Fundou o primeiro estabelecimento brasileiro de fiação industrial de algodão a grande escala

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Fundou o primeiro estabelecimento brasileiro de fiação industrial de algodão a grande escala

Rodolfo Crespi (Busto Arsizio, 30 de março de 1874 — São Paulo, 27 de janeiro de 1939) foi um imigrante italiano radicado em São Paulo, onde construiu um dos maiores grupos industriais do Brasil da primeira metade do século 20.

Nascido em Busto Arsizio, na Lombardia, região norte do Reino da Itália. Quarto filho do industrial Cristoforo Benigno Crespi, membro de uma tradicional família cujos ancestrais remontavam ao Império Romano, e da esposa deste, Pia Travelli, da pequena burguesia rural lombarda. A família de seu pai, em Busto Arsizio, vinha se dedicando à atividades têxteis há tempos: seu bisavô, Benigno, e seu avô, Antonio, chegaram à comerciar com os Habsburgos-Lorena, membros da Casa Real dÁustria.

O jovem Rodolfo Enrico Crespi tinha dois irmãos mais velhos: Silvio (nascido em 1868) e Giulio (nascido em 1871). Também tinha uma irmã mais velha, Marina, depois chamada de Marina dei Conti Crespi (nascida em 1873), que se casou com Adolfo Aganetti, tendo sido pais de conhecidos líderes fascistas.

Incentivado pelo conterrâneo Enrico Dell Acqua, emigrou em 1893 e estabeleceu-se como industrial do setor têxtil no bairro da Mooca, tradicional reduto da colônia italiana na capital paulista. Em 1898 sua indústria, mais tarde denominada Cotonifício Rodolfo Crespi, já estava instalada num enorme prédio de três andares na esquina da rua dos Trilhos com a rua Taquari (com fundos para a rua Visconde de Laguna).

Com a criação do Cotonifício Rodolfo Crespi, Rodolfo fundou, assim, o primeiro estabelecimento brasileiro de fiação industrial de algodão a grande escala. No cotonifício os empregados executavam a limpeza do algodão até a produção de tecidos para confecção de roupas.

O Cotonifício Rodolfo Crespi foi inaugurado em 1897 no bairro da Mooca, em São Paulo. Fundado por Rodolfo Crespi, que importou alguns teares e adquiriu outros em São Paulo, dava muitos empregos.

Foi uma das primeiras indústrias paulistas a receber energia elétrica (400 HP) fornecida pela São Paulo Tramway, Light and Power Company em 1914, simultaneamente com a IRFM (500 HP) e a Companhia Antártica Paulista (500 HP).

Foi dentro do cotonifício, entre empregados e patrões, que nasceu o Clube Atlético Juventus, clube de futebol paulistano.

Crespi foi também fundador da Banca Italiana di San Paolo, que depois viria a se tornar a Banca Francese e Italiana per lAmerica del Sud, predecessora do Banco Sudameris, não mais sob controle da família.

Foi também com sua doação e empenho que foi fundado o colégio Dante Aligheri, complementado por doação do governo italiano.

No campo da comunicação, criou o jornal “Il Piccolo” redigido em língua italiana e lido por milhares de imigrantes na primeira metade do século XX, os italianos eram maioria na cidade de São Paulo. À época a linha editorial do periódico era simpática ao regime fascista de Benito Mussolini.

O Cotonifício Crespi esteve em funcionamento até 1963. As duas principais honrarias recebidas por Rodolfo Crespi foram o título de cavaliere del lavoro em 1907 e conde em 1928, ambas do governo italiano.

(Fonte: http://www.terra.com.br/istoedinheiro-temp/349/negocios/349 – NEGÓCIOS – 12 de maio de 2004)
(Fonte: Veja, 14 de novembro de 1979 – Edição 584 – MEMÓRIA – Pág: 149)

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