Goffredo da Silva Telles Junior, vice-diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

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O mais célebre professor que a Escola de Direito do Largo São Francisco já teve: Goffredo da Silva Telles Jr.

 

Goffredo da Silva Telles Junior (São Paulo, 16 de maio de 1915 – São Paulo, 27 de junho de 2009), advogado, jurista e educador.

 

O professor emérito da USP teve papel fundamental no ocaso da ditadura militar, ao encorpar o movimento pelo restabelecimento do estado de Direito com a “Carta aos Brasileiros”, lida sob as Arcadas em 1977.

 

Nascido Goffredo Carlos da Silva Telles, adotou depois o nome de Goffredo da Silva Telles Jr. Foi casado antes com a escritora Lígia Fagundes Telles, com quem teve o filho Goffredo Neto.

 

Ele começou a lecionar em 1940, inicialmente como livre docente, depois como professor catedrático. Em 1946 elegeu-se constituinte pelo Partido Integralista.

 

Tomou posse da cadeira Introdução à Ciência do Direito na São Francisco no ano de 1954. Foi vice-diretor de 1966 a 1969, tendo exercido sua diretoria em diversos períodos. Em 1977 foi o principal redator da Carta aos Brasileiros, em que juristas importantes condenavam o regime de exceção e exigiam o respeito ao estado de direito no país.

 

Lecionou durante quase 45 anos. Em 1985, por força de lei, foi aposentado compulsoriamente, ao atingir 70 anos de idade. Pouco depois de sua aposentadoria, não conseguiu o voto unânime da congregação da escola para o título de professor emérito da São Francisco. Em desagravo, a direção da USP o honrou com o título de “Professor Emérito da Universidade de São Paulo”.

 

(Fonte: Veja, 6 de agosto de 1980 – Edição 622 – DATAS – Pág; 90)

(Fonte: http://www.conjur.com.br/2009-jun-28 – CONSULTOR JURÍDICO – CORAÇÃO DE ESTUDANTE – 28 de junho de 2009)

 

 

 

Nascido em 16 de maio de 1915, no centro da Cidade de São Paulo. Nome de batismo : Goffredo Carlos da Silva Telles. Nome adotado : Goffredo da Silva Telles Junior (para evitar confusão com o nome do pai). Nome de escritor: Goffredo Telles Junior.

Filho de Goffredo Teixeira da Silva Telles, poeta (da Academia Paulista de Letras), advogado, agricultor ; e de Carolina Penteado da Silva Telles (filha de Olivia Guedes Penteado). Ambos proprietários da tradicional Fazenda Santo Antonio, no Município de Araras, Estado de São Paulo.

Curso Primário no Lyceu Franco-Brasileiro. Curso Secundário no Ginásio de São Bento. Curso Superior na FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, Turma de 1937.

Soldado na Revolução Constitucionalista de São Paulo (1932).

Inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil como Solicitador-Acadêmico em 1935 ; como Advogado desde 1937.

Foi ADVOGADO MILITANTE a vida inteira.

PROFESSOR DE DIREITO da Faculdade (USP), desde 1940: a princípio, como Livre Docente, depois como Professor Catedrático, isto é, como PROFESSOR TITULAR. Tomou posse de sua Cadeira (Introdução à Ciência do Direito) no ano de 1954.

Lecionou durante quase 45 anos. Em 1985, por força de lei, foi aposentado compulsoriamente, ao atingir 70 anos de idade (idade limite). Continuou, porém, em seu próprio escritório, a dissertar sobre a Disciplina da Convivência Humana, a grupos numerosos de estudantes em cordial visita.

Pouco antes de sua aposentadoria, e pelo voto unânime do Conselho Universitário, foi honrado com o título de PROFESSOR EMÉRITO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO.

O Professor Goffredo foi VICE-DIRETOR DA FACULDADE DE DIREITO da Universidade de São Paulo, de 1966 a 1969, tendo exercido a Diretoria em diversos períodos.

MEMBRO DO CONSELHO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO da Faculdade, de 1958 a 1969 .

REPRESENTANTE DA CONGREGAÇÃO DESSA FACULDADE no Conselho Universitário da USP, de 1972 a 1974 .

ORGANIZADOR e PRIMEIRO CHEFE DO DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA e TEORIA GERAL DO DIREITO dessa Faculdade, de 1970 a 1974.

ORGANIZADOR e COORDENADOR dos CURSOS DE PÓS GRADUAÇÃO da mesma Faculdade, de 1972 a 1974.

CONSELHEIRO do CONSELHO PENITENCIÁRIO do estado de São Paulo, por quase trinta anos (1944 a 1974).

