Huber Matos, com Fidel, Guevara e Cienfuegos integrou movimento que acabou com a ditadura de Batista

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O único comandante da revolução cubana no exílio

Depois de ter combatido o regime de Fulgêncio Batista ao lado de Fidel Castro, foi acusado de traição pelos revolucionários e passou 20 anos detido em Cuba. 

 

Huber Matos Benítez mudou-se para Miami depois da libertação da prisão em 1979 e foi secretário-geral da organização Cuba Independente e Democrática. (Foto; Zayra Mo, EPA)

 

 

Huber Matos Benítez (Yara, Cuba, em 26 de novembro de 1918 – Miami, 27 de fevereiro de 2014), rompeu rapidamente com Fidel Castro e esteve 20 anos na prisão.

Matos, que era professor primário antes de se juntar ao exército revolucionário, ajudou a derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista e, depois, passou 20 anos preso, acusado de traição à revolução. Huber Matos nasceu em Yara, em 26 de novembro de 1918, foi um dos comandantes rebeldes, tendo estado envolvido no movimento de resistência contra a ditadura de Fulgêncio Batista desde o golpe de Estado de 10 de março de 1952.

O ex-professor, que a partir do exílio na Costa Rica enviou armas e homens para combater ao lado de Fidel, acabou por ser nomeado Comandante do Exército de Camaguey, já depois da vitória da revolução, em janeiro de 1959.

Com Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Ernesto “Che” Guevara, integrou o Movimento 26 de julho, que acabou com a ditadura de Batista, em janeiro de 1959.

Matos divergiu de Castro e de Guevara, questionando a orientação marxista do novo Governo cubano.

Contudo, pouco depois, Huber Matos adotou uma atitude crítica em relação ao caminho que estava a ser tomado pelos revolucionários, com discursos anti-comunistas. A 19 de outubro, enviou uma carta de renúncia a Fidel, acabando por ser detido dois dias depois.

A 19 de outubro de 1959 enviou um acarta a Fidel Castro desvinculando-se do exército revolucionário. Explicou, na carta, que saía porque não queria ser um “obstáculo” – falava nas dificuldades que aí vinham, políticas e econômicas, e pedia ao “comandante” que traçasse objetivos. “Se queremos que a revolução triunfe, temos que dizer para onde vamos e como vamos”. Criticava as intrigas e as represálias aos que questionavam o rumo.

Acabaria por ser preso. Em 1979, foi autorizado a deixar Cuba, tendo-se juntado à mulher e aos filhos que já tinham partido para a Costa Rica, na década de 1960.

O ex-comandante seria mais tarde considerado culpado de traição e sentenciado a 20 anos de prisão. A maior parte da pena foi passada na Ilha da Juventude, onde o próprio Fidel tinha estado detido após o assalto ao quartel Moncada, em 1953.

O antigo comandante revolucionário exilou-se, depois, em Miami, onde depois da revolução se fixou uma comunidade anti-castrista, tornando-se um militante desta causa.

Depois de cumprir a totalidade da pena, Huber Matos juntou-se à sua família no estrangeiro, indo viver para Miami, onde foi secretário-geral da organização Cuba Independente e Democrática.

Huber Matos contou a sua experiência no livro autobiográfico ‘Cómo llegó la noche”.

Escreveu um livro, em 2002, Cómo llegó la noche, onde relata a sua ruptura com Fidel e os anos de prisão. Escreveu, no livro, que começou a ter dúvidas sobre Castro e sobre a revolução sete meses depois de Fidel ter chegado ao poder. “Penso que se deram passos em direção a um governo ditatorial, provavelmente de cariz marxista”.

Na última carta que escreveu antes de morrer pede para ser sepultado na Costa Rica, onde deve ficar “até que Cuba seja livre”.

Huber Matos, morreu em 27 de fevereiro de 2014, em Miami aos 95 anos.

(Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia – MUNDO – EUROPA – PÚBLICO – 27/02/2014)

(Fonte: https://www.dn.pt/globo/eua-e-americas – GLOBO – EUA e AMÉRICAS / Por Susana Salvador – 27 DE FEVEREIRO DE 2014)

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