Foi o primeiro homem a estampar a capa da revista “Playboy”

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Sellers: uma vida intensa até o final, sem ouvir os médicos

Primeiro homem na capa da revista “Playboy”

 

Os atores Karen Lynn e Peter Sellers na capa da revista "Playboy", na edição de abril de 1964. (Foto: Reprodução)

Os atores Karen Lynn e Peter Sellers na capa da revista “Playboy”, na edição de abril de 1964. (Foto: Reprodução)

 

Peter Sellers (Portsmouth, Inglaterra, 8 de setembro de 1925 – Londres, 23 de julho de 1980), ator inglês. Peter Richard Henry Sellers, nasceu no dia 8 de setembro de 1925, em Portsmouth, Inglaterra. Costumava dizer que era um homem sem personalidade própria, uma espécie de boneco de plástico. “Não tenho a menor ideia de quem Peter Sellers é”, repetia sempre. É bem possível que ele vivesse o mais cruel dos vilões e ocupasse seus pensamentos imaginando torturas terríveis na pele do temível bandido chinês “Dr. Fu Manchum”, personagem do filme que estava dirigindo e interpretando.

Eterno inspetor  Jacques Clouseau da franquia “A Pantera Cor-de-Rosa”, o ator e comediante britânico Peter Sellers começou a fazer sucesso no programa “O Show de Goon” (1951-1960), da rádio BBC. No cinema, ficou conhecido com “Papai é um Nudista” (1959), depois pela série “A Pantera Cor-de-Rosa” e por filmes como “Dr. Fantástico” (1964), de Stanley Kubrick.

Sellers em cena de "Dr. Fantástico" de Stanley Kubrick (Foto: Divulgação)

Sellers em cena de “Dr. Fantástico” de Stanley Kubrick (Foto: Divulgação)

Ele foi a principal influência para Sacha Baron Cohen, criador dos personagens Borat, Bruno e Ali G. Serviu na Força Aérea Real durante a Segunda Guerra Mundial. Era um dos atores favoritos de Elvis Presley, que sempre assistia aos filmes da série “A Pantera Cor-de-Rosa” no avião durante tours.

Ele improvisava muitas das frases que o tornariam célebre, como (meu Führer, eu posso andar!), de “Dr. Fantástico” (1964).

Conta-se que, em uma tarde, tocou-se a campainha de seu apartamento em Londres. Como ele estava ocupado, sua mulher, Anne, foi à porta e recebeu um telegrama dizendo: “Traga-me uma xicara de café. Peter.”

Foi o primeiro homem a estampar a capa da revista “Playboy”, em abril de 1964. Ao lado da atriz Karen Lynn, ele faz uma paródia de James Bond e suas amantes.

Foi indicado a três Oscar e venceu um Globo de Ouro (de cinco nomeações) por “Muito Além do Jardim” (1979).

Aos 54 anos, com um marca-passo no coração desde 1977, Sellers desobedecia tranquilamente às ordens médicas que o aconselhavam a repouso e descanso. Talvez por esse temperamento irrequieto e pela paixão com que se dedicou a todos os papeis em seus trinta anos de carreira, ele tenha passado para a história do cinema moderno como um dos mais talentosos atores cômicos.

Embora sua competência em atuações dramáticas jamais tenha sido contestada (em 1979 quase ganhou o Oscar por sua participação em “Being There”, um papel dramático), Sellers ficou conhecido no mundo inteiro como o atrapalhado inspetor “Clouseau”, personagem da série “A Pantera Cor-de-Rosa”, iniciada em 1964, ano também em que sofreu o primeiro distúrbio no coração.

Elke Sommer e Peter Sellers em cena do filme "Um Tiro no Escuro" (1964) - (Foto: Divulgação)

Elke Sommer e Peter Sellers em cena do filme “Um Tiro no Escuro” (1964) – (Foto: Divulgação)

O ator consagrado era, porém, um homem extremamente difícil: nervoso, irritadiço, explosivo. Certa vez, o produtor Elliot Kestner deu-lhe um murro na boca e seus colegas de trabalho não ousaram sequer se aproximar dele. “Quanto mais velho fico, menos gosto da indústria do cinema e do pessoal que nela trabalha”, disse Sellers. “De fato, estou numa fase em que sinto aversão por aquela gente.”

SEM HERDEIROS – No entanto, Peter Sellers sempre viveu no meio artístico. Nasceu numa família que ganhava a vida rodando pela Inglaterra com uma companhia de teatro ambulante. No final da década de 40, depois de passar por dezesseis colégios diferentes, subiu no palco para tocar bateria e ukelelê com os parentes. Começou , porém, a trabalhar profissionalmente em 1948, criando dezenas de vozes diferentes para o programa “Goon Show” da BBC de Londres.

De seus quatro casamentos, o que provocou maiores mexericos foi com a atriz Britt Ekland, principalmente porque Sellers estava com 49 anos e a jovem sueca beirava os 20. Ela e a filha Victoria e a atual mulher de Sellers (Lynne Frederick, também atriz) acompanharam os últimos momentos do ator no hospital Middlesex. Para as três, e mais o filho Michael, do primeiro casamento, irá certamente a fortuna. Para o inspetor Closeau, Sellers não deixou nenhum herdeiro.

Sellers morreu no dia 23 de julho de 1980, aos 54 anos, de derrame cerebral, em Londres, na Inglaterra.

(Fonte: Veja, 30 de julho de 1980 –- Edição 621 -– Datas -– Pág; 61 e 79)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/09/1678803-1- ILUSTRADA DE SÃO PAULO – 08/09/2015)

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