Jessye Norman, estrela da ópera, vencedora de quatro estatuetas no Grammy, o qual também lhe valeu a Medalha Nacional das Artes dos EUA

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Cantora lírica vencedora de quatro estatuetas no Grammy também era reconhecida por forte ativismo social

 

La Norman estrou na Metropolitan Opera em 1983, como a Cassandra em “Les Troyens” de Berlioz.

 

Soprano americana ganhou quatro Grammys ao longo da carreira e era umas vozes mais admiradas desta geração.

 

A DIVA NEGRA DO CANTO LÍRICO

 

Jessye Mae Norman (Augusta, Geórgia, 15 de setembro de 1945 – Nova York, 30 de setembro de 2019), cantora de ópera norte-americana, uma das principais cantoras de ópera do mundo. A soprano americana foi vencedora de quatro prêmios no Grammy Awards.

 

Ela foi uma das divas mais renomadas de sua geração e uma das poucas afro-americanas a adentrar o mundo da ópera, após estrear no palco em Berlim. Ela foi uma das divas mais admiradas de sua geração, tendo ganhado quatro Grammys por suas gravações e um pelo conjunto obra de vida, em 2006, o qual também lhe valeu a Medalha Nacional das Artes dos Estados Unidos.

 

Nascida em Augusta, Geórgia, no sul dos EUA, ela conta entre as poucas afro-americanas a conseguirem adentrar o mundo da ópera, ficando conhecida sobretudo por suas interpretações das heroínas de Richard Wagner.

 

Norman cantou na tomada de posse de dois presidentes americanos – Ronald Reagan e Bill Clinton –, nos 60 anos da rainha Elizabeth 2ª, em 1986, na abertura dos Jogos Olímpicos de 1996, em Atlanta, e nas comemorações dos 200 anos da Revolução Francesa, em 1989.

 

Uma das maiores vozes operísticas de sua época, a renomada voz soprano ganhou quatro Grammys e desempenhou papéis em óperas de Verdi, Beethoven e Berlioz.

 

Jessye Mae Norman seria consagrada sobretudo em papéis de óperas escritas por Verdi e Beethoven. Filha de mãe e avô materno pianistas, tinha ainda um cantor em casa, o pai. Estou piano cedo e logo começou a mostrar uma voz incomum cantando na Igreja Batista de seu bairro.

 

Jessye ficou conhecida pelo seu estilo único e expressivo na hora de cantar, associado principalmente aos papéis de óperas como Verdi e Beethoven. Além disso, a artista também foi vencedora do Grammy quatro vezes.

A soprano começou a carreira na década de 1960, na ópera Aida, de Giuseppe Verdi. Com a francesa Les Troyens, de Hector Berlioz, fez sua estreia nos palcos no tradicional Metropolitan Opera, em Nova York, em 1983. Sua trajetória foi marcada pela voz imponente, cantada com pouco esforço, entoando grandes peças de nomes como Johann Strauss e Wagner. Ela também circulou por palcos menos eruditos, como o Festival de Jazz de Montreux.

 

Ela se mudou para Londres em 1975, a fim de estudar, e por lá ficou por cinco anos. Curiosamente, sua estreia na ópera nos Estados Unidos veio apenas em outubro de 1982, ao lado da Companhia de Ópera da Filadélfia, aparecendo em Oedipus Rex, de Igor Stravinsky, e em Dido e Eneias, de Henry Purcell. Sua carreira na Europa, no entanto, já a havia consagrado.

 

Jessye nasceu em Augusta, Georgia, nos Estados Unidos, em uma família musical. Seu pai cantava na igreja batista que frequentava, sua mãe e avó eram pianistas. Jessye seguiu os passos do patriarca e começou a entoar canções cristãs. Estudou canto na Universidade de Howard em Washington, e continuou a se aprimorar, passando por conservatórios em Maryland e Michigan. Se mudou para a Europa, onde fechou um contrato com a Ópera de Berlim. Continuou a se apresentar pelo continente até retornar aos Estados Unidos, já com status de estrela.

 

A soprano dramática nasceu em 15 de setembro de 1945 numa família de artistas amadores que incluíam pianistas e cantores. Já aos quatro anos, começou a cantar música gospel na igreja batista local. Mais tarde passou a ouvir as transmissões de rádio das apresentações na Metropolitan Opera.

 

“Não me lembro de nenhum momento da minha vida em que não estivesse tentando cantar”, disse à emissora americana NPR em 2014. Como jovem negra pioneira no mundo branco da música clássica, logo passou a ser idolatrada por sua voz, de timbre inconfundível, enorme extensão e capaz das maiores proezas técnicas aparentemente sem esforço, assim como por sua personalidade efervescente.

