Fernando E. Solanas, emblemático cineasta e ativista argentino, foi diretor de ‘Tangos – O exílio de Gardel’

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Cineasta argentino Fernando ‘Pino’ Solanas

 

Fernando “Pino” Solanas (Buenos Aires, 16 de fevereiro de 1936 – Paris, 6 de novembro de 2020), cineasta, político e ativista argentino.

 

O célebre cineasta foi um dos mais famosos diretores de cinema da Argentina, Solanas foi um cineasta tão político quanto prolífico.

 

Além de cineasta, Fernando era político, ativista e embaixador da Argentina na Unesco.

 

Quem foi Fernando Solanas

Fernando Ezequiel Solanas foi um cineasta comprometido, revolucionário e prolífico e também um político apaixonado e perseverante.

Em 1992 foi eleito senador pela cidade de Buenos Aires e um ano depois foi deputado pela Frente Grande. Também foi candidato à presidência em 2007 pelo movimento Projeto Sul, progressista, ambientalista e de centro-esquerda, em aliança com o Partido Socialista Autêntico. Em junho de 2019, anunciou que ingressaria na Frente de Todos e endossou a chapa presidencial de Alberto Fernández e Cristina Fernández.

Nascido em 16 de fevereiro de 1936 em Buenos Aires, Solanas estreou no cinema em 1962, com o curta “Seguir andando”. Em 1967 dirigiu o documentário “La Hora de los Hornos”, trilogia co-dirigida com Octavio Getino (1935-2012), com duração de mais de quatro horas, que se tornou um símbolo do cinema politicamente comprometido, de denúncia e resistência à ditadura.

Em imagem de 2015, Fernando Solanas exibe o troféu recebido no Festival de Gramado — (Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto)

Os dois também assinaram o manifesto “Hacia un Tercer Cine”, lançando um movimento latino-americano em oposição a uma linguagem cinematográfica dominante, comercial e ditada principalmente pelos Estados Unidos. “A luta anti-imperialista dos povos do Terceiro Mundo, e dos seus equivalentes nas metrópoles, constitui hoje o eixo da revolução mundial. O Terceiro Cinema é para nós aquele que reconhece nessa luta a mais gigantesca manifestação cultural, científica e artística do nosso tempo, a grande possibilidade de construção por cada povo de uma personalidade libertada: a descolonização da cultura”, afirmavam Solanas e Getino nos anos 1960.

Seu engajamento refletia um posicionamento político claro. Solonas filmou duas entrevistas com Juan Domingo Perón em 1971, que foram reverenciadas como chamada à luta pelos jovens peronistas da época.

Ele só foi estrear na ficção após a volta da democracia na Argentina. Seu primeiro drama, “Los Hijos de Fierro” (1978), usava um poema de Martin Fierro como metáfora para contar a história da ditadura militar, entre o golpe de 1955 e o triunfo eleitoral peronista de 1973.

“El Exilio de Gardel (Tangos)”, de 1985, foi premiado no Festival de Veneza, e Solanas recebeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes por seu longa “Sur”, em 1988. Cannes também lhe concedeu um prêmio especial de excelência técnica pelo longa seguinte, “A Viagem” (1992), enquanto Veneza fez o mesmo com “La Nube” (1998).

Solanas dirigiu também, entre outros, “Perón: Actualización política y doctrinaria para la toma del poder”, entrevista com Juan Domingo Perón, que se tornou um documento reverenciado pelos jovens peronistas da época.

Seu documentário “Memoria del saqueo”, sobre a precária condição social e econômica da Argentina, foi apresentado no Festival de Cinema de Berlim em 2004, mesmo ano em que Solanas recebeu o Urso de Ouro honorário em reconhecimento à sua carreira.
“El exilio de Gardel (Tangos)”, de 1985, foi premiado no Festival de Veneza, e Solanas recebeu o prêmio de melhor diretor no festival francês de Cannes por seu longa “Sur”, em 1988.