DEPUTADO FEDERAL CONSTITUINTE em 1946, e DEPUTADO FEDERAL na legislatura 1946/1950. Não quis se candidatar, em 1950.

Principais trabalhos parlamentares: Pela entronização do Cruxfixo de Cristo na Sala do Plenário da Câmara dos Deputados; Em Defesa dos Municípios Brasileiros ; Por um Sistema Realista de Discriminação Constitucional das Fontes de Receita Tributaria ; O Problema do Algodão ; O Problema do Fio de Seda ; O Problema da Brucelose ; Em Defesa dos Minérios e das Areias Monaziticas do Brasil ; Dois discursos em Defesa da Amazônia e contra o Instituto Internacional da Hiléia Amazônica ; Pela Incorporação dos Abonos aos Salários dos Trabalhadores ; A Policia Militar.

SECRETARIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA da Prefeitura de São Paulo, em 1957. Nessa oportunidade, salvou da extinção e reorganizou a rede de Escolas do ainda incipiente Ensino Primário Municipal.

SOCIO FUNDADOR do INSTITUTO BRASILEIRO DE FILOSOFIA ¾ instituto criado pelo Prof. Miguel Reale. Participou de Congressos do Instituto com teses diversas.

Foi PRESIDENTE do Conselho Pedagógico da ESCOLA DE GOVERNO ¾ instituto criado pelo Prof. Fábio Konder Comparato, para a formação de governantes.

Foi Membro do Conselho Consultivo da OUVIDORIA DA POLICIA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Foi Membro da Comissão de Ética, da SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIENCIA (SBPC).

Membro do Conselho do Instituto Brasileiro de Altos Estudos (IBRAE) da FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO.

Foi Presidente da ASSOCIAÇÃO PAULISTA DOS PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR (APPES) (1969,1970).

Foi Presidente da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE JURISTAS DEMOCRATAS, filiada à Associação Internacional de Juristas Democratas, organização consultora permanente do Conselho Econômico e Social da ONU e da UNESCO.

Com o Professor Antonio Ferreira Cesarino Junior, participou dos trabalhos de fundação da ACADEMIA PAULISTA DE DIREITO .

É “SÓCIO FUNDADOR” do MUSEU LASAR SEGALL.

Em 2002, foi eleito MEMBRO HONORÁRIO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JURÍDICAS.

Lutador incansável pelo Estado de Direito, pelos Direitos Humanos e pelas Liberdades Democráticas.

Na noite de 8 de Agosto de 1977, na plena vigência do regime de ditadura militar, leu sua “CARTA AOS BRASILEIROS”, no Pateo da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, diante de grande multidão de estudantes, de gente do povo, de altas personalidades e de jornalistas, em comemoração do Sesquicentenário da Fundação dos Cursos Jurídicos no Brasil. Esse famoso documento se tornou marco decisivo no processo de abertura democrática no País.

Muito antes, em 1959, publicou Lineamentos de uma Constituição realista para o Brasil, em que defendeu, pioneiramente, a tese da iniciativa popular no processo de elaboração das leis.

Em 1963, publicou Lineamentos de uma Democracia Autentica, em que mostrou a necessidade da participação dos setores organizados do povo no processo legislativo.

Por iniciativa sua, e com sua decidida colaboração, o Instituto dos Advogados de São Paulo ofereceu ao Governo, em 1966, um anteprojeto de Constituição, que foi publicado nos Anais da Assembléia Legislativa do Estado.

Em 1983, no Congresso Nacional dos Advogados Pró-Constituinte, compareceu com a tese Abrangência dos Direitos Humanos.

Em novembro de 1986, presidiu a CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE A DÍVIDA EXTERNA DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO. Pronunciou o discurso de abertura, com circunstanciada exposição do tema da Conferência.

Em nome de centenas de entidades representativas da sociedade civil, reunidas no chamado “Plenário Pró-Participação Popular na Constituinte”, dirigiu ao Governo, em 1988, sua Carta dos Brasileiros ao Presidente da Republica e ao Congresso Nacional, clamando por uma Assembléia Constituinte livre, autônoma e soberana, desvinculada do Congresso Nacional e das engrenagens do Governo.

Em nome das mesmas entidades, leu, em sessão pública, realizada no Salão Nobre da Faculdade de Direito, no mês de setembro de 1993, sua SEGUNDA CARTA AOS BRASILEIROS, em defesa da Constituição.

Condecorado com o “COLAR DO MÉRITO JUDICIÁRIO”, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em 6.2.1997.

Em 2004, recebeu o PRÊMIO FRANZ DE CASTRO DE DIREITOS HUMANOS, que lhe foi concedido pela Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo (promoção da Comissão de Direitos Humanos).

