Gerard Detourbet, considerado o grande mentor por trás do sucesso da marca Dacia no portfólio da Renault

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Gerard Detourbet, pai de Kwid, Sandero e Logan, o “senhor Dacia”

 

Executivo era considerado o homem por trás da Dacia

 

 

Gérard Detourbet (Logan, na Romênia, 28 de setembro de 1946 – 5 de dezembro de 2019), considerado o grande mentor por trás do sucesso da marca Dacia no portfólio da Renault.

 

 

Pouco conhecido fora dos muros da Renault, Gerard Detourbet foi um homem essencial à Renault desde que lá entrou em 1971.

 

 

Detourbet entrou na casa francesa para a direção informática e em vinte anos de Renault, trepou todos os degraus até chegar à direção da área mecânica, onde as coisas não correm muito bem, sendo colocado numa prateleira no Tecnocentro Renault.

 

 

Nessa altura, a casa francesa precisava de técnicos para alimentar dois enormes projetos: Nissan e Dacia. Detourbet segue para a Roménia quase como bagagem de Jean Marie Hurtiger, o designer do Logan. Era o começo da segunda carreira de Gerard Detourbet, pois foi encarregue de voltar a colocar em funcionamento a fábrica de Pitesti e começar a fabricar o Logan. Não terá sido fácil, bem longe numa Roménia arrasada, conseguir fabricar um carro e montar uma indústria.

Mas Detourbet, era uma pessoa determinada e conhecendo o que tinha de fazer, rapidamente leva a água ao seu moinho, inventando uma engenharia frugal e gerindo de forma perfeita as equipes ao seu dispor.

 

Após o Logan, seguiu-se o Sandero e o Duster, uma gama “low cost” que representa, hoje, mais de 40% das vendas da Renault. Em 2011, já com idade para se reformar, Carlos Ghosn entrega-lhe o projeto do Kwid, um ultra “low cost”. Detourbet segue para a India e em Chenai, reúne uma equipa de 350 pessoas, incluindo muita juventude, e consegue trabalhar sem pressão por estar bem longe de Billancourt (Renault) e de Yokohama (Nissan). O Kwid foi lançado na Índia no final de 2015 e foi um enorme sucesso, de tal ordem que a Renault leva-o para o Brasil.

 

Presente nos quadros da gigante francesa desde 1971, começou a carreira nas áreas de ciência da computação, chapas e mecânica, até se tornar diretor em 1997. Era Ph.D. em matemática e, embora desconhecido de grande parte do público, cultivava enorme respeito e admiração nos bastidores. Entre outras coisas, era conhecido como homem de projetos malucos considerados inviáveis, fama que o levou a abraçar em 2004 o desenvolvimento de um veículo de baixo custo para mercados emergentes. Foi daí que nasceu o Logan, na Romênia.

 

“Quando você estuda a estratégia da Dacia, você define um preço de venda, e é assim que se constrói o carro. Se um recurso é muito caro, você o retira. Cada peça tem que ser pensada centavo por centavo”, costumava explicar sempre que questionado. “Para ter sucesso, é preciso pensar e se organizar de maneira diferente, com uma verdadeira ruptura gerencial”. Foi dessa filosofia que posteriormente saíram o Sandero e o Duster – todos irrefutáveis sucessos comerciais tanto em mercados desenvolvidos como a Europa quanto em países emergentes como Brasil e Índia.

 

Já em 2011, perto da aposentadoria, Detourbet recebeu do então chefão Carlos Ghosn a missão de desenvolver algo ainda mais desafiador: o Kwid. Assumiu o desafio e se mudou para Chennai, na Índia, onde morou durante todos os anos de desenvolvimento do projeto em um quarto de hotel. Comandou uma equipe formada por 350 pessoas, a maioria jovens felizes em exercer sua liberdade criativa sem as restrições hierárquicas de outros centros de desenvolvimento do grupo Renault-Nissan, como Billancourt, na França, e Yokohama, no Japão.

 

Apesar disso, o ritmo de trabalho imposto era por vezes considerado infernal. “Para o Kwid e seus derivados, o investimento de 420 milhões de euros foi metade do que um projeto normal”, se orgulhava, ao dizer que fazia muito com pouco. O último trabalho de Detourbet foi supervisionar o desenvolvimento do K-ZE, versão elétrica do Kwid vendida na China desde abril.

 

Gérard Detourbet faleceu em 5 de dezembro de 2019, aos 73 anos, em decorrência de complicações causadas por um câncer.

(Fonte: https://br.yahoo.com/financas/noticias – FINANÇAS / NOTÍCIAS / Por Dyogo Fagundes – 09/12/2019)

(Fonte: https://automais.autosport.pt/noticias –  NOTÍCIAS / José Manuel Costa – 9 Dezembro, 2019)

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