Foi a primeira mulher dos EUA a votar

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Susan Brown Anthony organizou a primeira convenção para o sufrágio feminino

 

Susan B. Anthony, a primeira mulher dos EUA a votar, ganha indulto de Trump.

 

 

O legado de Susan

 

Anthony foi presa em Rochester, no estado de Nova York, e depois condenada. Ela foi multada em US$ 100 pelo crime de votar, mas se recusou a pagar. A história gerou revolta e chamou a atenção para o movimento sufragista, do qual ela se tornou uma das líderes mais visíveis, segundo o site do Museu Nacional de História das Mulheres.

 

Junto com a também ativista Elizabeth Cady Stanton, Anthony viajou pelos EUA para discursar em prol do movimento sufragista. Em 1876, ela liderou um grande protesto no centenário da independência americana, onde fez um dos seus discursos mais famosos – Declaração de Direitos.

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, celebrou em 18 de agosto o centenário do direito ao voto feminino ao anunciar o indulto a Susan Brownell Anthony, presa por depositar seu voto em 1872, quando a prática ainda era crime para mulheres.

 

Em um evento da Casa Branca para celebrar o centenário da 19ª Emenda que encerrou a exclusão das mulheres ao voto, Trump disse que assinaria um “perdão total e completo” para Anthony no final do dia.

 

Por que levou tanto tempo? questionou Trump ao anunciar o indulto.

 

O presidente, que enfrenta uma difícil reeleição em 3 de novembro contra o democrata Joe Biden, se esforça para conseguir apoio entre as mulheres, especialmente aquelas que chamou de “donas de casa suburbanas”.

 

Anthony morreu em 1906, aos 86 anos, antes da assinatura da 19ª emenda, 14 anos antes de as mulheres receberam o direito de votar nos Estados Unidos, em 18 de agosto de 1920.

 

Agora, no centenário de comemoração da data histórica, ela recebeu um indulto presidencial — interpretado por alguns como uma jogada política de Donald Trump.

 

“Por que levou tanto tempo?”, questionou o presidente em uma cerimônia em 18 de agosto de 2020.

 

 

Donald Trump anunciou o perdão a Susan cercado por ativistas dos direitos das mulheres e líderes de movimentos conservadores. (Imagem: EPA)

 

 

Poucos dias antes, o republicano havia anunciado apoio à construção de um monumento em homenagem às sufragistas americanas em Washington DC.

 

“As mulheres dominam os Estados Unidos — acho que podemos dizer isso com segurança”, afirmou, emendando que o Congresso tem hoje um número recorde de parlamentares mulheres.

 

O pronunciamento ocorre no momento em que Trump, em meio à corrida presidencial contra o democrata Joe Biden, tenta fazer uma aceno às eleitoras mulheres que vivem nos subúrbios das cidades americanas, que em geral concentram famílias de classe média e alta.

 

Esse é um dos grupos em que a aprovação ao presidente vem caindo desde 2016.

 

Quem foi Susan B. Anthony, mulher condenada em 1872 por votar que só agora foi perdoada nos EUA

 

A americana Susan Brownell Anthony foi presa em 1872 em Rochester, Nova York, depois de votar nas eleições presidenciais.

 

Depois de anos defendendo que as mulheres também tinham o direito de escolher seus governantes, ela foi condenada e multada em US$ 100.

 

Susan ainda viajaria os Estados Unidos organizando protestos à frente do movimento sufragista, mas não viveria para ver as mulheres finalmente votarem.

 

Memória

 

Susan foi julgada por um júri formado apenas por homens.

 

Em uma de suas manifestações no tribunal, ela criticou o governo por proibir as mulheres de votarem e afirmou que nunca pagaria um centavo da multa — o que, de fato, aconteceu.

 

O processo acabou tendo grande repercussão e chamou atenção para o movimento sufragista. Depois do episódio, ela passou a viajar o país defendendo a igualdade do direito entre homens e mulheres.

 

Nos últimos anos, algumas eleitoras vinham homenageando Susan em dias de eleições, visitando seu túmulo em Rochester.

