Foi primeira mulher a receber o ‘Nobel da Matemática’

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Maryam Mirzakhani, primeira mulher a receber o ‘Nobel da Matemática’

 

Maryam Mirzakhani recebeu a Medalha Fields em 2014 – (Foto: STR / AFP)

 

Gênio iraniana da matemática

Maryam Mirzakhani (Teerã, 3 de maio de 1977 – 15 de julho de 2017), matemática iraniana, professora na Universidade de Stanford desde 2008, foi primeira e única mulher a ganhador a Medalha Fields, considerada o “Nobel da Matemáticas”.

O interesse de Maryam pelos números se manifestou já no ensino médio. Depois de terminar o ensino fundamental em meio à guerra entre o Irã e o Iraque, a garota foi aceita em uma escola para meninas administrada pela Organização Iraniana para Desenvolvimento de Talentos Excepcionais, em Teerã. Na adolescência, começou a participar de olimpíadas de matemática e venceu duas medalhas de ouro.

Maryam completou licenciatura em matemática na Universidade de Sharif, em Teerã, e fez pós-graduação em Harvard, antes de virar professora na Universidade Stanford, na Califórnia, com apenas 31 anos.

Aos 37 anos, em 2014, ela ganhou a Medalha Fields na abertura do Congresso Internacional de Matemática (CIM) em Seul (Coreia do Sul) e se tornou a primeira e única mulher a receber esse prêmio desde a criação, em 1936, e também a primeira pessoa iraniana a receber esse que é considerado o Nobel da Matemática.

A Medalha Fields premia de quatro em quatro anos até quatro matemáticos com menos de 40 anos por seus feitos de destaque. Maryam foi reconhecida pelos “impressionantes avanços na teoria das Superfícies de Riemann e os seus espaços modulares”.

Ela recebeu a Medalha Fields em 2014, junto com o brasileiro Arthur Avila, por seus trabalhos sobre geometria complexa e sistemas dinâmicos. Quando recebeu uma mensagem anunciando que seria premiada, ela chegou a achar que era alvo de um e-mail hackeado.

— Eu espero que esse prêmio inspire muitas outras garotas e jovens mulheres, nesse país e em todo o mundo, a acreditarem em suas habilidades e desejarem a Medalha Fields no futuro — disse à época Dame Frances Kirwan, membro do comitê da Medalha Fields.

Em 2016, Maryam se tornou a primeira iraniana eleita para a Academia Nacional de Ciências dos EUA, como reconhecimento pelo “eminente e contínuo sucesso em investigação original”.

Nascida em 3 de maio de 1977 em Teerã, queria ser escritora, mas já na sua adolescência brilhou ao competir pelo Irã na Olimpíada Internacional da Matemática, onde ganhou medalha de ouro nas competições de 1994 e 1995.

Se formou em 1999 na Universidade de Sharif, na capital iraniana, e em 2004 obteve título de doutorado na Universidade de Harvard, no Estados Unidos, onde seu mentor foi Curtis McMullen, também “Nobel da Matemática”.

Maryam trabalhou como professora assistente na Universidade de Princeton antes de ir para Stanford e, além da medalha Fields, recebeu o Prêmio Blumenthal (2009) e o Prêmio Satter (2013).

Maryam morreu no hospital onde estava internada, nos EUA, em 15 de julho de 2017, aos 40 anos. Diagnosticada com câncer de mama há quatro anos, ela estava internada desde que a doença se espalhou para a medula óssea há algumas semanas.

“Uma luz foi apagada hoje. Isso quebra o meu coração… Se foi tão cedo”, escreveu Firouz Naderi, cientista da Nasa e amigo de Maryam, no Twitter. “Um génio? Sim. Mas também uma filha, mãe e esposa”.

No Irã, as autoridades expressaram condolências. O presidente iraniano, Hassan Rouhani, publicou uma mensagem no site oficial da presidência e disse que “o brilho imbatível da criativa e modesta cientistas fez ressoar o nome do Irã nas comunidades científicas do mundo”. Para ele, seu trabalho foi “um marco” para os “esforços das mulheres e dos jovens iranianos”.

Maryam deixa marido – o cientista tcheco Jan Vondrak, também professor de Stanford -, e uma filha – Anahita, de seis anos -.

“Maryam foi muito cedo, mas seu impacto continuará vivo nas milhares de mulheres que ela inspirou a se dedicar à matemática e à ciência”, afirmou o presidente de Stanford, Marc Tessier-Lavigne.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia  – SOCIEDADE – CIÊNCIA/ POR O GLOBO – 15/07/2017)

(Fonte: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2017/07/15 – NOTÍCIAS – Washington (EFE)/ Por Miriam Burgués – 15 jul 2017)

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