“A TECNOLOGIA SOZINHA NÃO É UMA SOLUÇÃO. É PRECISO ASSEGURAR QUE TODOS TENHAM ACESSO A ELA.” WOLFGANG FENGLER, economista-chefe de finanças, competitividade e inovação do Banco Mundial para a Europa e Ásia Central

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“A TECNOLOGIA SOZINHA NÃO É UMA SOLUÇÃO. É PRECISO ASSEGURAR QUE TODOS TENHAM ACESSO A ELA.”

WOLFGANG FENGLER, economista-chefe de finanças, competitividade e inovação do Banco Mundial para a Europa e Ásia Central

 

 

‘Vivemos uma revolução nos pagamentos’, diz Wolfgang Fengler, do Banco Mundial

Economista-chefe de finanças, competitividade e inovação do Banco Mundial para a Europa e Ásia Central, Fengler diz que a tecnologia vai finalmente democratizar os bancos

 

 

A população mundial nunca foi tão rica como hoje. Pela primeira vez, as pessoas em extrema pobreza ou em situação de vulnerabilidade não são maioria no globo. A situação tende a melhorar: a cada segundo, uma pessoa sai da extrema pobreza e cinco pessoas emergem da vulnerabilidade para a classe média.

 

 

Enquanto acontece essa revolução a renda, há outra grande mudança — a demográfica. A população também nunca foi tão velha. A parcela de adultos e idosos tende a crescer nos próximos anos, enquanto a participação das crianças deve ficar estável. Isso porque as pessoas têm menos filhos, mas vivem mais.

 

 

O que essas duas mudanças têm a ver com os meios de pagamento? Tudo. Pelo menos é o que afirma Wolfgang Fengler, economista-chefe de finanças, competitividade e inovação do Banco Mundial para a Europa e Ásia Central. Na próxima semana, ele estará no Brasil para o evento Exponential Finance Brazil, promovido pela Singularity University.

 

 

Afinal, afirma Fengler, as tecnologias financeiras são um espelho da sociedade. “As pessoas fazem transações de forma muito ruim, em especial nos países mais pobres. Isso irá mudar de forma dramática”, diz. A principal mudança é que a tecnologia irá reduzir as barreiras de entrada. Será possível fazer transações eletrônicas de forma mais barata em todo o mundo.

 

 

“É um momento único na História. Além da questão demográfica, que as pessoas estão vivendo mais, as pessoas estão mais ricas. Apenas metade do mundo hoje é composto por pessoas pobres ou em vulnerabilidade, o menor patamar que já tivemos”, diz Wolfgang. E o Brasil, como fica nesse cenário? O país, segundo ele, deve acompanhar o movimento mundial. “O Brasil passa pela mesma transição, com a classe média se fortalecendo nos últimos anos, ainda que de forma mais lenta devido à crise atual”. Outro ponto que deve favorecer grandes avanços por aqui é a oportunidade de inserir a grande parcela da população que hoje não tem acesso aos serviços financeiros.

 

 

Outra vantagem para a adoção dos meios eletrônicos de pagamentos é o aumento da participação dos millennials entre os consumidores, em especial na classe média. “O Brasil tem uma população conectada, quase toda a população tem um smartphone, então há espaço para essas tecnologias crescerem. Hoje, é mais fácil entrar no sistema, há plataformas acessíveis com baixos custos de transação”, afirma Fengler. “Mesmo as pessoas mais pobres gastam dinheiro. A inclusão financeira é importante para garantir que todos participem da economia digital”

 

 

Quais exemplos o Brasil pode seguir para acelerar esse processo? Para Wolfgang, é preciso pensar no longo prazo. “A tecnologia sozinha não é uma solução. É preciso assegurar que todos tenham acesso a ela”, diz. O economista dá o exemplo do Quênia, “que passou por uma inclusão financeira exponencial, onde o governo estava interessado em inserir a população nesse mundo, e houve uma regulação para incentivar a inovação, com parcerias com o setor privado”. Para isso, contudo, é preciso que o governo e os agentes econômicos saibam aproveitar esse momento. “Precisamos de educação para que as pessoas saibam usar essas ferramentas, e é importante incentivar uma cultura empreendedora, para que surjam novas soluções, adequadas à realidade local”, diz.

 

(Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2019/09 – TECNOLOGIA / NOTÍCIA / FRASE / POR DANIELA FRABASILE – 06/09/2019)

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