Condecorado com a MEDALHA e “PRÊMIO BARÃO DE RAMALHO” pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (Maio.2002).

Homenageado com publicação de número especial da REVISTA DA ASSOCIAÇÃO DOS ADVOGADOS DE SÃO PAULO, em Agosto de 2002.

Homenageado pela Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito, com a fixação, em coluna do Páteo das Arcadas da Faculdade, de placa de mármore, com dizeres da CARTA AOS BRASILEIROS (Agosto.2002).

Agraciado com o titulo de “SÓCIO BENEMÉRITO”, do Instituto dos Advogados de São Paulo, em 29.11.1985.

Eleito MEMBRO HONORÁRIO da Academia Brasileira de Letras Jurídicas (Outubro.2002).

Condecorado com o “DIPLOMA DE HONRA” e a láurea de “ADVOGADO SÍMBOLO”, pelo Conselho da OAB/SP, em 1987.

Vencedor do “PRÊMIO MOINHO SANTISTA, 1989”, na área das Ciências Jurídicas.

Contemplado com o “PRÊMIO WALDEMAR FERREIRA, 1989”, concedido pela Academia Internacional de Direito e Economia.

Galardoado com o “PRÊMIO XI DE AGOSTO”, concedido pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, ao ensejo do 20º aniversario da “CARTA AOS BRASILEIROS”.

Agraciado com a “VENERA DO MÉRITO JURÍDICO, concedida por aclamação dos juristas do Instituto de Divulgação do Direito Privado, do Oriente de São Paulo, em 11.8.1983.

“SÓCIO FUNDADOR” e “PROFESSOR HONORIS CAUSA” da Faculdade de Direito de Itu.

Contemplado com a “MEDALHA DE HONRA AO MÉRITO”, pela Congregação da Faculdade de Direito de Bragança Paulista.

Contemplado com o “DIPLOMA DE MÉRITO”, pelo Centro Acadêmico João Mendes Junior, da Faculdade de Direito Mackenzie.

Condecorado com a “COMENDA DA ORDEM DO MÉRITO DE BRASÍLIA”, pelo Governo do Distrito Federal.

Inscrito na “ORDEM DO MÉRITO INFANTE D.HENRIQUE”, e “SOCIO HONORÁRIO DO REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA”.

Contemplado com o “DIPLOMA DE SÓCIO COLABORADOR” da Sociedade Brasileira de Criminologia e Ciência Penitenciária.

“MEMBRO HONORÁRIO” da Academia de Letras da Faculdade de Direito da USP.

“MEMBRO HONORÁRIO” da Academia Santista de Letras.

Honrado com o Título de “CIDADÃO ARARENSE”, conferido pela Câmara Municipal de Araras.

Nesse Município, o Professor e sua mulher Maria Eugenia são proprietários da Fazenda Aleluia.

Ao atingir setenta anos de idade, em 1985, e ser compulsoriamente aposentado por força da lei, os estudantes da “velha e sempre nova Academia do Largo de São Francisco” o saudaram como “PROFESSOR SÍMBOLO”.

Depois de sua aposentadoria (1985), continuou estreitamente ligado à Faculdade, ao Centro Acadêmico XI de Agosto e aos estudantes da Academia.

Em 5 de Outubro de 1988, dia da Promulgação da Constituição, criou o CÍRCULO DAS QUARTAS-FEIRAS.

Em setembro de 1967, casou-se com MARIA EUGENIA RAPOSO DA SILVA TELLES, advogada, formada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, USP (Turma de 1964), e diplomada no Curso de Pós Graduação, da Faculdade de Direito da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, como bolsista da Fundação Fullbright. Maria Eugênia se tornou sua inseparável e inspirada companheira, preciosa colaboradora de todas as horas.

O casal tem uma filha, Olivia, nascida em 3 de fevereiro de 1972, também advogada, formada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, USP (Turma de 1993), tendo obtido, em 1995, o “Diplôme d”Etudes Approfondies” de Direito Internacional Econômico, na Universidade de Paris-I (Pantheon-Sorbonne) . Nessa mesma Universidade, conquistou, com nota máxima , em Outubro de 2001, o Título de Doutor.

O Professor tem um filho, de casamento anterior, nascido em 16 de dezembro de 1952 : o cineasta Goffredo Telles Neto, pai das duas netas do Professor : Lúcia Carolina e Margarida. Goffredinho faleceu em 29 de março de 2006.

O Professor Goffredo faleceu no dia 27 de junho de 2009.

(Fonte: http://www.goffredotellesjr.adv.br)

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