Friedrich Gulda, foi um dos mais controversos pianistas do século 20

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Foi um dos mais controversos pianistas do século 20

Friedrich Gulda (Foto: www.trilulilu.ro)

Friedrich Gulda (Foto: www.trilulilu.ro)

Friedrich Gulda (Viena, 16 de maio de 1930 – Weissenbach, 27 de janeiro de 2000), pianista e compositor autríaco, foi um dos mais importantes pianistas de música clássica e jazz do pós-guerra

Gulda, um dos mais controversos pianistas do século 20, era elogiado pelos críticos musicais por suas interpretações no piano de Beethoven, Bach e Mozart. Nos anos 50, Gulda voltou sua atenção para o jazz e tornou-se um dos principais músicos da Europa. 

Friedrich Gulda nasceu em Viena, em 16 de maio de 1930. Na Academia de Música da capital austríaca, foi aluno de Bruno Seidlhofer (1905-1982).

Bruno Seidlhofer em 1974 (Foto: YouTube/Reprodução)

Bruno Seidlhofer em 1974 (Foto: YouTube/Reprodução)

Gulda fez sua primeira apresentação em público aos 14 anos. Aos 20, estreou no Carnegie Hall, em Nova York. Pelo público em geral, era conhecido por seu comportamento excêntrico.

Tendo estreado em 1944, ganhou fama internacional dois anos depois, ao vencer o Concurso de Genebra. A estreia nova-iorquina veio em 1950, mesmo ano em que, a convite da Sociedade de Cultura Artística, o pianista tocaria em São Paulo pela primeira vez (voltou ao Brasil em diversas oportunidades, nos anos 50, 60 e 70).

Neste período, Gulda começou a consolidar a reputação de intérprete cerebral, inimigo da subjetividade, de técnica apuradíssima, e especialista no repertório barroco e clássico (Bach, Mozart, Schubert e, especialmente, Beethoven, cujo ciclo de 32 sonatas ele gravou, e gostava de interpretar ao vivo).

Considerado um dos grandes intérpretes das obras de Mozart e Beethoven, Gulda também ficou conhecido como músico de jazz.

No final da década de 50, após apresentações em vários festivais nos Estados Unidos, ele criou a orquestra Eurojazz.

O desbunde começou em 1962, quando ele passou a achar a carreira de concertista internacional muito “burguesa” e “previsível” e enveredou pelo ramo do jazz (dizendo que “o mundo moderno vive com o jazz, e não com os grandes mortos”, como designava compositores eruditos).

Gulda tocou em festivais de jazz, fundou uma big band e até chegou a arriscar incursões como flautista e saxofonista. Fazendo programas mistos, queria mostrar jazz ao público de música clássica, e vice-versa. Também se meteu a compor, mas ninguém deu muita bola.

Ao recusar, em 1970, o Anel Beethoven oferecido pela Academia de Música de Viena, denunciando seu sistema educacional como “excessivamente conservador”, Gulda deu início a uma série de escândalos que formariam sua imagem de artista “polêmico”.

O legado fonográfico é expressivo, e a Philips resumiu-o em dois volumes da série “Great Pianists of the 20th Century”.

O primeiro álbum é dedicado exclusivamente a compositores franceses (Ravel e Debussy); no segundo, há mais variedade, com Gulda tocando jazz e obras para piano e orquestra, como o “Concerto n.1”, de Beethoven e o “Concerto n.1”, de Chopin (na orquestração de Balakirev).

Estranhamente, ficaram de fora as sonatas de Beethoven -da instigante integral gravada pelo pianista, remanesce no catálogo apenas um CD duplo da Decca, com uma seleção do ciclo.

Em 28 de março de 1999, a imprensa recebeu a notícia da morte de Gulda, que ele próprio se encarregara de espalhar para ver qual seria a reação da pessoas. Alguns dias depois, realizou a “festa da ressurreição”, junto com um grupo feminino de rock.

Friedrich Gulda morreu em 27 de janeiro de 2000, aos 69 anos, de ataque cardíaco.

Desta vez, sua morte, segundo a agência de notícias Austria Press, em sua casa, em Weissenbach, Salzkammergut, oeste do país, foi confirmada pelo médico Herwig Niedoba. Gulda planejava comemorar seu 70° aniversário com um concerto, no dia 15 de maio, em Viena. 

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fol/cult/ult27012000041 – Da AP Em Viena – 27/01/2000)

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(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0302200018 – ILUSTRADA – MEMÓRIA/ IRINEU FRANCO PERPETUO especial para a Folha – 3 de fev de 2000)

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