Frank O’Hara, poeta, crítico e dramaturgo que formou o grupo fundador da chamada Escola de Nova York, juntamente com John Ashbery e Kenneth Koch.

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De alta voltagem lírica

 

1961: retrato EXCLUSIVO do poeta norte-americano Frank O’Hara (1926-1966) posando ao ar livre em frente a uma árvore, Southampton, Nova York. (Foto de John Jonas Gruen / Hulton Archive / Getty Images)

 

Francis Russell O’Hara (Baltimore, 27 de março de 1926 – Long Island, 25 de julho de 1966), foi um dos poetas americanos mais relevantes da segunda metade do século 20, ficou conhecido como Frank O’Hara.

Frank O’Hara nasceu em Baltimore, mas é conhecido como poeta de Nova York. Com os amigos John Ashbery, James Schuyler, Barbara Guest e Kenneth Koch (1925-2002), foi parte de um grupo de poetas que ficou conhecido como Escola de Nova Iorque (New York School of Poets), uma referência ao grupo de pintores conhecido como New York School of Painters, hoje em dia chamado com mais freqüência de Abstract Expressionists, entre os quais surgiu Jackson Pollock, cuja pintura teria grande influência sobre a poesia de O’Hara.

 

(Frank O´Hara & John Ashbery em 1953, foto de Kenneth Koch)

 

Outras influências consideradas importantes, por críticos que dedicaram estudos a seus trabalhos, seriam uma antologia de poesia dadaísta publicada nos Estados Unidos no início da década de 50, Arthur Rimbaud e Vladimir Maiakóvski. O poeta trabalhou por anos como curador no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e chegou a escrever em um poema que às vezes acreditava estar “apaixonado pela pintura”.

O’Hara costuma ser considerado figura central da chamada Escola de Nova York. O termo define não um movimento, mas um grupo de poetas-amigos com interesses em comum: o horror ao formalismo estéril dominante na poesia do pós-guerra, a pintura expressionista abstrata e uma atitude informal e antiacadêmica.

A poesia de O’Hara, coloquial e de alta voltagem lírica, é tributária de Walt Whitman, do surrealismo e, sobretudo, do lirismo ambiente, do simultaneísmo, dos poemas-passeios e poemas-conversas de Apollinaire. Quer captar o imediato, o aqui-e-agora do poema, numa espécie de zen nova-iorquino.

Uma de suas marcas registradas é começar o poema precisando o dia, hora, o clima ou local de sua ocorrência, como em “O Dia em que Lady morreu”: “São 12:30 em Nova York uma sexta / três dias após o Dia da Bastilha, sim / estamos em 1959 e estou no trem indo ao engraxate / pois vou saltar do trem das 16:19 em Easthampton / às 915 eu vou direto jantar / e nem conheço as pessoas que vão me dar de comer”.

Frank O´Hara morreu aos 40 anos, em decorrência dos ferimentos causados por um atropelamento na Fire Island.
Na manhã de 24 de julho de 1966, um domingo, o poeta Frank O’Hara estava na praia, em Fire Island, perto de Nova York, quando foi atropelado por um buggy. Levado ao hospital, com o fígado dilacerado, ele morreria na manhã seguinte. Seu desaparecimento prematuro, aos quarenta anos, interrompeu uma carreira muito peculiar que unia os mundos da poesia e das artes plásticas. Naqueles anos em que Nova York fervilhava como o centro mundial da arte de vanguarda, Frank O’Hara estava no centro do centro. E era um de seus mais refinados poetas.
Nos quinze anos anteriores, ele havia passado, no MoMA, onde trabalhava, do posto de atendente no balcão de informações a um dos mais importantes curadores. Conviveu com artistas como Jackson Pollock, Willem de Kooning, John Cage e Merce Cunningham. Figura agregadora, ele era conhecido pela sua generosidade para com seus amigos e pela intensidade com que vivia. Ao mesmo tempo, e, dado seu ritmo de vida, quase milagrosamente, escrevia poemas sem parar, todos os dias, freneticamente. Um de seus livros, Lunch poems, tem este título justamente porque seus versos foram escritos durante os intervalos para almoço no museu.
(Fonte: http://revistamododeusar.blogspot.com.br/2008/04 – Ricardo Domeneck – 07/04/2008)
(Fonte: http://rascunho.com.br – Tradução e seleção: André Caramuru Aubert)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/06 – ILUSTRADA – CRÍTICA/ Por RODRIGO GARCIA LOPES/ ESPECIAL PARA A FOLHA – 17/06/2017)

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