Jean-Michel Basquiat, impressionou o mundo da pintura ao pintar caveiras e garatujas

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A pintura de Basquiat, um mito fabricado pelo mercado nos anos 80

 

Jean-Michel Basquiat

Basquiat em 1982 (Foto: Pinterest/Divulgação)

 

Jean-Michel Basquiat (Brooklyn, Nova York, 22 de dezembro de 1960 – Nova York, 12 de agosto de 1988), pintor e grafiteiro norte-americano. Seu pai, Gerard Jean-Baptiste Basquiat, era ex-ministro do interior no Haiti.

Nascido em dezembro de 1960, no Brooklyn, negro, filho de um haitiano e uma porto-riquenha, Basquiat se lançou no mundo das artes como grafiteiro. Sua obra incorpora cores fortes e signos pop americanos.

Impressionou o mundo da pintura ao pintar caveiras e garatujas a mão de um esteta negro revolucionário. Basquiat seria um gênio autodidata que impregnou muros, estações de metrô e galerias de Nova York com uma selvageria torturada e explosiva. Pena que a obra não esteja à altura do mito Basquiat.

sua maior virtude é o traço nervoso, telegráfico, capaz de figurar suas obsessões em poucos gestos: crânios, ossos, pedaços de carne, palavras ou palavrões em frases desconexas. Aqui e ali despontam caveiras sorridentes idênticas às figuras do pintor americano de origem holandesa Willem De Kooning, este sim um mestre. Ao desenhar, Basquiat impunha à tela e ao papel um ritmo interessante entre as figuras e os espaços deixados em branco. Tal espontaneidade explica por que ele foi copiadíssimo mundo afora, inclusive no Brasil, pelos artistas da Geração 80.

Mas as limitações do pintor não tardam a aparecer. A mais grave é a repetição narcisista de temas, palavras de ordem e esquemas gráficos, numa verborragia oca e monocórdia. Se Basquiat era um desenhista de algum talento, o mesmo não se pode dizer do uso burocrático que fazia das cores. Tal como os arroubos de um adolescente, de início a rebeldia de Basquiat até agrada aos adultos. Mas num segundo olhar ela apenas entedia. Típico representante da pintura neo-expressionista, que agitou o circuito de arte americano no início dos anos 80, Basquiat foi um fenômeno de massa.

Em apenas três anos, dos muros de Greenwich Village sua pintura decolou para as páginas das revistas de arte americanas e, de lá, para as melhores galerias. Em sua carreira meteórica e movida a autopromoção, Basquiat freqüentou colunas sociais e tornou-se amigo de Andy Warhol, o arauto da pop art, com quem chegou a pintar a quatro mãos. Em 1983, o pintor negro, filho de pai haitiano com mãe de ascendência porto-riquenha, era mania em um mercado ávido por novidades. De sua parte, para sustentar o vício em heroína, Basquiat trabalhava freneticamente. Não raro vendia quadros ainda com a tinta úmida. Em 1988, foi encontrado morto, depois de um fracassado tratamento de desintoxicação.

Apesar das limitações do artista, quem investiu em suas obras não tem do que se queixar. Uma década depois de ter-se matado com uma overdose, o rebelde de salão Basquiat vale uma fortuna para seus colecionadores, gente como o ator Richard Gere e o cantor Paul Simon. Seus quadros chegam a bater na casa do meio milhão de dólares, o dobro do que valiam logo depois da morte do pintor. Basquiat é uma exceção entre os nomes surgidos nos anos 80, como Julian Schnabel, cujas cotações continuam em baixa desde a ressaca que o mercado de arte sofreu na virada da década.

Basquiat morreu de overdose de heroína em agosto de 1988. Era um artista de talento, mas sua morte trágica ajuda a inflar seu prestígio póstumo.

Andy Warhol, artista americano e amigo de Basquiat produziu sobre seu conterrâneo, que, além de fotografar e repintar o rosto de olhos esbugalhados do colega, Warhol permitiu, ou melhor, incentivou Basquiat a urinar em cima da obra.

Mas como urina não foi feita para pintar quadros, a tela perdeu o colorido esverdeado deixado pela intervenção líquida do rapaz. Warhol, também um rebelde, era um artista incomparavelmente superior a Basquiat.

(Fonte: Veja, 24 de junho de 1998 – ANO 31 – N° 25 – Arte/ Por Angela Pimenta – Pág; 141)

(Fonte: Veja, 2 de outubro de 1996 – ANO 29 – Nº 40 – Edição 1464 – ARTE/ Por Angela Pimenta – Pág: 92/98)

 

 

Quadro de Basquiat bate recorde em leilão: US$ 110,5 milhões

Valor é quase o dobro do recorde anterior do pintor, de US$ 57,2 milhões em maio de 2016

Quadro de Basquiat é vendido por 110 milhões de dólares em leilão (Foto: Don Emmert/AFP)

 

Um quadro sem título do americano Jean-Michel Basquiat foi arrematado em 18 de maio de 2017 pelo valor recorde de 110,5 milhões de dólares em um leilão na casa Sotheby’s, em Nova York. Essa grande obra (1,83 x 1,73 metro), que representa uma inquietante cabeça negra sobre um fundo azul, foi vendida após mais de dez minutos de leilão, uma duração incomum.

O preço de partida — ou lance inicial — era de 57 milhões de dólares, quase o recorde de Samo, pseudônimo com o qual Basquiat ficou conhecido nos muros de Nova York.

O recorde anterior do artista era de uma outra tela também de grande formato (2,38 x 5 metros), também sem título, leiloada em maio de 2016 por 57,2 milhões de dólares em evento da Christie’s.

(Fonte: http://veja.abril.com.br/entretenimento – ENTRETENIMENTO / Por Da redação – 19 maio 2017)

(Com agência France-Presse)

 

 

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