Franz Stangl, criminoso de guerra nazista, responsável pela morte de judeus no campo de concentração de Treblinka, na Polônia

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Franz Stangl (Altmünster, 26 de março de 1908 – Dusseldorf, 28 de junho de 1971), criminoso de guerra nazista, responsável pela morte de 18 000 doentes mentais em um hospital na Áustria, em 1941, e de 400 000 judeus no campo de concentração de Treblinka, na Polônia, de 1942 a 1943.

Franz Stangl faleceu na prisão de Dusseldorf, Alemanha, onde cumpria pena de prisão perpétua desde dezembro de 1970, depois de ser descoberto pela polícia paulista em 1967, em 28 de junho de 1971, de uma síncope cardíaca, aos 63 anos.

(Fonte: Veja, 7 de julho de 1971 – Edição 148 – DATAS – Pág: 82)

 

Um comandante nazista na Volkswagen do Brasil

Franz Stangl, ex-chefe de dois campos de extermínio na Polônia, não só se tornou funcionário da montadora em São Bernardo do Campo, como também montou esquema de espionagem na fábrica em colaboração com o regime militar.

 

Fábrica da Volkswagen no bairro do Ipiranga, em São Paulo

 

Ex-comandante dos campos de extermínio de Treblinka e Sobibór na Polônia, Franz Paul Stangl trabalhou por oito anos na Volkswagen do Brasil, entre 1959 e 1967. Ele foi responsável por montar um setor de monitoramento e vigilância na unidade de São Bernardo do Campo para espionar funcionários durante a ditadura militar, como revelou a Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 2014. Apesar de ser procurado internacionalmente, Stangl nem sequer alterou seu nome ao chegar ao Brasil, em 1951.

O caso foi relembrado por uma força-tarefa investigativa das emissoras alemãs NDR e SWR e o jornal Süddeutsche Zeitung em reportagem publicada em 26 de julho de 2017. O texto diz que a Volkswagen chegou a recomendar um advogado a Stangl, depois de ele ter sido preso em São Paulo, em 1967.

Stangl chegou com a família ao Brasil em 1951 depois de fugir de uma prisão e morar por um tempo na Síria. Ele viveu no país por 16 anos, antes de ser extraditado para a Alemanha. Nascido em 1908 em Altmünster, na Áustria, Stangl fez parte do Aktion T4, o programa de eutanásia nazista para o extermínio de pessoas com deficiência física, e foi promovido a comandante dos dois campos de extermínio na Polônia.

No Brasil, o criminoso nazista trabalhou em empresas têxteis até ser contratado pela Volks em 1959. A estrutura montada por Stangl – justamente para espionar funcionários – era complexa e contava com dezenas de policiais e membros das Forças Armadas. Ainda hoje, porém, a empresa argumenta que ninguém sabia sobre seu passado.

“Tudo indica que eles não sabiam”, disse o advogado da Volkswagen no Brasil, Rogério Varga, à equipe de repórteres alemães.

Stangl foi preso em São Paulo em 28 de fevereiro de 1967 graças a Simon Wiesenthal, conhecido como o “caçador de nazistas”. Num caso amplamente noticiado pela imprensa brasileira, o ex-comandante nazista foi preso por agentes do Departamento de Ordem e Política Social (Dops) e extraditado para a Alemanha.

O ex-presidente do Grupo Volkswagen Carl Hahn, que na época ocupava um cargo no conselho fiscal da montadora no Brasil, diz que não havia informações sobre a história de Stangl. “Nós não sabíamos de cor os nomes dos comandantes dos campos de concentração”, argumenta. “Que as pessoas vindas da Alemanha fossem registradas lá [na montadora]era algo muito normal.”

 

Recomendação de advogado

Logo depois da prisão, o então chefe da Volkswagen do Brasil. Friedrich Wilhelm Schultz-Wenk, que tinha sido membro do partido nazista, enviou uma carta à sede da montadora em Wolfsburg para justificar por que a empresa não sabia sobre o passado de Stangl.

Ele disse que a legislação brasileira proibia a coleta de informações sobre os trabalhadores. “A VW no Brasil é indiferente à qual religião alguém pertence”, escreveu. Mas no caso de Stangl, ressalta a reportagem, não se tratava de crença, mas de crimes de guerra.

