Foi a primeira cantora lírica do Brasil a ganhar destaque internacional

0
Powered by Rock Convert

 

 

 

Foi a primeira cantora lírica brasileira a ter sucesso na Europa

Lapinha, cantora lírica e atriz que cativou D. joão VI

Joaquina Maria da Conceição da Lapa, a Lapinha, foi a primeira cantora lírica do Brasil a ganhar destaque internacional e uma das primeiras mulheres a receber autorização para participar de espetáculos públicos em Lisboa.


Essa maravilhosa personagem, cuja história, por algum motivo, ficou guardada no século XVIII, a cantora que encantou D. João VI, 
essa mulher quebrou um série de tabus no tempo em que viveu, entre o finalzinho do século XVIII e o início do século XIX.

Além do talento, Lapinha tinha um enorme carisma. Conquistou a realeza e despertou muitas paixões, registradas em poemas. E ainda teve trânsito livre entre Brasil e Portugal, segundo passaportes da época.

A importância histórica de Lapinha, ultrapassa o âmbito musical:

— Nenhuma atriz brasileira conseguira tais triunfos, especialmente naquela época, no exterior. Portanto, a Lapinha tornou-se um exemplo de mulher independente, que ganhava a vida com a arte. Apesar de ter duas condições que, em teoria, dificultariam sua carreira, ou seja, ser mulher e mulata, ela conseguiu mostrar aos países o valor de seu talento. Foi a primeira atriz e cantora brasileira a colher triunfos fora das nossas fronteiras.

A cantora e atriz, teria nascido em Minas Gerais e, após o declínio da mineração, mudado para o Rio de Janeiro, onde começou a atuar na década de 80 do século XVIII.

 

Lapinha sofreu imenso preconceito racial. Ela tinha que cobrir o rosto com pó de arroz antes de subir aos palcos, como mostra o relato da época feito pelo viajante sueco Carl Israel Ruders, reproduzido em livros: “Joaquina Lapinha é mulata e filha de uma mulata, por cujo motivo tem a pele bastante escura. Este inconveniente, porém, remedia-se com cosméticos. Fora disso, tem uma figura imponente, boa voz e muito sentimento dramático.”

 

Até hoje, nenhuma imagem fiel da cantora foi encontrada. Há apenas cartazes e folhetos que registram as suas apresentações.

— Há referências explícitas quanto à sua presença em terras lusitanas. Isso comprova sua atuação em concertos em Lisboa, no Real Teatro de São Carlos, incluindo sua contratação por um período de seis meses no início do século XIX. No Rio, por sua vez, há referências de sua atuação em um elenco de amadores num teatro localizado na Rua do Passeio no final do século XVIII, e destaca-se a sua atuação, após seu retorno de Portugal em 1805, na Ópera Nova, após a chegada da corte portuguesa.

 

Na verdade, a lembrança de Lapinha e a admiração por ela persistiu até quase o final do século XIX:

— Nos livros sobre música brasileira, ela raramente é citada. Vários fatores contribuíram para isso. Em primeiro lugar, sua carreira terminou por volta de 1813, quando ainda não havia uma crítica musical estruturada no Brasil. Em segundo, com o desenvolvimento da ópera no tempo de D. Pedro II, as cantoras de sucesso vinham da Europa, e dificilmente uma atriz afrodescendente chegaria aos palcos em posição de destaque ou mesmo de menor importância.

Ninguém sabe em que ano Joaquina Lapinha nasceu ou em que ano ela morreu. Mas 2014 foi o ano de seu renascimento.

 

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura -11469038 – CULTURA – POR JOANA DALE – 02/02/2014)

 

 

 

 

 

 

Powered by Rock Convert
Share.