O realizador é co-autor do manifesto “Hacia un Tercer Cine”, movimento latino-americano que surgiu na década de 1960 em oposição a uma linguagem cinematográfica dominante, comercial e ditada principalmente pelos Estados Unidos.

“A luta anti-imperialista dos povos do Terceiro Mundo, e dos seus equivalentes nas metrópoles, constitui hoje o eixo da revolução mundial. O Terceiro Cinema é para nós aquele que reconhece nessa luta a mais gigantesca manifestação cultural, científica e artística do nosso tempo, a grande possibilidade de construção por cada povo de uma personalidade libertada: a descolonização da cultura”, afirmavam Solanas e Octavio Getino, co-signatários deste manifesto.

Em 2004, ele voltou aos documentários com “Memoria do Saqueio”, sobre a convulsão social e a precária condição socioeconômica da Argentina. O filme foi premiado na Mostra de São Paulo e apresentado no Festival de Berlim no mesmo ano em que Solanas recebeu o Urso de Ouro honorário em reconhecimento à sua carreira.

Em 2004, o documentário “Memoria del saqueo”, sobre a precária condição social e econômica da Argentina, foi apresentado no Festival de Cinema de Berlim.

 

Seguiram-se mais nove documentários, inclusive o último filme de sua carreira, “Tres a la Deriva”, que se encontrava em pós-produção na época de sua morte.

 

Ele reuniu um grupo de cineastas comprometidos com a política e a denúncia às desigualdades, chamada de Tercer Cine. Junto a ele estavam o boliviano Jorge Sanjinés, o cubano Tomás Gutiérrez Alea, o chileno Patricio Guzmán e outros. Fernando esteve no Brasil em edições da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

 

Paralelamente à consagração artística, Solanas também construiu uma sólida carreira política.

Mesmo com a idade avançada, ele era considerado um jovem de espírito, lutando pelas mesmas coisas que acreditava na juventude, aliando-se inclusive à causa feminista. Em 2018, incentivou as jovens que realizaram uma mobilização feminista histórica nas ruas do país em defesa de um projeto de lei sobre o aborto, que acabou rejeitado pela Câmara alta. “Bravo meninas, vocês elevaram a honra e a dignidade da mulher argentina. Se não sair hoje, no ano que vem vamos insistir. E se não sair no ano que vem, vamos insistir no outro. Ninguém vai conseguir parar a onda da nova geração”, disse ele.

No início de outubro, Solanas se encontrou com o papa Francisco no Vaticano, uma de suas últimas atividades públicas, para discutir projetos de luta “contra as mudanças climáticas e os direitos da Mãe Terra”, segundo o próprio Solanas no Twitter.

 

Sua última mensagem, dizendo que “resistia”, representa uma síntese de sua vida. Não por acaso, sua morte criou comoção nas redes sociais, mobilizando tanto os círculos políticos quanto os culturais da Argentina.

Solanas faleceu aos 84 anos em Paris. A morte ocorre dias após ele ser internado em um hospital com diagnóstico de coronavírus, informou neste sábado (7) o ministério das Relações Exteriores argentino, segundo a agência France-Presse.

Solanas havia anunciado no Twitter, em 16 de outubro, que ele e sua esposa, Ángela Correa, haviam contraído Covid-19 na capital francesa, onde se encontra a sede da Unesco, e que ele estava internado em observação. Na imagem que acompanhava a mensagem, o cineasta aparecia em um leito de hospital e com máscara.

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2020/11/07 – POP & ARTE / NOTÍCIA / Por G1 – 07/11/2020)

(Fonte: https://vejasp.abril.com.br/cidades – VEJA São Paulo / CIDADES / Por Redação – 7 nov 2020)

(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/gente – DIVERSÃO / GENTE / FAMOSOS / por Pipoca Moderna – 7 NOV 2020)

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