História da língua portuguesa no Brasil

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Linha do Tempo:
1500 – Os cerca de 5 milhões de indígenas (estimativa), que habitam as terras ocidentais da América do Sul na época da chegada dos portugueses, falam mais de mil línguas, com dois grandes grupos principais: jê (no Brasil Central) e tupi-guarani (no litoral).
1530 – Com a criação das vilas de São Vicente (1532) e Salvador (1549), se dá a entrada oficial do Português no território. Os colonizadores adotam os idiomas indígenas. Mas depois surgem as línguas gerais – próximas às dos índios -, faladas pelos filhos de portugueses e nativas.
1538 – Os africanos escravizados trazem sua cultura (a banto e a sudanesa são as principais), também influenciando o Português. Do banto vêm línguas como o quicongo e o quimbundo. Palavras como bagunça, moleque e caçula são desse grupo e que falamos até hoje.
1580 – A língua geral paulista, de base tupi, é registrada por expedicionários. Os jesuítas e os bandeirantes são responsáveis por difundi-la. Para dizer gafanhotos verdes, fala-se tucuriurie, para esbofetear, eipumpa n sovâ. Ela desaparecerá no século 18.
1700 – Surge a língua geral amazônica, ou nheengatu, de base tupinambá. Algumas palavras: tapioca, açaí, tipóia. Ela ainda é falada por 8 mil brasileiros. Nasce o dialeto de Minas, mistura do português com a evé-fon, falada por negros originários da região da Costa da Mina, na África.
1759 – Os jesuítas, que conheciam o tupi e ensinavam as línguas gerais aos índios, são expulsos. O marquês de Pombal promulga uma lei para impor o uso do português. No entanto, as três línguas (tupi, africanas e Português) coexistem por muito tempo no território.
1808 – A chegada da família real portuguesa marca a difusão da língua, com a criação da Biblioteca Real e das escolas de Direito e Medicina. O fim da proibição da existência de gráficas possibilita o surgimento de jornais e revistas e a massificação de uma maneira de falar.
1850 – Com a chegada de imigrantes e o início da urbanização, há a intensa assimilação do Português popular pelo culto e a incorporação de estrangeirismos. Em vez de “tu és”, fala-se “você é” e “nós fizemos” divide espaço com “a gente fez”.
1922 – A Semana de Arte Moderna leva o Português informal para as artes. Ao mesmo tempo, os migrantes vão para a cidade e o rádio e as novidades urbanas chegam até o campo. Assim, as variedades lingüísticas passam a se influenciar mutuamente.
1950 – Com o advento da TV, o americanismo chega ao Brasil e, com ele, novos termos. A criatividade na fala e nas manifestações artísticas movimentam o mundo das palavras. Expressões populares ganham a boca de todos, como “acabar em pizza” e “jogar a toalha”.
1980 – A Constituição de 1988 garante o direito de índios e negros residentes de antigos quilombos (local onde viviam escravos fugidos) preservarem seu idioma. Atualmente mais de 220 povos indígenas falam cerca de 180 línguas no território brasileiro.
1990 – A entrada da TV em mais de 90% dos lares acaba com o isolamento lingüístico, mas as comunidades reagem às influências, absorvendo, adaptando ou rejeitando-as, mas sempre mantendo sua identidade. Surgem leis contra o analfabetismo. Nasce o internetês.

(Fonte: Revista Nova Escola – Outubro 2007 – Ano XXII – Nº206 – Editora Abril – Museu da Língua Portuguesa – Pág; 52, 53 e 54)

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