 

Milhares passaram por lá em novembro de 2016, quando Trump disputou o comando da Casa Branca com Hillary Clinton, a primeira candidata mulher em uma eleição presidencial lançada por um grande partido.

 

Após as eleições legislativas de 2018, dezenas de pessoas colaram adesivos com os dizeres “eu votei” em sua lápide.

 

A memória da ativista também carrega controvérsias. Ela é criticada por alguns, por exemplo, que afirmam que ela teria marginalizado mulheres negras que também lutaram pelo sufrágio feminino.

 

Seu posicionamento em relação ao aborto, por sua vez, não é claro — e um grupo que advoga contra o direito de as mulheres interromperem a gravidez usa seu nome em uma de suas divisões.

 

A presidente da Susan B. Anthony List, que procura dar visibilidade aos políticos que são contra o direito ao aborto, foi uma entre a lista de personalidades de grupos conservadores convidadas à cerimônia de indulto a Susan.

 

Reações

 

O indulto gerou reações negativas entre membros da oposição que criticam a resistência de Trump em aceitar a possibilidade de que os americanos votem pelo correio em novembro — uma alternativa estudada por alguns Estados diante da pandemia de covid-19.

 

O presidente vem sendo acusado de deliberadamente cortar recursos dos Serviço Postal com o intuito de deslegitimar o voto por correspondência.

 

Horas depois da cerimônia, a vice-governadora do Estado de Nova York, Kathy Hochul, postou no Twitter uma mensagem em que dizia que, “em nome do legado de Susan B. Anthony, nós exigimos que Trump anule o perdão”.

 

“Ela tinha orgulho de ter sido detida e por ter conseguido chamar atenção para a causa dos direitos das mulheres, nunca pagou a multa. Deixe-a descansar em paz.”

 

Memorial de mulher condenada por votar em 1872 recusa perdão de Trump

 

Em 18 de agosto, Donald Trump assinou um indulto presidencial perdoando Susan B. Anthony, condenada e multada em US$ 100 por votar em 1872, quando o voto feminino era proibido nos Estados Unidos.

 

Ao assinar o perdão, Trump questionou: “Por que levou tanto tempo?”. O Museu Susan B. Anthony respondeu em seu website ao recusar o indulto, dizendo que ela consideraria o perdão como uma validação de sua condenação.

 

“Em 1873, Anthony escreveu em seu diário que seu julgamento por votar foi ‘o maior absurdo já testemunhado na História’. Ela não pôde ser testemunha de sua própria defesa, porque era uma mulher. Na conclusão dos argumentos, o Juiz Hunt desconsiderou o júri popular e a declarou culpada”, escreveu a presidente do museu, Deborah Hughes.

 

Hughes continuou: “Ela ficou ultrajada por não permitirem um julgamento por júri popular. Ela declarou: ‘nunca pagarei um dólar da sua sentença injusta’. Pagar validaria o processo. E perdoar Susan Anthony faz o mesmo”.

 

Ela também alfinetou Trump, que nesta semana se posicionou contra o voto universal pelos correios: “Se alguém quiser homenagear Susan B. Anthony hoje, uma posição clara contra qualquer forma de supressão de votos seria bem-vinda”.

 

Susan B. Anthony de fato nunca pagou a multa, e sua condenação acabou alavancando o movimento sufragista. Ao final do processo, ela viajou pelos Estados Unidos defendendo a igualdade de direitos entre homens e mulheres.

 

Ela morreu aos 86 anos em 1906 — em 1920, foi assinada a 19ª emenda, que permitiu que mulheres brancas votassem.

 

(Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/bbc/2020/08/18 – NOTÍCIAS / TRANSFORMA / Da BBC – 18/08/2020)

(Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/afp/2020/08/18 – NOTÍCIAS / MULHERES INSPIRADORAS / Da AFP, em Washington (EUA) – 18/08/2020)

(Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/08/20 – NOTÍCIAS / MULHERES INSPIRADORAS / De Universa, em São Paulo – 20/08/2020)

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