“Eu não temo o outro mundo, nem nada. Nem temo o inferno, nem anseio pelo céu.” Katharine Hepburn (1907-2003), atriz americana, a grande dama do cinema americano, um dos mitos de Hollywood que na bagagem, guardava quatro Oscar.

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Katharine Hepburn é a mais laureada entre os intérpretes no cinema do Oscar, premiada quatro vezes, todas na categoria de melhor atriz.

Katharine Hepburn, a grande dama do cinema americano (Foto: Pinterest/Reprodução)

Katharine Hepburn, a grande dama do cinema americano (Foto: Pinterest/Reprodução)

 

A dama do cinema

Um dos maiores ícones femininos de Hollywood, protagonista de “Levada da Breca” (38)

 

Katharine Hepburn (Hartford, 12 de maio de 1907 – Old Saybrook, Connecticut, 29 de junho de 2003) , atriz americana, a grande dama do cinema americano, um dos mitos de Hollywood que na bagagem, guardava quatro Oscar. Deixou mais de 40 participações em filmes de Hollywood, como “Levada da Breca” (1938), de Howard Hawks. Considerada um dos maiores ícones cinematográficos de todos os tempos, Hepburn foi indicada 12 vezes ao prêmio Oscar.

Os filmes por que foi premiada são “Manhã de Glória” (1933), dirigido por Lowell Sherman (1885-1934), “Adivinhe Quem Vem para Jantar?” (1967, de Stanley Kramer), “Leão no Inverno” (1968, Anthony Harvey) e “Num Lago Dourado” (1981, Mark Rydell).

Em cinema, o último filme em que foi vista foi “Segredos do Coração” (1994), de Glen Gordon Caron, em que contracenou com Warren Beatty. Em 2003, participou de “True Love”, já concluído, mas ainda inédito.

Sua carreira começou no teatro, no início da década de 30, quando ela estrelou, na Broadway, a peça “Night Hostess”.

Atuante em cinema ao longo de cinco décadas, Hepburn ficou célebre, desde o início, por filmes feitos pelo cineasta Georges Cukor, como “Vítimas do Divórcio” (1931), “As Quatro Irmãs” (1933), “Núpcias de Escândalo” (1940), “A Costela de Adão” (1949) e “A Mulher Absoluta” (1952).

Entre seus títulos mais conhecidos, estão ainda “Sua Esposa e o Mundo” (Frank Capra, 1948) e “Uma Aventura na África” (John Huston, 1951), em que contracenou com Humphrey Bogart.

Não foi apenas nas calças compridas, impensáveis para uma mulher dos anos 30 que Katharine lançou moda. Nascida numa família da elite da Nova Inglaterra, ela inovou também ao seguir só o seu aristocrático nariz, e o de mais ninguém. No começo de carreira, no teatro, suas opiniões fortes volta e meia lhe rendiam demissões.

Apaixonada por Spencer Tracy (1900-1967), com quem fez 9 de seus 43 filmes, manteve com ele um romance “secreto”, conhecido e respeitado por todos, inclusive pela mulher de Tracy, durante um quarto de século. Indicada doze vezes ao Oscar, nunca compareceu a uma festa da Academia.

 

Spencer Tracy e Katherine Hepburn. (Foto: Slate/Reprodução)

Spencer Tracy e Katherine Hepburn. (Foto: Slate/Reprodução)

 

Do começo dos anos 30 ao fim dos 60, Katharine foi a maior atriz americana, o que está longe de ser um feito qualquer, em comédias como “Núpcias de Escândalo” (1940) ou dramas como “O Leão no Inverno” (1968).

Estrela de “Assim Amam as Mulheres” (1933), “Uma Aventura na África” (com Humphrey Bogart, de 1951), “De Repente”, “No Último Verão” (com Montgomery Cliff e Elizabeth Taylor, de 1959) e “Longa Jornada Noite Adentro” (1962), Katharine colecionou o maior número de vitórias no Oscar. Foram quatro prêmios, recorde tanto para atrizes como para atores. E todos eles na categoria principal. Até 2002, era também recordista de indicações, um total de doze. Meryl Streep bateu a marca em 2003. De personalidade marcante, a atriz ficou famosa por sua beleza elegante, discreta, e por defender firmemente seus pontos de vista. Ex-praticante de boxe e golf, tornou-se um ícone da força e do espírito feminista.

Apesar do sucesso, a atriz sentia que poderia ter ido mais longe. “Não sinto ter realizado todo o meu potencial”, dizia. Mas emendava: “A vida é o que importa. Passeios, casas, família. Nascimento, dor e alegria – e depois a morte.” Katharine nasceu em Hartford, Connecticut, em 12 de maio de 1907, um dos seis filhos do urologista Thomas N. Hepburn e da assistente social Katharine Houghton Hepburn. “Meus pais eram pessoas muito mais fascinantes que eu”, acreditava a atriz. 

