Jamaicano se consagra como primeiro atleta do mundo bicampeão olímpico nos 100m e 200m

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Lenda Usain Bolt ganha ouro nos 200m e torna-se o “dono da história”

Jamaicano se consagra como primeiro atleta do mundo bicampeão olímpico nos 100m e 200m

Usain Bolt conseguiu o que sempre ambicionou em seus quase 26 anos de vida: se tornar uma lenda. O jamaicano é o único atleta do mundo a ter vencido, por duas vezes consecutivas, os 100 m e 200 m nos Jogos Olímpicos. Depois do título da prova mais rápida do atletismo no domingo, o velocista entrou na pista do Estádio Olímpico de Londres com apenas o 5.º melhor tempo das eliminatórias. Mas mostrou, novamente, que não tem rivais à altura: venceu com 19s32, o quarto tempo mais rápido da história. E ainda participou de um inédito pódio formado por jamaicanos. Yohan Blake ficou com a prata (19s44) e Warren Weir, com o bronze (19s84, melhor marca da carreira). Os três velocistas treinam juntos, com o mesmo técnico (Glen Mills) e fazem parte da mesma equipe. São chamados, em seu país, como os “Três Mosqueteiros”.

Depois de uma longa entrevista coletiva, Usain Bolt pediu atenção à imprensa quando o evento já tinha sido dado como encerrado. Assim que pediu a palavra, a sala, que tinha pelo menos 200 pessoas, silenciou. “Quero dizer algo a vocês: Eu sou, agora, uma lenda viva. Quero que isso saia escrito em seus países, ao redor de todo o mundo.” A atitude, longe de parecer arrogante, arrancou aplausos.

Conversa engraçada. Antes de a prova começar, Bolt era o mais tranquilo dos velocistas. Faltavam menos de cinco minutos para o tiro de largada quando o telão do estádio mostrou uma inusitada conversa com uma voluntária que estava na pista.

Depois, ele revelou o conteúdo da conversa. “Perguntei se ela estava nervosa. Ela disse que sim. E eu perguntei o motivo. Ela me respondeu: Oras, estou ansiosa pelo o que você fará hoje! Foi muito engraçado.”

Bolt afirmou que não correu em sua máxima condição porque, assim que saiu da curva, sentiu dores nas costas – o mesmo problema que lhe fez temer pela temporada. “Não fosse isso, acho que seria possível quebrar o recorde mundial”, disse o velocista, sobre a marca de 19s19 obtida por ele no Mundial de Berlim, em 2009.

O incômodo fez com que o jamaicano controlasse os últimos 10 metros da prova. Olhou para o lado direito, viu o esforço do colega Blake para alcançá-lo, e relaxou – não seria mais pego. Assim que voltou o olhar para a frente, levou o dedo indicador à boca. Pediu silêncio, disse depois, aos críticos.

“Eu estava de saco cheio das pessoas que diziam que eu não iria ganhar, que eu não era mais o mesmo. Eu sou uma lenda viva, então parem de falar agora. Foi isso que eu quis dizer.”

Mais uma chance. Depois de conquistar a meta de sua vida, Bolt ainda tem mais uma chance de vencer o ouro: o revezamento 4 x 100 metros, cujas eliminatórias serão realizadas hoje, a partir das 15h15 (de Brasília).

“Batemos o recorde mundial no ano passado (no Mundial de Daegu) e acho que estamos mais rápidos. O recorde é uma possibilidade, mas sabe como é o revezamento… Tem o bastão!”

Bolt afirmou mais uma vez que, após os Jogos de Londres, terá que parar e pensar no que fará de sua carreira. “Consegui tudo o que queria, vou ter que parar e refletir.” Mas, com quatro anos de antecedência, descartou brigar pelo tricampeonato olímpico nas duas provas durante a Olimpíada do Rio. “Eu terei 30 anos. Blake está aí, correndo dessa maneira. Realmente, não acho que seja possível.”

Com o bicampeonato olímpico nos 100 m e nos 200 m, Usain Bolt, 25, disse que agora já se considera uma lenda. O feito é inédito e coloca o jamaicano no seleto grupo dos maiores nomes da história do atletismo.

“Fiz o que vim fazer aqui. Sou agora uma lenda. Sou também o maior atleta vivo. Não tenho mais o que provar. Provei ao mundo que sou o melhor”, disse Bolt. O feito coloca Bolt ao lado de lendas como Jesse Owens, Adhemar Ferreira da Silva, Sebastian Coe (hoje presidente do comitê organizador dos Jogos de Londres), Carl Lewis entre outros.

Carl Lewis, embora nove vezes campeão olímpico, não conseguiu a façanha realizada por Bolt nesta quinta-feira, que revalidou o ouro nos 200 m conquistado há quatro anos em Pequim-2008, sendo o único atleta a ganhar as provas de 100 e 200 m em duas Olimpíadas.

Jesse Owens conquistou quatro medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Berlim-1936.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1135081-DE SÃO PAULO – Editoria de Arte/Folhapress – 10 de agosto de 2012)
(Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias -10 de agosto de 2012 – AMANDA ROMANELLI , ENVIADA ESPECIAL / LONDRES – O Estado de S.Paulo )

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