A reportagem revela ainda que, depois de ter sido preso, a montadora recomendou um advogado ao ex-comandante nazista. Em dezembro de 1970, ele foi condenado pelo Tribunal Distrital de Düsseldorf à prisão perpétua pelo assassinato de 400 mil pessoas nos dois campos de extermínio.

Segundo a investigação, Wiesenthal, o “caçador de nazistas”, escreveu ao ex-parlamentar Walther Leisler-Kiep dizendo que a mulher de Stangl conversou com membros da Volkswagen e que a companhia recomendou um advogado para o ex-comandante.

A comunidade judaica reclamou sobre a ajuda oferecida a Stangl no Consulado Alemão em São Paulo e pediu a intervenção do embaixador alemão no Brasil, como mostram documentos do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha. Não está claro se o consulado interveio no caso. Stangl foi representado por outro advogado, que recebeu os honorários da Áustria.

Depois de ser extraditado, Stangl foi levado a julgamento na Alemanha. Antes de a sentença transitar em julgado, ele morreu de infarto na prisão, em 28 de junho de 1971.

(Fonte: http://www.dw.com/pt-br – Deutsche Welle – NOTÍCIAS – ALEMANHA – 27.07.2017)

 

 

 

 

OS HOMENS QUE LIDERARAM A ALEMANHA NAZISTA

Joseph Goebbels (1897-1945)

Como ministro da Propaganda, o virulentamente antissemita Joseph Goebbels cuidou para que a mensagem nazista unificada e forjada em ferro chegasse a cada cidadão do “Terceiro Reich”. Ele sufocou a liberdade de imprensa, controlou mídia, artes e informação, e impeliu Hitler a declarar “guerra total”. Goebbels e esposa cometeram suicídio ao fim da Segunda Guerra, após envenenar seus seis filhos.

 

Adolf Hitler (1889-1945)

O líder do Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP) desenvolveu sua ideologia antissemita, anticomunista e racista bem antes de assumir como chanceler do Reich, em 1933. Minou as instituições políticas da Alemanha, tornando-a um Estado totalitário, e a partir de 1939 desencadeou a Segunda Guerra, enquanto supervisionava o Holocausto. Adolf Hitler se suicidou em abril de 1945.

 

Heinrich Himmler (1900-1945)

Como líder da força paramilitar nazista SS (“Schutzstaffel”), Heinrich Himmler foi um dos membros do partido mais diretamente responsáveis pelo Holocausto. O também chefe de polícia e ministro do Interior controlava todas as forças de segurança do “Terceiro Reich”. Ele supervisionou a construção e as operações de todos os campos de extermínio, onde mais de 6 milhões de judeus foram assassinados.

 

Rudolf Hess (1894-1987)

Três anos após se filiar ao partido nazista, Rudolf Hess participou em Munique do frustrado Putsch da Cervejaria de 1923. Na prisão, ajudou Hitler a escrever “Mein Kampf”. Hess fugiu para a Escócia em 1941, para tentar negociar um acordo de paz, mas foi capturado e mantido em cárcere até o fim da guerra. Em 1946 respondeu a processo em Nurembergue, cumprindo prisão perpétua.

 

Adolf Eichmann (1906-1962)

Ao lado de Himmler, Adolf Eichmann foi um dos principais organizadores do Holocausto. Como tenente-coronel da SS, geriu as deportações em massa de judeus para campos de extermínio nazistas no Leste Europeu. Após a derrota alemã, fugiu para a Áustria e depois para a Argentina, onde foi capturado pelo Mossad israelense em 1960. Condenado por crimes contra a humanidade, foi executado em 1962.

 

Hermann Göring (1893-1946)

Participante do fracassado Putsch da Cervejaria, Hermann Göring se tornou o segundo homem mais poderoso da Alemanha depois que os nazistas tomaram o poder. Ele fundou a polícia secreta do Estado, Gestapo, e serviu como comandante da Luftwaffe até pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial. Göring foi condenado à morte em Nurembergue, mas se suicidou na noite anterior à execução.

(Fonte: http://www.dw.com/pt-br – Deutsche Welle – NOTÍCIAS – ALEMANHA – OS HOMENS QUE LIDERARAM A ALEMANHA NAZISTA/ Por Autoria: Cristina Burack (av) – 27.07.2017)

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