Nos anos 20, começou carreira numa companhia de Baltimore e estreou em Nova York com These Days, em 1928. Descoberta na Broadway, a atriz estreou em Hollywood em 1932 com A Bill of Divorcement. Esguia, atlética, elegante, virou logo estrela e no ano seguinte faturava seu primeiro Oscar, por “Manhã de Glória”. Ao longo de mais de 60 anos de carreira, vieram os prêmios por “Adivinhe Quem Vem Para Jantar?” (1967), Leão no Inverno (68) e “Num Lago Dourado” (81). A atriz teve um breve casamento em sua vida, com Ludlow Ogden Smith (1899-1979), de quem se separou em 34: “Eu não acredito em casamento. É impraticável amar, honrar e obedecer. De outra maneira, não seria obrigatório assinar um contrato”.

Embora não tenha se casado novamente, manteve um longa relação com Spencer Tracy, com quem filmou nove vezes. Morto em 1967, Tracy é referido o grande amor da vida de Katharine, embora ela mesma pouco falasse no assunto – e ele, que era casado, também não. Havia muitos anos que a saúde Katharine deteriorava-se. Em 1990, disse à AP que se achava “desintegrando” gradualmente. “Eu não temo o outro mundo, nem nada. Nem temo o inferno, nem anseio pelo céu.” Ainda assim, quatro anos mais tarde, foi convencida por Warren Beatty a filmar Love Affair – Segredos do Coração. Em reconhecimento à sua longa e coerente carreira, acabou eleita em 1999 a maior atriz de todos os tempos, segundo ranking da AFI. 

 

Katharine Hepburn

Katharine Hepburn – A dama do cinema (Foto: The Independent/Reprodução)

 

 

Ícone feminino


Tida como símbolo de força feminina, Katharine Hepburn foi casada entre 1928 e 1934 com Ludlow Ogden Smith. Divorciou-se dele afirmando que “o casamento não é uma instituição natural” e nunca mais voltou a se casar.

Formou par emblemático com Spencer Tracy nas telas, mas também fora delas. Atuou com Tracy em nove produções e foi sua amante por 27 anos. Ele era casado e católico e não se divorciou da mulher. “Nós vivemos juntos com liberdade.

Eu certamente não tinha a intenção de romper seu casamento”, afirmou a atriz à ABC, em 1991.

Entre os atores com quem também contracenou estavam James Stewart, Cary Grant, John Wayne e Henry Fonda.

Mesmo tendo sido chamada de “primeira dama do cinema”, sofreu também ressalvas da crítica, que por vezes a classificou como “fria” e “pouco versátil”.

Hepburn se dedicou mais a produções televisivas a partir da década de 80, enquanto levava uma vida reservada e reclusa, também devida a lapsos de memória causados pela doença.

Em 2000, às vésperas de completar 93 anos e sob especulações sobre sua saúde, deu entrevista ao jornal “New York Post”, afirmando: “Conte a todo mundo que me sinto bem. Estou bem”.

Sobre si própria, Hepburn disse, em outra entrevista: “Eu me acho absolutamente fascinante. Mas sou descomplicada. Quando tenho que falar, falo. Quando vou para a cama, durmo. Quando devo comer, como”.

 

Katharine Hepburn, foi um dos maiores ícones femininos de Hollywood, protagonista de "Levada da Breca" (Foto: A ACTRIZ, ARTE E SEDUÇÃO/Reprodução)

Katharine Hepburn, foi um dos maiores ícones femininos de Hollywood, protagonista de “Levada da Breca” (Foto: A ACTRIZ, ARTE E SEDUÇÃO/Reprodução)

 

Duas semanas após sua morte, o testamento da diva de Segredos do Coração trazia uma lista milionária de doações, entre as quais a de 1,6 hectare de terras avaliado em US$ 2 milhões. Nem os Oscar escaparam. Pela vontade da atriz, as estatuetas foram doadas a uma organização de caridade.

Katharine Hepburn, morreu aos 96 anos, em sua casa em Old Saybrook, no Estado americano de Connecticut. Ela sofria de mal de Parkinson.

(Fonte: IstoÉ/1931 – 25/10/2006, Edição Especial 30 anos –- 2003 – Editora Três – Pág; 223)

(Fonte: Veja, 17 de março de 1999 – ANO 32 – N° 11 – Edição 1589 – Cinema/ Por Rubens Ewald Filho – Pág; 152/153)

(Fonte: Veja, 29 de janeiro de 2003 -– ANO 36 – Edição 1810 –-– N° 27 – DATAS -– Pág: 79)

(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/cinema – CINEMA – GUIA DE CINEMA – CULTURA/ Por Agencia Estado, 29 Junho 2003)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA – CINEMA – 30 de junho de 2003)

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