em 1996, foi convidado de honra da Bienal de São Paulo.

Recebeu em 1960 o Prêmio Nacional de Pintura da Venezuela e, em 1995, o Grande Prêmio Nacional da Escultura da França.

Sua última retrospectiva foi inaugurada em 1997 no Jeu de Paume de Paris, viajando depois para Alemanha, Espanha, Noruega, Brasil, Colômbia, Argentina e Venezuela.

Por mais de 50 anos, o artista plástico venezuelano Jesús-Rafael Soto criou obras tão instigantes que passam a sensação de estar “dentro” delas. Ao explorar diferentes cores e materiais com ousadia, foi um dos pioneiros da arte cinética, que impressiona pelo movimento e pela vibração.

Jesús Soto morreu no dia 14 de janeiro de 2005, aos 81 anos, em Paris, a poucos dias da abertura da primeira retrospectiva individual de sua obra no Rio de Janeiro. A exposição ganhou o peso de homenagem. Entre os 37 trabalhos trazidos – grande parte vem do museu que leva o nome do artista, localizado em sua terra natal, Ciudad Bolívar – estão inéditos como a Esfera Theospácio, instalação de alumínio de mais de 3 metros. Junto com eles estão preciosidades de contemporâneos brasileiros que dialogam com Soto, como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Lygia Pape.

“Verdadeiro desafio da imaginação, suas obras, expostas no mundo inteiro, são um chamado a libertar as linhas e as formas da prisão do olhar e das aparências”, disse nesta quinta-feira o ministro francês da Cultura, Renaud Donnedieu de Vabre, ao prestar homenagem ao grande artista visionário.

“Sua condição de músico fez com que traçasse um paralelo entre a música e seu trabalho plástico. As cordas de seu violão se compenetravam com as linhas de sua obra plástica”.

“Era um grande artista sensível, mas também disciplinado e um homem com uma grande dignidade”, acrescentou Denise René.

 

(Fonte: Época -– N° 350 -– 31 de janeiro, 2005 -– Destaques / Exposição)

(Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2005/01/20/ult32u10194 – ÚLTIMAS NOTÍCIAS/ Por María Carmona – PARIS, 20 jan (AFP) – 20/01/2005)

 

 

 

 

 

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