 

Ela estudou música com uma bolsa integral na Universidade Howard de Washington, historicamente frequentada por negros, antes de ingressar no Conservatório Peabody e na Universidade de Michigan. Em 1968, venceu a Competição Internacional de Música em Munique, antes de celebrar sua estreia no palco na Deutsche Oper de Berlim, em 1969, cantando a Elisabeth da ópera wagneriana Tannhäuser.

 

A majestosa diva estabeleceu-se na Europa na década de 1970, mudou-se para Londres e passou anos realizando recitais e trabalhos solos. A estreia na Met foi em 1983, como Cassandra em Les Troyens de Hector Berlioz, durante a temporada comemorativa do centenário da casa. “Sua enorme extensão de voz é uma maravilha aveludada, totalmente perfeita quando ela deseja”, elogiara o crítico Octavio Roca, do Washington Post, numa crítica de 1980.

 

Artisticamente ousada, seu repertório abarcava quatro séculos, indo do período barroco ao moderno, e suas aventuras musicais incluíram incursões pela música contemporânea, popular e jazz.

 

Em 1997, aos 52 anos, Norman se tornou a pessoa mais jovem a ganhar o Prêmio Kennedy na história do Centro John F. Kennedy de Artes Performáticas. Ela recebeu a Medalha Nacional das Artes do ex-presidente Barack Obama e foi agraciada com o doutorado honorário de diversas universidades de prestígio, incluindo Juilliard, Harvard e Yale. Norman também era membro da Academia Real Britânica de Música e recebeu a Ordem das Artes e das Letras na França, onde foi homenageada até com uma orquídea que leva seu nome.

 

 

Cantando um spiritual, durante cerimônia no Capitólio, em 2013

 

 

“La Norman” também retribuiu ao mundo as abundantes honrarias recebidas, ao arrecadar fundos de incentivo para alunos pobres talentosos, promover as artes nas escolas ou defender a diversidade. Em 2003, foi inaugurada em Augusta, sua cidade natal, a Escola de Artes Jessye Norman, para proporcionar educação gratuita em belas-artes para crianças carentes.

 

“Olho para as orquestras sinfônicas deste país e quero que elas se pareçam mais com o grupo demográfico que se destinam a servir. Eu gostaria de ver mais afro-americanos no palco da Metropolitan Opera aqui em Nova York”, comentou. “Anseio pelo dia em que não pensemos na cor da pele ao procurar alguém para fazer um trabalho, seja ele qual for.”

 

Sua vida pessoal permanecia envolta em mistério, embora sua biografia de 2014 Stand up straight and sing! (Fique ereta e cante!) mencione que certa vez um aristocrata francês lhe fez uma proposta de casamento. Num almoço em homenagem a ela em 2014, na Metropolitan Opera Guild, organização que apoia a instituição musical, a romancista afro-americana Toni Morrison louvou sua voz como uma maravilha sem igual.

 

“A beleza e o poder, a singularidade da voz de Jessye Norman. Não me lembro de nada parecido. Tenho que dizer que, às vezes, quando ouço sua voz, ela parte meu coração. Mas todas as vezes que ouço sua voz, ela cura minha alma”, celebrou a Nobel de Literatura, morta em agosto.

Para além dos palcos, Jessye teve um forte envolvimento em causas sociais. Em 2003, a cantora fundou a The Jessye Norman School of the Arts for Economically Disadvantaged Students, fundação de educação de artes para jovens economicamente carentes na sua cidade natal. No ano anterior, realizou uma performance tocante de America the Beautiful no memorial do World Trade Center em homenagem às vítimas do ataque terrorista. A soprano ainda era ativa na luta contra a fome no desenvolvimento juvenil. Lançou uma biografia, intitulada Stand Up Straight and Sing, no ano de 2014.

 

Jessye Norman faleceu aos 74 anos em 30 de setembro de 2019. A causa da morte foi um choque séptico e falência múltiplas dos órgãos, devido a complicações de uma lesão na medula em 2015. Jessye morreu em um hospital de Nova York cercada de entes queridos.

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2019/09/30 – POP & ARTE / MÚSICA / NOTÍCIA / Por G1 – 30/09/2019)

(Fonte: https://veja.abril.com.br/entretenimento – ENTRETENIMENTO / Por Redação – 30 set 2019)

(Fonte: Deutsche Welle – NOTÍCIAS / CULTURA / MÚSICA / Por CA,AV/ap/afp/dpa/ots – 01.10.2019)

(Fonte: Veja, 9 de outubro de 2019 – ANO 52 – Nº 41 – Edição 2655 – DATAS / MEMÓRIA / Por Sérgio Martins – Pág: 25)

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